Hipismo é a modalidade da arte de montar a cavalo que compreende todas as práticas desportivas que envolvam este animal. Sendo assim, é o maior esporte feito com cavalos no mundo inteiro. Dentre elas envolvem as diferentes provas, como saltos, adestramento, corridas, atrelagem, e o pólo. Algumas constituem mesmo o pentatlo moderno, que é também disputado nas Olimpíadas.

Prova de saltos.

Apesar de existir desde a antiguidade, suas regras e competições modernas surgiram no ano de 1883, nos Estados Unidos. No programa dos Jogos Olímpicos modernos, o hipismo foi incluído nos Jogos de Verão de 1912 em Estocolmo, Suécia..

Porém, não pode ser confundida com a equitação, pois hipismo é o conjunto de esportes praticados pela aliança entre homem e cavalo em qualquer modalidade de esporte. Já a equitação, é a arte da cavalgada, o treinamento feito para compreender melhor a psicologia do cavalo, e coordenar a consciência corporal humana à do animal buscando equilíbrio e harmonia de movimentos de ambos, como um todo. A equitação faz parte da prática de hipismo, uma vez que a arte de cavalgar é introdução para os exercícios posteriores como salto ou adestramento, e não a mesma coisa. Ela é hoje muito utilizada na área terapêutica, como a equoterapia.

Picadeiro editar

Assim é designado o local onde se ensinam ou adestram os cavalos fazendo-lhes fazer exercícios e onde aprendem a arte ou se exercem os cavaleiros [1]

Entidades editar

Internacionais editar

Fundada no ano de 1921 em Lausanne, na Suíça, pela França, Estados Unidos, Suécia, Japão, Bélgica, Dinamarca, Noruega e Itália,[2] a FEI (Fédération Equestre Internationale) regula os eventos internacionais de Hipismo, em parceria com as 133 federações nacionais, sem preconceitos raciais, religiosos ou relacionados a conflitos internos.[3]

É essa mesma instituição que estabelece os regulamentos e aprova os programas de campeonatos, e, ainda, buscando assegurar a integridade dos animais, a FEI desenvolveu um código de conduta baseado tanto no seu bem-estar, quanto no "fair play" que deve ser adotado pelos cavaleiros.

No Brasil editar

 
O cavaleiro brasileiro Marlon Zanotelli, natural do estado do Maranhão.

A entidade reguladora dos esportes equestres no Brasil é a Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), que foi oficialmente fundada em 19 de dezembro de 1941, após esforços das Federação Paulista de Hipismo (FPH), Hípica Metropolitana (Rio de Janeiro) e Hípica Fluminense (Niterói).

A CBH é responsável pela regulamentação, coordenação, promoção e fomento das oito modalidades praticadas no Brasil, além da formação das delegações que representam o país nas competições internacionais, realização de campeonatos, seletivas e cursos, pela chancela de eventos promovidos por federações estaduais, pela captação e administração de verbas junto a órgãos governamentais e COB – Comitê Olímpico Brasileiro.[4]

Provas editar

Para o cavaleiro poder participar em provas nacionais ou internacionais deve tornar-se federado e, consoante a prova pretendida, obter o nível de "Sela" adequado. O termo "Sela" é a designação oficial dos diferentes níveis técnicos de hipismo. Existem 9 níveis distintos de "Sela" que podem ser obtidos através da realização de um "Exame de Sela". O primeiro ciclo completa-se com o "Exame de Sela 4", também chamado de Estribo de Bronze, que permite ao cavaleiro participar em provas oficiais nacionais.[5] A "Sela 7" ou Estribo de Prata permite ao cavaleiro a participação em provas oficiais internacionais.[6] A "Sela 9", também denominada de Estribo de Ouro, constitui o pré-requisito para admissão ao curso e exame para Instrutor.[7]

Olímpicas editar

 
Prova de Salto nos Jogos Olímpicos

Adestramento

Os conjuntos (cavaleiro e cavalo) deverão realizar uma série de movimentos (chamados de "figuras") de diferentes graus de dificuldade. Há figuras obrigatórias. O objetivo é que essas figuras sejam executadas com a maior perfeição possível, as quais os juízes atribuirão notas nos quesitos disciplina, prontidão e elegância, exigindo perfeita sintonia do conjunto.[8]

Saltos

Nos saltos, o cavaleiro e seu cavalo devem transpor, em sua totalidade, de 10 a 15 obstáculos ordenados em uma pista que mede entre 700 e 900 metros. A altura dos obstáculos vai de 0,60m a 1,65m, dependendo da categoria. Para a chamada Equitação Fundamental, a altura dos obstáculos vai de 0,40m a 0,90m. Neste caso, o vencedor é aquele que termina a prova o mais próximo possível do chamado tempo ideal. O tempo ideal foi implementado recentemente com a intenção de diminuir o número de acidentes nas pistas de salto. Como as provas da fundamental não são tão altas, os cavaleiros tendiam a correr muito . Sendo a maioria iniciantes, acabavam-se envolvendo em acidentes. Para se determinar este tempo usa-se a extensão do percurso em metros dividido pela velocidade da prova e multiplica por 0,95. Para a pista de 1,0m o cavaleiro pode escolher se prefere saltar no tempo ideal ou no cronômetro. Nas demais alturas, vence quem acabar a prova mais rápido e com menos faltas. O atual campeão brasileiro é o cavaleiro Rodrigo Pessoa, saltando 1,65 metros em provas.

Concurso Completo de Equitação (ou CCE)

O CCE é uma espécie de triatlo equestre, reunindo provas de adestramento, salto e cross-country, e pode ser disputada em dois formatos: um dia (ODE) e três dias (3DE), não sendo permitido trocar de cavalo uma vez que tenha começado. Trata-se de uma prova completa, na qual o conjunto deve mostrar habilidade em diversas situações.[9]

Paraolímpicas editar

Nos Jogos Paraolímpicos, são disputadas duas modalidades, o hipismo e o adestramento. No hipismo, a altura dos obstáculos é de 1,64m. O adestramento é normalmente disputado entre pessoas deficientes, nesse caso, a pista tem placas sonoras (para os deficientes visuais) e rampas (para os deficientes físicos).

Não-olímpicas editar

Enduro

O Enduro equestre se trata de provas de longa distância, entre 80 e 160 km, disputadas em etapas chamadas de "anéis", onde é colocada à prova a resistência do animal. Ao final de cada anel (fases entre 15 e 40 km), há paradas para recuperação e testes no cavalo, os "vet-checks", onde os animais cansados ou que apresentem dores no sistema locomotor são desclassificados, sem a possibilidade de substituição.

Volteio

O Volteio consiste na execução de movimentos de Ginástica Artística sobre o cavalo em movimento, utilizando seu impulso a favor do atleta e criando uma harmonia e ressonância com o mesmo. As provas são individuais, duplas ou equipes, e as notas são aplicadas conforme a técnica, grau de dificuldade, equilíbrio, segurança do atleta e integração do volteador com o cavalo.

Atrelagem

São provas de adestramento, maratona e corrida de obstáculos para serem cumpridas por uma charrete puxada por um, dois ou quatro cavalos. No adestramento, devem executar movimentos livres e obrigatórios numa pista de 100 x 400 m. A maratona é um percurso de 22 km com obstáculos naturais e artificiais. A corrida de obstáculos é uma prova contra o relógio onde os cavaleiros devem seguir numa linha reta e esquivar dos cones ao longo do caminho.

Rédeas

Mais do que guiar o cavalo, a prova de rédeas busca mostrar que o cavaleiro domina todos os movimentos do animal, valorizando a concentração e a harmonia do conjunto, realizando diversos percursos pré-determinados.

Pólo

O Pólo é um esporte praticado por dois times de quatro cavaleiros, numa partida que dura de quatro a oito períodos (chukkas) cada. O objetivo do jogo é, montado no cavalo, utilizar o taco para golpear a bola entre as balizas, marcando mais golos que a equipe adversária. O campo mede 275 m de comprimento por 140 m de largura, sem contar com a área de escape, enquanto os golos possuem 7,3 m de largura, permitindo que a bola passe pelas traves em qualquer altura.

Referências

  1. «Infopedia» 
  2. História da Fédération Equestre Internationale (FEI)
  3. Perfil da Fédération Equestre Internationale (FEI)
  4. «Histórico da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH)». Consultado em 20 de maio de 2011. Arquivado do original em 11 de agosto de 2011 
  5. «Exames de Sela». hipicaeborense.pt. Consultado em 17 de julho de 2017 
  6. Direção da Federação Equestre Portuguesa (23 de Janeiro de 2014). «Regulamento Nacional de Formação de Praticantes» (PDF). Consultado em 17 de Julho de 2017 
  7. «Federação Equestre Portuguesa». antigo.fep.pt. Consultado em 17 de julho de 2017 
  8. «Artigo sobre Adestramento Equestre». Consultado em 20 de maio de 2011. Arquivado do original em 11 de novembro de 2011 
  9. «Informações sobre o CCE». Consultado em 20 de maio de 2011. Arquivado do original em 2 de outubro de 2011 

Ver também editar

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Ligações externas editar

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