Ivar, o Desossado

chefe viking dinamarquês ou sueco do século IX
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Ivar, o Desossado ou Sem-Ossos (em nórdico antigo: Ívarr hinn Beinlausi; em inglês antigo: Hyngwar), também chamado Ivar, Filho de Ragnar (em nórdico antigo: Ivar Ragnarsson), foi líder viquingue e comandante militar que invadiu o que é hoje a Inglaterra. Segundo a Saga de Ragnar Calças Peludas, foi filho de Ragnar Calças Peludas e Aslauga. Seus irmãos incluíam Biorno Braço de Ferro, Haldano, Huitserco Camisa-Branca, Sigurdo Cobra-no-Olho e Uba.

Ivar, o Desossado
Ivar, o Desossado
Hyngwar, nome de Ivar como aparece no Harley MS 2278, um manuscrito em inglês médio do século XV
Casa Munso
Pai Ragnar Calças Peludas
Mãe Aslauga

Vida editar

 
Rotas do Grande Exército Pagão

Era filho de Ragnar Calças Peludas e Aslauga e irmão de Biorno Braço de Ferro, Haldano, Huitserco Camisa-Branca, Sigurdo Cobra-no-Olho e Uba.[1] Aparece em 865, quando liderou o Grande Exército Pagão com Haldano e Uba.[2][3] Em 851, após o rei Etelvulfo da Saxônia Ocidental (r. 839–858) derrotá-los, os viquingues decidiram ir mais ao norte à Ânglia Oriental. As sagas veem a invasão deles como uma resposta à morte de seu pai nas mãos de Ela da Nortúmbria em 865, mas a historicidade da reivindicação é incerta.[4][5]

No fim de 865, os viquingues chegaram na Ânglia Oriental, mas foram impelidos a acordar a paz com o rei Edmundo (r. 855–869/870) por cavalos.[6] Ficaram na região durante o inverno antes de marcharem à Nortúmbria no final de 866, onde sobrepujaram o recém-deposto Osberto e o usurpador Ela e se assentaram em Iorque.[7] Pelas lendas, Ela foi executado pelos irmãos usando a águia de sangue, um método ritual de execução de debatida historicidade no qual a caixa torácica é aberta atrás e os pulmões são esticados, criando uma forma similar a asas.[8]

Em 867, os nortúmbrios pagaram tributo e os invasores colocaram Egberto I (r. 867–872) como títere e foram à Mércia, onde tomaram Nottingham. O rei Burgredo (r. 852–874) pediu ajuda ao rei Etelredo da Saxônia Ocidental (r. 865–871) e o exército combinado sitiou a cidade sem quaisquer sucessos, obrigando os mércios a pagarem tributo.[7] Voltaram à Nortúmbria no outono de 868 e invernaram em Iorque, ficando lá quase todo o ano de 869. Voltaram à Ânglia Oriental e ficaram o inverno de 869-870 em Thetford. Dessa vez os invasores e locais não acordaram a paz e quando Edmundo atacou-os, ele foi capturado e morto;[7] segundo tradição preservada na Paixão de Abão de Fleury, foi Ivar que ordenou a morte por decapitação.[9] Ivar não é mais citado após a morte de Edmundo.[10] No entanto, ele é geralmente associado a Imar, um rei nórdico de Dublim que morreu em 873.[11]

Ver também editar

  • Ivar, nome nórdico antigo e atual

Referências

  1. Walter 2011, p. 34.
  2. Brøndsted 1965, p. 52-53.
  3. Sawyer 2001, p. 9–11; 53–54.
  4. Munch 1926, p. 245–251.
  5. Jones 1984, p. 218–219.
  6. Ridyard 1988, p. 65.
  7. a b c Keynes 1983, p. 16–17.
  8. Holman 2007.
  9. Ridyard 1988, p. 67.
  10. Forte 2005, p. 72.
  11. Woolf 2006, p. 95.

Bibliografia editar

  • Brøndsted, Johannes; Skov, Kalle (1965). The Vikings. Londres: Pelican Books 
  • Forte, Angelo; Oram, Richard; Pedersen, Frederik (2005). Viking Empires. Cambridge: Cambridge University Press 
  • Holman, Katherine (2007). The northern conquest: Vikings in Britain and Ireland. Oxford: Signal Books. ISBN 9781904955344 
  • Jones, Gwyn (1984). A History of the Vikings. Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-215882-1 
  • Keynes, Simon; Lapidge, Michael (1983). Alfred the Great: Asser's Life of King Alfred & Other Contemporary Sources. Londres: Penguin Classics. ISBN 978-0-14-044409-4 
  • Munch, Peter Andreas (1926). Norse Mythology Legends of Gods and Heroes. Nova Iorque: The American-Scandinavian foundation 
  • Ridyard, Susan J. (1988). The Royal Saints of Anglo-Saxon England: a Study of West Saxon & East Anglian Cults. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0-521-30772-4 
  • Sawyer, Peter (2001). The Oxford Illustrated History of Vikings. Oxford: Oxford University Press 
  • Walter, John K. (2011). «Ragnars Saga Lodbrokar». In: Gentry, Francis G.; McConnell, Winder; Müller, Ulrich; Wunderlich, Werner. The Nibelungen Tradition: An Encyclopedia. Londres e Nova Iorque: Routledge 
  • Woolf, Alex (2006). «The Age of the Sea-Kings: 900–1300». In: Omand, Donald. The Argyll Book. Edimburgo: Birlinn. ISBN 978-1-8415-8480-5