Igreja Reformada em Moçambique

A Igreja Reformada em Moçambique (IM) é uma denominação cristã reformada fundada em 1909, em Moçambique, por missionários da Igreja Reformada Neerlandesa (NGK).[3][4][5][6][7][2]

Igreja Reformada em Moçambique
Classificação Protestante
Orientação Reformada Continental
Teologia Calvinista
Associações Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas[1]
Área geográfica Moçambique
Origem 1909 (115 anos)
Ramo de(o/a) Igreja Reformada Neerlandesa (NGK)
Congregações 75 (2019)[2]
Membros 80.000 (2019)[2]
Ministros 86 (2019)[2]

História editar

Início editar

O trabalho missionário inicial da Igreja Reformada Neerlandesa (NGK) no Malawi se espalhou naturalmente entre as mesmas pessoas de língua Chichewa que viviam na Angónia portuguesa do outro lado da fronteira com Moçambique. A estação missionária de Mlanda, no Malawi, onde serviu o Rev. AG Murray, ficava há dois quilômetros desta fronteira.[3][4][2]

O Rev. AG Murray não recebeu resposta ao seu pedido para começar a trabalhar lá. Assim, em 1907 viajou para Tete para se encontrar pessoalmente com o governador português que lhe permitiu iniciar o trabalho missionário na área. Todavia, a missão protestante holandesa deveria cumprir algumas condições: não poderia se estabelecer a menos de 20 milhas de qualquer estação missionária católica romana existente ou recém-fundada, o português era a língua de instrução nas escolas da missão, e todos os missionários e professores tinham que ser proficientes em português.[3][4][2]

Assim sendo, em junho de 1908, o Rev. AG Murray obteve a permissão necessária e, em 19 de maio de 1909, chegou às margens do rio Chibvomozi na província de Tete.

O trabalho progrediu lentamente. Um grupo de evangelistas do Malawi também participou da evangelização e em 1910 os primeiros adultos foram batizados.

Este novo empreendimento missionário seguiu a mesma abordagem missionária do Malawi. Foi estabelecida uma escola voltada para a leitura da Bíblia, uma classe de catecúmenos em que dois jovens se matricularam (foram os dois primeiros convertidos em 1910), foram criados postos e escolas secundárias e foi fornecida assistência médica elementar. Alguns outros missionários se seguiram e mais estações missionárias foram fundadas, a saber, Fulankhungo em 1912 e Chiputu e Bengu em 1914. A Congregação de Mphatso foi oficialmente formada em 28 de março de 1915, com 95 membros comungantes e 249 catecúmenos.

Devidos ao início da Primeira Guerra Mundial, a Igreja Reformada Neerlandesa (NGK) passou a ser vista com desconfiança pelo governo português. Igualmente, a missão estabeleceu escolas com base na língua Chichewa em vez do português, descumprindo o acordo para a sua permissão de atuação no país.

Consequentemente, em 1922, o governo português proibiu a missão de continuar suas atividades.[3][4][2]

Reestabelecimento editar

Após a independência de Moçambique, a Igreja Reformada Neerlandesa (NGK) voltou ao país para reestruturação da igreja.

Na década de 1970, a denominação se tornou autônomo da igreja-mãe e se espalhou por todo o país, chegando às regiões de Maputo, bem como o Norte e Sul do país. Em 1975, obteve o registro no governo recém independente.[3][4][2]

Em 2019, a denominação eram formada por 3 sínodos, 75 congregações, 86 pastores e 80.000 membros.[2]

Doutrina editar

A denominação subscreve as Três Formas da Unidade (Confissão Belga, Catecismo de Heidelberg e os Cânones de Dort) como seus símbolos de fé. Além disso, reconhece o Credo dos Apóstolos como exposições fiéis das doutrinas bíblicas e afirma a inerrância bíblica.[5][7]

A denominação também permite a ordenação de mulheres.[7]

Relações Intereclesiásticas editar

A IRM é membro da Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas[1].

Referências

  1. a b «Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas: Membros». Consultado em 7 de junho de 2022 
  2. a b c d e f g h i «História da Igreja Reformada em Moçambique». Consultado em 26 de dezembro de 2022 
  3. a b c d e Willem Johannes Gouws (2005). «Nem pela força e nem pelo poder». História da Igreja Reformada em Moçambique: 1908-2004. Stellenbosch: Universidade de Stellenbosch. Consultado em 26 de dezembro de 2022 
  4. a b c d e Cristiane Nascimento da Silva (2017). «Viver a Fé em Moçambique: As relações entre a Frelimo e as confissões religiosas (1962-1982)» (PDF). Niterói: Universidade Federal Fluminense. Consultado em 26 de dezembro de 2022 
  5. a b «Boletim da República» (PDF). 21 de Março de 2007. pp. 272–245. Consultado em 26 de dezembro de 2022 
  6. NJC Nobre (2019). «A vocação da Igreja Reformada em Moçambique para a Igualdade de Género na Igreja e na Sociedade» (PDF). Consultado em 26 de dezembro de 2022 
  7. a b c «Igreja Reformada em Moçambique». Reformiert Online. Consultado em 26 de julho de 2022