Golpilheira
Golpilheira é uma freguesia portuguesa do município da Batalha, com 5,06 km² de área[1] e 1447 habitantes (censo de 2021)[2]. A sua densidade populacional é 286 hab./km².
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Freguesia | ||||
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Símbolos | ||||
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Gentílico | golpilheirense | |||
Localização | ||||
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Localização de Golpilheira em Portugal | ||||
Coordenadas | ||||
Região | Centro | |||
Sub-região | Região de Leiria | |||
Distrito | Leiria | |||
Município | ![]() | |||
Código | 100404 | |||
História | ||||
Fundação | 31 de dezembro de 1984 | |||
Administração | ||||
Tipo | Junta de freguesia | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 5,06 km² | |||
População total (2021) | 1 447 hab. | |||
Densidade | 286 hab./km² | |||
Outras informações | ||||
Orago | Senhor Bom Jesus dos Aflitos | |||
Sítio | https://www.jf-golpilheira.pt/ |
É a freguesia mais pequena do município da Batalha, tendo sido criada pela Lei n.º 37/84, de 31 de dezembro de 1984, a partir de lugares desanexados da freguesia da Batalha.[3]
A freguesia situa-se no fértil vale do rio Lena, afluente do rio Lis, daí que a sua principal atividade económica sempre tenha sido a agricultura.
Demografia Editar
A população registada nos censos foi:[2]
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Distribuição da População por Grupos Etários[5][2] | |||||||||
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Ano | 0-14 Anos | 15-24 Anos | 25-64 Anos | > 65 Anos | |||||
2001 | 287 | 240 | 832 | 250 | |||||
2011 | 223 | 186 | 229 | 290 | |||||
2021 | 194 | 171 | 755 | 327 |
História Editar
Etimologia Editar
O nome "Golpilheira" estará associado ao latim vulpes (raposa), mais especificamente do diminutivo vulpecula (raposinha) ou pela forma derivada vulpecularia, possivelmente pela abundância do animal na zona, outrora. A ocupação visigótica da Hispania romana trouxe também mudanças linguísticas e vários topónimos sofreram uma alteração do som /v/ para /g/. Assim, supõe-se que seja esta a evolução fonética da palavra: vulpecula>gulpecula>gulpecla>golpelha.Erro de citação: Elemento de fecho </ref>
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[6] "Golpelha" ainda hoje é sinónimo de raposa. Já "golpelheira" significa covil de raposas.
Criação da freguesia Editar
A freguesia da Golpilheira, contida num território relativamente pequeno, anteriormente parte da freguesia da Batalha, foi criada a partir da Lei n.º 37/84 de 31 de Dezembro (Artigo 1.º). Esta lei tinha sido aprovada em 30 de novembro de 1984 pela Assembleia da República e promulgada pelo então Presidente da República, António Ramalho Eanes, a 29 de dezembro (Artigo 6.º).
O documento, publicado em Diário da República, delimita, no Artigo 2.º, a área da freguesia, que, "ao começar no lugar da Quinta de São Sebastião, ou seja, do lado nascente para norte, continua até à Vala do Moinho de São João, proximidades da Quinta da Serrada com o limite do concelho de Leiria, devidamente demarcado por estradas, serventias e ribeiro; a partir do Moinho de São João, passa pela estrada camarária até à estrada nacional n.º 1, atravessando-a e seguindo por uma serventia pública até ao rio Lena, continuando por este até um pouco acima do Casal da Ponte de Almagra, onde desagua o ribeiro do Carvalho; segue por este até à sua nascente (proximidades a norte do Casal do Alho), seguindo em recta por serventia de fazendas até ao ribeiro Agudo, que passa a poente do lugar de Bico-Sacho, seguindo por este até à sua nascente, a qual continua com a Quinta de São Sebastião, acima referida".
O Artigo 3.º especificava a constituição da comissão instaladora, que se manteria vigente (de acordo com o Artigo 4.º) até à tomada de posse dos primeiros órgãos locais, que se daria após as eleições autárquicas seguintes, as de 1985 (Artigo 5.º), o primeiro sufrágio no qual a Golpilheira já participou como freguesia. A dita comissão, nomeada pela Assembleia Municipal da Batalha, continha representantes da Câmara Municipal da Batalha, da Assembleia Municipal da Batalha, da Assembleia de Freguesia da Batalha e da Junta de Freguesia da Batalha (um de cada órgão), e cinco cidadãos eleitores. [3]
Heráldica Editar
"Escudo de ouro, em faixa pano de muralha de prata lavrado e perfilado de vermelho, firmado nos flancos, entre uma arca de vime de azul, realçada e guarnecida de prata, em chefe e uma gavela de duas espigas de milho de ouro, folhadas de verde e quatro espigas de trigo do mesmo, com os pés atados de vermelho. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro 'Golpilheira'."[7]
O pano da muralha representa as ruínas da cidade romana de Collippo, símbolo da história da região. A arca de vime refere-se tanto à hospitalidade prestada a peregrinos e viajantes, como à indústria do mobiliário de vime. Já a gavela de milho e de trigo representam a agricultura, actividade económica importante na freguesia. A bandeira é azul-escura, com o mesmo brasão de armas no centro.
Património Editar
No centro da Golpilheira, ao longo da Estrada de Leiria ou Rua Dr. Joaquim Coelho Pereira, encontram-se os seus dois principais locais de culto, a Igreja do Senhor Bom Jesus dos Aflitos (a "capela velha"), de origens medievais, e a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, edificada nos anos 60 do século passado. Fora do centro da aldeia mas ainda na freguesia, encontra-se a Igreja de São Bento da Cividade.
Eventos Editar
Festa da Golpilheira, em honra do Senhor Bom Jesus dos Aflitos (fim de Julho / início de Agosto) Editar
A principal celebração da Golpilheira decorre no centro da aldeia, entre a Igreja de Nossa Senhora de Fátima e a Igreja do Senhor Bom Jesus dos Aflitos, durante três dias, de sábado a segunda-feira. Os organizadores da festa são um grupo de voluntários constituídos pelos nados há 40 anos e outros. A estrada principal é cortada e decorada com arcos (iluminados à noite) e cordas de murta, sendo o palco para os concertos nocturnos montado à frente da capela velha. O restaurante funciona todas as noites num edifício próprio junto à estrada, e na rampa pela qual se lhe acede, funciona também uma tenda de filhós e café d’avó bem como um bar. Do lado oposto da rua, junto à capela, funciona outro bar. Há também uma zona de jogos tradicionais (como o jogo do prego) e a quermesse, à base de rifas sorteadas.
Ao longo da festa, decorrem várias actividades. No domingo, dá-se logo de manhã a missa e a procissão com andores, e à tarde a actuação do rancho folclórico “As Lavadeiras do Vale do Lena”. Na segunda-feira ao fim do dia, celebra-se uma outra missa, por intenção dos festeiros, seguindo-se a “corrida dos frangos”, em que ciclistas tentam enfiar um pau num aro pendurado (o prémio habitual é um frango), a “quebra de panelas”, em que os participantes têm de partir uma bilha de barro com o punho e a “corrida de cântaros”, em que uma série de mulheres tem como objectivo correr com o vaso cheio de água na cabeça, ganhando a última a não o deixar cair. A festa acaba com um espectáculo de fogo de artifício, que de vez em quando não se realiza devido ao risco de incêndio no Verão. A festa não se realizou em 2020 e 2021 devido à pandemia de Covid-19. [8]
Festa de S. Bento, em honra de Nossa Senhora da Esperança (fim de Agosto) Editar
Um mês depois da festa da Golpilheira, dá-se a de S. Bento, na Cividade. Durante quatro dias no fim de Agosto, de sexta-feira a segunda-feira, ocorrendo no Domingo a missa solene e no último dia grande parte dos eventos, como a corrida de frangos e a quebra de panelas, a seguir à missa por intenção dos festeiros.
Associações Editar
Centro Recreativo da Golpilheira Editar
A colectividade da freguesia, o Centro Recreativo da Golpilheira (CRG), conta com mais de 50 anos de história. A 5 de Março de 1969, o Governo Civil de Leiria aprovou os Estatutos fundadores da associação. O documento, composto por 5 capítulos e 49 artigos, entretanto revisto e actualizado, foi assinados pelos sócios representantes da Comissão Organizadora do CRG (Pedro Meneses Monteiro, Armando Monteiro Bagagem, Joaquim Monteiro Bagagem, Luís de Sousa Guerra e Luís Bento de Matos). Em Março de 1975, o terreno onde se situa o CRG foi arrendado por 29 anos, e eventualmente comprado, já depois de, em Maio de 1976, se iniciar a construção do edifício da colectividade. Abriu-se entretanto o bar, e, nos anos 80, construiu-se e começou a utilizar-se o salão de festas. Já no início dos anos 2000, a Assembleia-Geral do CRG criou o Restaurante Etnográfico, erguido em parte de terrenos entretanto comprados, sendo o resto vendido ao Município da Batalha, que edificou o Pavilhão Desportivo, o jardim-de-infância e o Parque Geriátrico e arranjou um jardim e uma praça.
A associação, durante o seu meio século de existência, tem promovido actividades desportivas e culturais. O CRG, actualmente, tem:
- uma equipa de futsal feminino júnior
- uma equipa de futsal feminino sénior (vencedora do Campeonato Nacional de Futsal Feminino na época 2013-14)
- uma equipa de futsal masculino sub-20
- uma equipa de futebol de veteranos
- um núcleo de motards, organizador do evento "Anjos sobre Rodas"
- um rancho folclórico ("As Lavadeiras do Vale do Lena")
- um jornal, o Jornal da Golpilheira. Este projecto começou em 1996, tendo sido publicado em Setembro desse ano o número zero do então chamado Das Duasuma, referência ao público-alvo da altura, ligado a duas freguesias, a Golpilheira e a Barreira. A ligação mais forte dos golpilheirenses ao projecto levou a que, em Janeiro de 2001, o jornal adoptasse o nome actual e o foco nesta freguesia, mantendo a edição mensal até 2017, passando a bimestral em 2018, com o preço de 2 euros. [9][10][11]
Comunidade Cristã da Golpilheira Editar
A Comunidade Cristã da Golpilheira, criada a 11 de Outubro de 2015, na altura da remodelação da igreja de Nossa Senhora de Fátima, apresenta-se como "entidade designativa do conjunto dos fiéis cristãos residentes na área da freguesia da Golpilheira", fazendo parte da paróquia da Batalha. Portanto, mesmo sem constituir uma paróquia à parte, esta organização tenta reunir e promover o espírito de comunidade relativo à religião com os golpilheirenses em específico, actuando nas igrejas de Nossa Senhora de Fátima, do Senhor Bom Jesus dos Aflitos e de S. Bento. A Comunidade Cristã é coordenada por um Conselho Administrativo e Pastoral, presidido pelo pároco da Batalha, e com o objectivo de dinamizar e gerir o "trabalho pastoral na CCG, garantindo que nela seja anunciada a Palavra de Deus, celebrada a liturgia e vivido o amor fraterno, bem como praticada a solidariedade social, de modo especial para com os mais necessitados". [12][13]
Ver também Editar
Referências
- ↑ «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 5 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013
- ↑ a b c Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos»
- ↑ a b https://files.dre.pt/1s/1984/12/30104/01260128.pdf Diário da República n.º 301/1984, 4º Suplemento, Série I de 1984-12-31, páginas 126 - 128
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
- ↑ INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022
- ↑ «O Topónimo Golpilheira»
- ↑ GESAutarquia. «Heráldica - Junta de Freguesia da Golpilheira». Portal da Freguesia V3 - Website. Consultado em 30 de agosto de 2022
- ↑ Ver os cartazes da festa da Golpilheira: 2010, 2011, 2012, 2016, 2017, 2018, 2022
- ↑ Facebook, Issuu, Instagram, Twitter
- ↑ «História». Jornal da Golpilheira. Consultado em 12 de setembro de 2022
- ↑ «JG_249 Maio/Junho de 2018 by Jornal da Golpilheira - Issuu». issuu.com (em inglês). Consultado em 12 de setembro de 2022
- ↑ «Comunidade Cristã da Golpilheira». Comunidade Cristã da Golpilheira. Consultado em 29 de setembro de 2022
- ↑ «201510 Jornal da Golpilheira Outubro 2015 by Jornal da Golpilheira - Issuu». issuu.com (em inglês). Consultado em 29 de setembro de 2022