Fura-Fila foi um projeto de veículo leve sobre pneus (VLP) para a Cidade de São Paulo. O Fura-Fila surgiu como obra eleitoral do candidato Levy Fidelix, com o nome de Aerotrem. Ridicularizado por muitos durante anos, a ideia de fazer um projeto parecido surgiu com o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, criando um projeto parecido batizado de Fura-Fila, mas que não era um transporte sobre trilhos, conforme o projeto de Fidelix, e utilizaria trólebus articulados e um protótipo biarticulado, construído pela Marcopolo. Ao longo dos anos o sistema foi rebatizado por Marta Suplicy de "Paulistão" e por José Serra de "Corredor Expresso Parque D. Pedro - Cidade Tiradentes", ou somente "Expresso Tiradentes". O Expresso Tiradentes foi implementado anos depois em forma de corredor de ônibus (BRT).

Obras paradas do Fura-Fila

História editar

O projeto surgiu em meados de 1995, idealizado pelo então prefeito Paulo Maluf com o nome de Fura-Fila, só teve suas obras iniciadas em meados de 1997 após o projeto ter garantido a eleição do candidato Celso Pitta. Durante a ExpoBus de 1998, foi apresentado ao público o VLP, um trólebus biarticulado de carroceria Marcopolo, chassi Volvo e equipamento IGBT produzido pela Powertronics. No mesmo período, foi construído uma pista exclusiva de testes no Autódromo de Interlagos, usando rede aérea flexível e permitindo velocidade elevada de operação. A primeira bateria de testes foi no mesmo ano, em que foram utilizados o VLP, os trólebus articulados 68 8000 e 68 8001 da Eletrobus e o primeiro ônibus biarticulado de São Paulo, operado pela Viação Campo Belo. Em seguida, o VLP foi transferido para a sua primeira operação experimentalmente, entre o Terminal Parque Dom Pedro II e a Praça Alberto Lion, voltando para o Autódromo em maio de 1999. Devido a realização do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, em fevereiro de 2000 a pista de testes e sua rede aérea foi removida.[1]

A construção do corredor experimental começou em 1998 durante a gestão de Celso Pitta, operou experimentalmente os primeiros 2,8 quilômetros em 30 de setembro de 2000 com três trólebus (dois articulados de prefixo original 8000 e 8001, anteriormente operados pela Eletrobus e o protótipo biarticulado) e prolongou-se por quatro meses.[1] No entanto, em 2001, toda a rede aérea do corredor (cerca de 8000 metros de fios para ônibus elétricos) foi removida, restando postes metálicos e uma pequena parte da rede nas dependências do terminal Parque Dom Pedro, segundo a SPTrans, havia diversos serviços a serem concluídos e por isso ela não era a responsável pelo material instalado.[2] A obra foi paralisada por muitos anos, mas depois retomada pela ex-prefeita Marta Suplicy, em 2002, com o nome de "Paulistão" usando veículos elétricos híbridos (VEH), e teve seu traçado estendido para chegar até São Mateus,[1][2] mas foi novamente paralisada. As obras só foram definitivamente retomadas em 2005, na gestão de José Serra, rebatizado de Expresso Tiradentes. Finalmente, em 22 de fevereiro de 2007, o prefeito Gilberto Kassab entrega o primeiro trecho, operado totalmente pela Via Sul por ônibus articulados a diesel e 15 ônibus híbridos anteriormente pertencentes a GATUSA em um sistema de BRT. Nos projetos, haveria uma extensão até o bairro de Cidade Tiradentes, no extremo leste da cidade,[3] porém optou-se por executar o trecho em forma de monotrilho, integrando-o à malha metroviária, o que atualmente é a Linha 15 do Metrô de São Paulo.

Projeto editar

O projeto inicial previa a construção apenas do percurso compreendido pelos trechos 1 e 2, ligando o Sacomã ao Parque Dom Pedro II As obras se arrastaram por três anos e foram interrompidas em 2000. Por anos, permaneceu como um esqueleto na avenida do Estado.

A Linha 1 que ligaria os bairros do Sacomã e Parque Dom Pedro II deveria ser a primeira de outras inúmeras linhas espalhadas por toda a cidade. No projeto original os veículos seriam articulados e alimentados por cabos suspensos. No ano de 2000 este veículo criado pela Marcopolo em parceria com a extinta Tutto Trasporti, empresa de Caxias do Sul e referência em inovação, chassi Volvo e equipamento IGBT da Powertronics, operou experimentalmente no trecho sobre o tampão do Tamanduateí por um período de quatro meses.

Entre o final de 2000 e o início de 2001 teve suas obras, que já se arrastavam, e a operação experimental suspensas por falta de verbas e vontade política.

No final de sua administração Celso Pitta deixou como herança o trecho sobre o tampão do Tamanduateí semi acabado com as estações nem ao menos iniciadas, do trecho elevado somente as vigas de sustentação saindo do solo e nos terminais Sacomã e Parque Dom Pedro II áreas totalmente degradadas. Atualmente, o protótipo VLP está sucateado em um pátio nos arredores da fábrica da Marcopolo.

O percurso foi estendido de 8 para 32 quilômetros, expandindo o traçado até Cidade Tiradentes, e o projeto rebatizado com o nome de Expresso Tiradentes em um sistema de BRT.[4]

Referências

  1. a b c «A HISTÓRIA II». 3 de agosto de 2004. Consultado em 8 de maio de 2017 
  2. a b «ATUALIDADES». 3 de agosto de 2004. Consultado em 8 de maio de 2017 
  3. «SP GANHARÁ ANTIGO 'FURA-FILA' DE PRESENTE DE ANIVERSÁRIO». Globo Notícias 
  4. «Reta final das obras no primeiro trecho do expresso Tiradentes». Prefeitura de São Paulo