Isaque I Comneno

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Isaque I Comneno (em grego: Ισαάκιος Α΄ Κομνηνός; romaniz.: Isaakios I Komnēnos)) foi imperador bizantino entre 1057 e 1059,[1] e o fundador da Dinastia comnena.

Isaque I Comneno

Histameno escifato com efígie de Isaque I Comneno
Imperador Bizantino
Reinado 5/8 de junho de 105722 de novembro de 1059
Consorte Catarina da Bulgária
Antecessor(a) Miguel VI, o Estratiótico 
Sucessor(a) Constantino X Ducas
Nascimento 1005
Morte 1061 (56 anos)
Dinastia Comneno
Pai Manuel Erótico Comneno
Filho(s) Manuel Comneno
Maria Comnena

Era filho de Manuel Erótico Comneno, oficial do imperador Basílio II Bulgaróctono, que, no seu leito de morte, encomendou os seus dois filhos Isaque e João ao cuidado do imperador. Basílio cuidou que recebessem uma educação esmerada no mosteiro de Estúdio, e depois colocou-os em postos elevados na administração.

Durante os reinos conturbados dos sete sucessores de Basílio II, Isaque, por sua conduta prudente, granjeou a confiança e a admiração do exército. Entre 1042 e 1057, comandou o exército na Anatólia. Em 1057, revoltou-se na Paflagónia e juntou-se aos nobres da capital numa conspiração contra Miguel VI, o Estratiótico . Depois da queda deste, Isaque foi proclamado imperador, fundando a Dinastia comnena. O patriarca Miguel Cerulário coroou Isaque I imperador a 1 de setembro de 1057, sendo-lhe atribuído o mérito pela aceitação de Isaque como imperador.

 
Histameno escifato de Isaque. Sua postura marcial, exibindo uma espada, é única entre as moedas bizantinas.

A primeira preocupação do imperador foi recompensar os seus apoiantes aristocratas com nomeações que os afastavam de Constantinopla, e em seguida tentar restabelecer as depauperadas finanças imperiais. Revogou prebendas e concessões atribuídas pelos seus antecessores a cortesões ociosos e, respondendo às acusações de sacrilégio feitas por Miguel Cerulário em um decreto de desterro em 1058, apropriou-se de parte dos rendimentos eclesiásticos. A única expedição militar de Isaque foi contra o rei André I da Hungria e seus aliados pechenegues que ameaçavam a fronteira norte do império em 1059.

Abdicação

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 Relato detalhado da abdicação : Catarina da Bulgária

Pouco depois da campanha vitoriosa firmou uma paz com a Hungria e regressou a Constantinopla. Lá foi acometido por uma doença e convenceu-se de que esta era mortal. Os cortesões tiraram partido da situação liderados por Miguel Pselo, que influenciou Isaque para que este nomeasse Constantino X Ducas seu sucessor e não o seu irmão João Comneno. Isaque abdicou a 22 de novembro de 1059, contra a vontade do seu irmão e da sua esposa Catarina da Bulgária. Tal como Isaque, tanto Catarina quanto a filha deles, Maria, tomaram votos religiosos.

Embora tenha se recuperado, Isaque Comneno não reassumiu o cargo de imperador, vivendo como um monge no Mosteiro de Estúdio, alternando trabalhos braçais com estudos literários. Os seus escólios sobre a "Ilíada" e outros trabalhos sobre os poemas homéricos chegaram até aos nossos dias. Morreu em finais de 1060 ou em inícios de 1061. O grande objectivo de Isaque era devolver ao império a organização que já desfrutara no passado e as suas reformas, embora impopulares entre todas as camadas da população, foram mais tarde reconhecidas como importantes para atrasar, pelo menos, a derrocada final do Império Bizantino.

Relações familiares

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Casou-se com Catarina da Bulgária (Xene - "estrangeira", depois de ter se tornado freira), filha de João Vladislau do Império Búlgaro. Tiveram pelo menos dois filhos:

  1. Manuel Comneno, que morreu antes de 1059.
  2. Maria Comnena, freira.

Referências

  1. John H. Rosser (2012). Historical Dictionary of Byzantium. Scarecrow Press. p. 512. ISBN 978-0-8108-7567-8.

Bibliografia

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  • (fonte primária) Miguel Pselo, Cronografia.
  • The Oxford Dictionary of Byzantium, Oxford University Press, 1991.

Precedido por
Miguel VI, o Estratiótico 
Imperador bizantino
1057 - 1059
Sucedido por
Constantino X Ducas