Francisco Giraldes

Francisco Giraldes ou Francisco Giraldi (Reino de Portugal, c. 1510 a 1550 - Lisboa, c. 1589 ou 1590).

Foi embaixador português em Inglaterra (1571-1578) e em França (1579-1581). Com a morte de seu pai, em 1565, herdou a capitania de Ilhéus, comprada de Jerónimo de Figueiredo Alarcon (1561).[1]

Nomeado governador-Geral do Brasil, recebeu regimento em 9 de março de 1588. Assim, aguardou a escolha do primeiro Chanceler (denominação do cargo de Presidente do Tribunal da Relação do Brasil), Luis Machado de Gouvêa, no dia 21 de março, para a longa viagem até São Salvador da Bahia, tendo o comboio de naus, trazendo outros servidores do reino e os demais integrantes do Tribunal, partido de Lisboa, no final do mesmo mês. O Governador e o Chanceler viajaram no Galeão São Lucas. Todavia, os problemas corriqueiros, decorrentes da falta de vento propulsor, causaram grandes dificuldades para as embarcações cruzarem a Linha do Equador. Consequentemente, houve um desvio imprevisto de rota, com a dispersão das naus e só pisaram em terra firme nas Antilhas, o que forçou o retorno para Portugal, impedindo-lhes o exercício das funções. Eles só chegariam a Lisboa no mês de setembro de 1589, traumatizados. A tentativa de instalar o Tribunal da Relação do Brasil havia malogrado, e o Governador foi substituído por Francisco de Sousa.[2]

Apesar de não chegar ao destino, teve uma contenda com os jesuítas por causa das terras de Camamu, na Bahia, onde ele reafirma as ideias de “pacificação”, “encomenda”, “sujeição” ” e proibir o comércio de armas aos índios. Os religiosos afastava-os do comércio, o que aumentavam sua dependência económica e política em relação à Coroa portuguesa e à própria Igreja.[3]

Foi nomeado cavaleiro da Ordem de Cristo, cavaleiro da Casa Real e conselheiro de Estado.[1]

Origens familiares e casamento editar

Era filho natural de D. Margarida Pais, de origem nobre, filha de Bernardim Pais e de Lucas Giraldes, moço fidalgo da Casa Real[4], banqueiro e mercador, família italiana florentina, com atuação em Portugal desde os inícios do século XVI, com negócios em várias áreas como o comércio de açúcar da Madeira, escravos e especiaria, armação e abastecimento das armadas com destino às Índias. Sua família tornou-se nobre no reinado de D. João III de Portugal, tendo seu pai sido responsável por operações de crédito e bancárias da Coroa portuguesa no período.

Lucas Giraldi pediu a legitimação dos filhos – Francisco, Luísa e Maria Giraldi – em 1550, que lhe foi concedida.

Casou-se com Lucrecia Lafetá, também de origem italiana, da família do mercador João Francisco Affaitati.[1]

Referências

Ligações externas editar


Precedido por
Junta governativa: António Barreiros, Cristóvão de Barros e António Coelho de Aguiar
Governador-geral do Brasil
1588 — 1590
Sucedido por
Francisco de Sousa