Forte da Rua Longa
O Forte da Rua Longa localizava-se na baía ou enseada do Rolo (de "pedra rolada"), na freguesia dos Biscoitos, concelho da Praia da Vitória, na costa norte da ilha Terceira, nos Açores.
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/65/17_fte_rua_longa.jpg/220px-17_fte_rua_longa.jpg)
Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.
História
editarPouco se sabe acerca de sua construção ou evolução, uma vez que nem o padre António Cordeiro (Historia Insulana), nem Francisco Ferreira Drumond (Anais da Ilha Terceira), o referem.
Sabe-se, entretanto, que Pero Anes do Canto proveu a fortificação do porto da Cruz dos Biscoitos (Forte de São Pedro) e parece lógico que o mesmo tenha se preocupado em criar uma defesa na outra enseada deste povoado, onde um desembarque era possível.
Há quem defenda que o porto de Pero Anes do Canto se situava, na realidade, na baía do Rolo, sendo o forte da Rua Longa aquele que o Provedor das Armadas fez construir, embora não haja documentos que corroborem esse raciocínio.
A "Relação" do marechal de campo Barão de Bastos em 1862 informa que se encontrava incapaz desde longos anos, e complementa: "(...) É uma obra simplesmente de terra, construida em propriedade particular, e só deve ser reconstruida quando as circunstancias o exijão."[1]
No contexto da Segunda Guerra Mundial abrigou um ninho de metralhadoras. Do mesmo modo, as ruínas de uma pequena casa à sua entrada, também se devem relacionar com a obra efetuada durante aquele conflito, uma vez que essa edificação não consta da planta de 1898.
Características
editarOs vestígios que chegaram aos nossos dias não permitem concluir como foi a sua primitiva planta.
O tombo de 1881 aponta-lhe os vestígios, e a planta então desenhada permite compreender que se tratava de fortificação de pequenas dimensões, embora já não mostre a existência de canhoneiras, edificações de serviço ou parapeitos para fuzilaria.
É possível que nos anos imediatamente a seguir tenha sofrido algumas obras, a crer-se em planta posterior, datada de 1898, e que o apresenta com duas canhoneiras.
Referências
- ↑ BASTOS, 1997:267.
Bibliografia
editar- Anónimo. "Colecção de todos os fortes da jurisdição da Villa da Praia e da jurisdição da cidade na Ilha Terceira, com a indicação da importância da despesa das obras necessárias em cada um deles (Arquivo Histórico Ultramarino)". in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LI-LII, 1993-1994.
- BASTOS, Barão de. "Relação dos fortes, Castellos e outros pontos fortificados que se achão ao prezente inteiramente abandonados, e que nenhuma utilidade tem para a defeza do Pais, com declaração d'aquelles que se podem desde ja desprezar." in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LV, 1997. p. 267-271.
- DRUMMOND, Francisco Ferreira. Anais da Ilha Terceira (fac-simil. da ed. de 1859). Angra do Heroísmo (Açores): Secretaria Regional da Educação e Cultura, 1981.
- FARIA, Manuel Augusto. "Ilha Terceira – Fortaleza do Atlântico: Forte da Rua Longa". in Diário Insular, s/d.
- FARIA, Manuel Augusto. Pedras que falam, pedras que formam! (2ª ed.). Praia da Vitória: Câmara Municipal da Praia da Vitória, 1997.
- MARTINS, José Salgado, "Património Edificado da Ilha Terceira: o Passado e o Presente". Separata da revista Atlântida, vol. LII, 2007. p. 51.
- MOTA, Valdemar. "Fortificação da Ilha Terceira". in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LI-LII, 1993-1994.
- NEVES, Carlos; CARVALHO, Filipe; MATOS, Arthur Teodoro de (coord.). "Documentação sobre as Fortificações dos Açores existentes nos Arquivos de Lisboa – Catálogo". in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. L, 1992.
- PEGO, Damião; ALMEIDA JR., António de. "Tombos dos Fortes da Ilha Terceira (Direcção dos Serviços de Engenharia do Exército)". in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LIV, 1996.