Igreja Paleocristã do Sítio dos Mosteiros

A Igreja Paleocristã do Sítio dos Mosteiros é um monumento religioso, situado nas imediações da aldeia de Oriola, no concelho de Portel, em Portugal.

Igreja Paleocristã do Sítio dos Mosteiros
Nomes alternativos Sítio arqueológico de Mosteiros
Construção época romana e Idade Média
Património Nacional
DGPC 70395
SIPA 1023
Geografia
País Portugal Portugal
Região Alentejo
Coordenadas 38° 18' 33.6" N 7° 53' 06.9" O
Mapa
Localização em mapa dinâmico

Descrição e história editar

O sítio arqueológico situa-se na área de Mosteiro,[1] na margem direita da Ribeira de Oriola, a cerca de um quilómetro de distância da aldeia de Oriola, no sentido Sudoeste.[1] Consiste num antigo mosteiro com uma zona sepulcral,[2] sendo considerado como um dos mais importantes vestígios do cristianismo primitivo, na região meridional do país.[1]

A basílica apresenta uma planta de forma cruciforme, com uma só nave, ábside semicircular interna, e um transepto com braços de planta rectangular.[1] Em ambos os lados do transepto, no lado meridional, foram encontrados os vestígios de dois mausoléus, que tinham portas tanto para o transepto como para o exterior.[1] O complexo tem cerca de 19 m no seu ponto maior, no sentido de oriente para ocidente, e 13 m de largura.[1] Parte das ruínas foram submersas pela albufeira da Barragem do Alvito.[1] No local foi recolhido um conjunto variado de espólio, que inclui fragmentos de cerâmica comum, partes de dolia, peças de vidro que pertenceriam a um copo ou uma taça, fragmentos de mármore, e pregos em ferro.[2]

A área onde se erguia o mosteiro foi ocupado pelo menos desde a pré-história, como pode ser comprovado pela presença de vários monumentos megalíticos, como a Antas da Giralda[3] e da Cegonha.[4]

Tanto o mosteiro em si como a zona funerária foram ocupadas em vários períodos diferentes, durante a época romana e a Idade Média.[2] Este não é o único vestígio romano na área de Oriola, uma vez que na zona de Cabrita foram encontradas as ruínas de um casal rústico,[5] e no Monte da Balsada foi identificada uma mancha de ocupação, ambos daquele período.[6] Na área de São Faraústo, a Sul da aldeia, foi encontrada uma necrópole[7] e uma pedreira, ambos igualmente da época romana.[8] Após o período romano, o mosteiro voltou a ser ocupado durante a época visigótica

As primeiras escavações arqueológicas no local foram feitas na década de 1970, tendo-se estudado um compartimento no lado Sudoeste da igreja.[2] Em 1983 verificou-se a ocorrência de escavações clandestinas no sítio arqueológico,[2] tendo sido violados alguns dos túmulos.[1] Em 1992 voltou a ser alvo de trabalhos arqueológicos, que incluíram o levantamento das estruturas antigas, a ampliação da área de escavação, e fazer o tratamento dos materiais encontrados nas pesquisas anteriores.[9] Foram postas a descoberto novas partes do edifício, como um nártex, permitindo assim reconstituir a planta do antigo complexo.[9]

Ver também editar

Referências

  1. a b c d e f g h «Visitar com Jorge Feio: Sítio dos Mosteiros (S.B. Outeiro)». Diário do Alentejo. 4 de Junho de 2020. Consultado em 26 de Setembro de 2023 
  2. a b c d e «Mosteiros». Portal do Arqueólogo. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 26 de Setembro de 2023 
  3. «Anta da Giralda». Portal do Arqueólogo. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 26 de Setembro de 2023 
  4. «Cegonha». Portal do Arqueólogo. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 26 de Setembro de 2023 
  5. «Cabrita». Portal do Arqueólogo. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 26 de Setembro de 2023 
  6. «Monte da Balsada». Portal do Arqueólogo. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 26 de Setembro de 2023 
  7. «São Faraústo III». Portal do Arqueólogo. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 26 de Setembro de 2023 
  8. «São Faraústo IV». Portal do Arqueólogo. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 26 de Setembro de 2023 
  9. a b «Escavação (1992)». Portal do Arqueólogo. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 26 de Setembro de 2023 

Ligações externas editar


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