Albertina (Viena)

museu de arte em Viena
(Redirecionado de Galeria Albertina)

A Albertina é um museu de arte de Viena, na Áustria, dedicado à preservação e divulgação de uma das mais importantes coleções de artes gráficas do mundo.

Albertina
Albertina (Viena)
Tipo Galeria de arte
Inauguração 1776 (248 anos)
Website
Geografia
País Áustria
Cidade Viena
Coordenadas 48° 12' 16" N 16° 22' 06" E
Albertina está localizado em: Áustria
Albertina
Geolocalização no mapa: Áustria

História editar

A história do museu remonta a 1776, quando o conde Giacomo Durazzo presenteou o governador austríaco da Hungria, o duque Alberto de Saxe-Teschen, e sua esposa Maria Cristina, filha da imperatriz Maria Teresa, com cerca de mil objetos de arte, junto com um certificado onde esclarecia o propósito da doação: criar uma coleção para fins de educação cultural e moral, antes do que simples desfrute estético.

Em 1781, o duque tornou-se governador dos Países Baixos Austríacos, e em seu retorno a Viena instalou-se no Palácio Tarouca, colocado à sua disposição pelo imperador Francisco II, sendo hoje a sede do museu. Até sua morte, o duque permaneceu ocupado em ampliar e organizar sua coleção. Acréscimos importantes iniciais foram a aquisição de 800 desenhos da coleção do Príncipe de Ligne, Charles-Antoine, que incluía diversas peças de Leonardo da Vinci, Michelangelo e Rafael Sanzio, e o intercâmbio de gravuras por desenhos da Biblioteca da Corte, em 1796, trazendo a rica coleção de Dürers reunida pelo imperador Rodolfo II, junto com obras de Rubens, Rembrandt e Van Dyck. Disposições testamentárias do duque asseguraram a posse permanente do acervo para a Áustria, como propriedade da família Habsburgo.

Seu herdeiro, o arquiduque Carlos, continuou seu trabalho de expansão. O último ocupante do palácio, o arquiduque Frederico, ao ser exilado por força da abolição da monarquia, removeu do interior tudo o que era de valor, salvo a coleção de desenhos e gravuras, que já não constituíam propriedade privada. No início de 1919, a propriedade tanto do edifício quanto da coleção de arte passou dos Habsburgos para a recém-fundada República da Áustria. Em 1920, a coleção de impressos e desenhos foi unida à coleção da antiga biblioteca da corte imperial. O nome "Albertina" foi estabelecido em 1921.

Em 27 de maio de 2020, foi aberta uma nova seção do museu, o "Albertina modern", dedicado à arte moderna. O novo museu possui um acervo de 60 000 obras de 5 000 artistas.[1]

O palácio editar

 
Fachada da Galeria Albertina.

O prédio atual, uma joia da arquitetura neoclássica, é uma adaptação de construções mais antigas que existiam no local, datando de meados do século XVII, sendo usadas pelo Departamento Oficial de Edificações da Corte. Em 1745, o conde Manuel de Silva-Tarouca recebeu permissão da imperatriz Maria Teresa para remodelá-lo e instalar nele sua residência. A partir da transferência de sua posse para o duque Alberto, em 1794, tornou-se sua moradia e sede de sua coleção de arte.

A grande ala que faz frente para o Burggarten foi erguida e decorada entre 1801 e 1805, sob projeto de Louis de Montoyer, constituindo os aposentos oficiais. A grande sala para exibição da coleção foi desenhada por Joseph Kornhäusl, com requintes de luxo, e com peças de escultura de Joseph Klieber. O complexo do palácio compreende ainda o mosteiro dos agostinianos, dos séculos XV-XVI, e uma extensão moderna no subsolo.

No final da Segunda Guerra Mundial, o prédio sofreu pesados danos, que só foram plenamente recuperados ao seu antigo esplendor recentemente. Sua área útil tem cerca de 20 mil m², consistindo das galerias de exposição, dos aposentos oficiais e das salas administrativas e de depósito do acervo.

A coleção editar

A Galeria Albertina possui uma das maiores coleções de artes gráficas do mundo, com mais de 50 mil desenhos e um milhão de gravuras, datando desde o gótico até a contemporaneidade. De suas obras-primas destacam-se peças de Albrecht Dürer, Rembrandt, Rubens, Lorrain, Delacroix, Manet e Cézanne, entre os modernos brilham Schiele, Klimt, Kokoschka, Warhol, Rauschenberg e Baselitz.

Também é notável sua seção de desenhos de arquitetura, nascida da coleção do barão Philipp von Stosch, com cerca de 25 mil itens, e do espólio do Departamento de Edificações da Corte, com mais de 4 mil peças. Esta seção tem sido continuamente expandida desde então, incluindo projetos e desenhos contemporâneos, especialmente com a aquisição das coleções de Peter Behrens, Ernst Kirsch e Carl Hasenauer, além de doações de instituições e escolas superiores de arquitetura e engenharia, como a da Universidade de Tecnologia de Viena, que doou uma série de modelos de prédios de Otto Wagner, Adolf Loos, Le Corbusier, Mies van der Rohe e Alvar Aalto.

Na origem da seção de pôsteres, é de mencionar a incorporação em 1918 da Coleção Mascha, com uma importante reunião de imagens dos séculos XVIII a XX, aumentada em 1939 com a Coleção Paul, que abrange o período entre-guerras.

Outra expansão importante ocorreu em 1999, quando a Albertina recebeu a coleção fotográfica do Höhere Grafische Bundeslehr- und Versuchsanstalt Institut, principalmente com fotografias científicas. Outro núcleo importante nasceu com a vinda da coleção da Editora Langewiesche, centrada em fotografia comercial das décadas de 1920 e 1930, e por fim um outro grupo é dedicado à fotografia americana das décadas de 1960 e 1970.

Obras editar

Na mídia editar

O balcão em frente ao museu, com sua estátua de Alberto Casimiro, Duque de Teschen, foi um cenário importante do filme Antes do Amanhecer (1995).[2]

Ligações externas editar

 
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Referências

  1. «Albertina modern». Consultado em 24 de março de 2021 
  2. : LUCIA MALLA (22 de janeiro de 2018). «A Viena de Antes do Amanhecer (Before Sunrise)». Consultado em 24 de março de 2021