Francisco de Almeida Coelho Bivar

político português
Francisco de Almeida Coelho Bivar
Título de nobreza
Visconde (Bívar (d))
Biografia
Nascimento
9 de Janeiro de 1824
Portimão
Morte
2 de Janeiro de 1890
Lisboa
Nome no idioma nativo
Francisco de Almeida Coelho Bivar
Cidadania
Portuguesa
Alma mater
Atividade
Político

Francisco de Almeida Coelho Bivar, 1.º Visconde de Bivar (Portimão, 9 de Janeiro de 1824 - Lisboa, 2 de Janeiro de 1890) foi um político português. Ficou conhecido devido aos seus esforços no sentido de desenvolver a região do Algarve,[1] tendo sido o principal promotor da construção da Ponte Rodoviária de Portimão.[1]

Biografia editar

Nascimento e formação editar

Nasceu na vila de Portimão, filho de José de Almeida Coelho de Bivar e Maria Feliciana Albuquerque de Bivar.[1] Ficou órfão de ambos os pais aos nove anos de idade,[1] tendo o seu pai sido fuzilado em Portimão pelos guerrilheiros miguelistas do Remexido, durante a Guerra Civil Portuguesa, devido aos seus ideais liberalistas.[2] Ficou à responsabilidade do seu tutor, António Joaquim da Silva Negrão, tal como os seus dois irmãos, Jerónimo e Manuel de Almeida.[1] Ainda muito novo partiu para o Reino Unido, tendo cumprido os seus primeiros estudos num colégio em Londres.[1] No regresso a Portugal, ingressou na Universidade de Coimbra, onde se formou em Direito.[1]

Carreira editar

Voltou depois a Portimão, onde começou a sua carreira profissional.[1] Tornou-se deputado em 1852, com apenas 28 anos de idade, tendo a sua carreira política sido bem sucedida, uma vez que foi renomeado ao longo de dezanove legislativas sucessivas.[1] Foi par do Reino e deputado pela província do Algarve.[3] Era membro do Partido Regenerador, tendo sido amigo de Fontes Pereira de Melo[3] e de Camilo António de Azevedo, importante figura de Portimão.[4] Uma das suas maiores preocupações enquanto deputado foi o desenvolvimento do Algarve, principalmente em termos de transportes, tendo sido um dos responsáveis pela construção da estrada ao longo do litoral, e a instalação da linha telegráfica de Sagres a Faro.[1] Participou na discussão sobre o traçado até Lagos da estrada litoral, tendo surgido duas linhas de opinião contrárias, uma defendendo que a estrada deveria passar por Portimão, e a outra que deveria seguir por Silves, evitando desta forma a construção da grande ponte sobre o Rio Arade junto a Portimão.[5] Francisco Bivar defendeu a segunda opção, argumentando que a construção da ponte não iria ficar mais dispendiosa do que a volta por Silves, onde teria de passar por terreno montanhoso, além que desta forma a estrada iria servir melhor as importantes vilas de Lagoa e Portimão.[5] Deu em particular um grande impulso à cidade de Portimão, incluindo a construção do cais, a fundação da comarca e de uma escola de pilotagem, e do prolongamento do caminho de ferro até ao Barlavento.[1] No seu último discurso, apresentado na sessão legislativa de 1889, defendeu a construção de estradas que ligassem as principais localidades às estações do caminho de ferro.[3]

Exerceu igualmente como vogal no Tribunal de Contas.[3]

 
Fotografia de Francisco Bivar, publicada na revista O Algarve, em Outubro de 1902.

Falecimento e homenagens editar

Faleceu em Janeiro de 1890, vitimado por uma doença que estava a atingir nos últimos meses.[3] O seu enterro foi feito em 3 de Janeiro, tendo o cortejo fúnebre saído da sua casa, na Rua de São Marçal, em Lisboa, e terminado no Cemitério Ocidental.[3] No funeral marcaram presença altas figuras da política nacional, como António Serpa, Hintze Ribeiro, Teles de Vasconcelos e João Franco.[3] Teve pelo menos dois filhos, José de Almeida Coelho de Bivar,[6] e Jaime de Almeida Coelho de Bivar.[7]

Foi consagrado como uma das mais importantes personalidades na história de Portimão, ao ter contribuído de forma decisiva para o desenvolvimento daquela localidade, na segunda metade do século XIX.[1] O seu nome foi colocado numa praça da vila, e em 1932 a Câmara Municipal determinou a instalação de uma estátua em sua honra, no centro daquele espaço.[8]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l L. F. (Outubro de 1902). «Visconde de Bivar» (PDF). O Algarve. Portimão: Typographia Arade. p. 4-6. Consultado em 10 de Outubro de 2021 – via Hemeroteca Digital do Algarve 
  2. ALGARVE, Marcos (Francisco Marques da Luz) (22 de Janeiro de 1921). «Três Perolas do Algarve: Portimão, Rocha e Vau» (PDF). Ilustração Portugueza. Lisboa: Jornal O Século. p. 51. Consultado em 10 de Outubro de 2021 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  3. a b c d e f g «Visconde de Bivar» (PDF). Diario Illustrado. Lisboa. 4 de Janeiro de 1890. p. 3. Consultado em 10 de Outubro de 2021 – via Biblioteca Nacional Digital 
  4. «Camillo Antonio de Azevedo» (PDF). O Districto de Faro. Ano 31 (160). Faro. 28 de Fevereiro de 2021. p. 1. Consultado em 12 de Outubro de 2021 – via Biblioteca Nacional Digital 
  5. a b «Portimão, 8 de Julho» (PDF). Correio do Meio-Dia. Ano III (113). Portimão. 9 de Julho de 1876. p. 1. Consultado em 10 de Outubro de 2021 – via Hemeroteca Digital do Algarve 
  6. «Há 44 anos: o "Districto de Faro" de 14 de Junho de 1888» (PDF). O Algarve. Faro. 12 de Junho de 1932. p. 2. Consultado em 10 de Outubro de 2021 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  7. «Há 44 anos: o "Districto de Faro" de 22 de Julho de 1880» (PDF). O Algarve. Faro. 27 de Julho de 1924. p. 1. Consultado em 11 de Outubro de 2021 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  8. «A Praia da Rocha» (PDF). O Algarve. Faro. 12 de Junho de 1932. p. 2. Consultado em 11 de Outubro de 2021 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
 
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Ligações externas editar


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