Os Ikhwan ou Ikhwan man ata'a Allah (Irmãos do Poder de Deus), eram uma milícia religiosa composta por tribos tradicionalmente nómadas, que formaram uma força militar significativa de Ibn Saud e teriam desempenhado um papel importante em estabelecê-lo como governante da maior parte da Península Arábica no Reino da Arábia Saudita.[1]

Os Ikhwan surgiram por volta de 1902. Eles eram o produto do clero que pretendia desmembrar as tribos beduínas e estabelecê-las em torno dos poços e oásis das populações árabes sedentárias, principalmente dos Najd, sob o argumento de que a vida nómada era incompatível com a estrita conformidade de sua interpretação do Islão. Os recém-islamizados beduínos seriam convertidos de invasores nómadas em soldados do Islão. Os clérigos/professores do Ikhwan foram dedicados à sua ideia de purificação e unificação do Islão, e alguns dos recém-convertidos Ikhwan se rebelaram contra o emir Ibn Saud, acusando-o de frouxidão religiosa. A conquista do Hejaz em 1924 colocou todo o atual estado saudita sob o controle de Ibn Saud. O monarca então entrou em conflito com elementos dos Ikhwan. Ele esmagou o seu poder na Batalha de Sabilla em 1929 ou 1928,[2] após o que a milícia foi reorganizada na Guarda Nacional da Arábia Saudita.[3]

Referências

  1. Commins, David. The Wahhabi Mission and Saudi Arabia. [S.l.]: I.B.Tauris. p. 81. A importância do poder militar da Ikhwan para o sucesso das conquistas de Ibn Saud é outro ponto controverso. 
  2. Thesiger, Wilfred (1991). Arabian Sands. [S.l.]: Penguin Books. pp. 248–249 
  3. Commins, David (2009). The Wahhabi Mission and Saudi Arabia. [S.l.]: I.B.Tauris. p. 92. Os combatentes da Ikhwan formaram unidades numa nova instituição militar, inicialmente o Exército Branco, por fim a Guarda Nacional ...