Izz ad-Din al-Qassam

Izz ad-Din Abd al-Qadar ibn Mustafa ibn Yusuf ibn Muhammad al-Qassam (em árabe: عز الدين بن عبد القادر بن مصطفى بن يوسف بن محمد القسام / ALA-LC: ʿIzz ad-Dīn ibn Abd al-Qāder ibn Mustafa ibn Yūsuf ibn Muhammad al-Qassām; Jableh, 1881 ou 19 de dezembro 1882 –Sheik Zeid, 20 de novembro 1935) foi um influente pregador árabe e clérigo do Islã sunita durante o Mandato Britânico da Palestina. Em 1930, al-Qassam fundou al-Kaf al-Asuad ("a Mão Negra"), o primeiro grupo organizado de militantes palestinos.[1]

Izz ad-Din al-Qassam
عز الدين القسام
Izz ad-Din al-Qassam
Nascimento 19 de dezembro de 1882
Jableh, Vilaiete de Beirute, Império Otomano
Morte 20 de novembro de 1935 (52 anos)
Sheik Zeid, Subdisrito de Jenin, Mandato Britânico da Palestina
Causa da morte perfuração por arma de fogo
Alma mater Universidade de Alazar
Ocupação Líder guerrilheiro, revivalista muçulmano, pregador, professor, imame
Religião Islã sunita

Biografia editar

Estudou no Egito, na Universidade de al-Azhar, onde inicialmente seguiu as ideias salafistas,[2] opondo-se ao Islã institucional dos muftis e dos ulemás.

Ele foi um defensor convicto da jihad contra os italianos que,[3] com a guerra contra o Império Otomano, conquistaram a Cirenaica e a Tripolitânia (guerra ítalo-turca de 1911). Nessa ocasião arrecadou fundos e compôs um hino destinado a ser tocado por ocasião da desejada (mas não concretizada) vitória dos muçulmanos cirenaicos e tripolitanos. Também alistou dezenas de voluntários destinados à frente da Líbia, mas foram bloqueados pelas autoridades de Istambul que não queriam este tipo de combatentes nas zonas de combate.

Alistou-se então nas fileiras do exército otomano durante a Primeira Guerra Mundial e para isso recebeu educação militar adequada, sendo designado para trabalhar como assistente espiritual das tropas numa base perto de Damasco.

Foi, portanto, contra os ocupantes franceses que esmagaram a tentativa monárquica liderada pelo Emir Faisal na Batalha de Maysalun. Os franceses, uma vez reduzida à impotência a revolta na Síria de 1921, condenaram-no à morte, mas Izz ad-Dīn al-Qassām foi para as montanhas, dando vida a uma forma de resistência patriótica, recorrendo às ferramentas típicas da guerrilha.

Tendo fugido para Haifa,[4] ensinou religião islâmica, destacando-se como um reformador social. Ele logo defendeu a jihad também contra os mandatos de ocupação britânicos e contra os sionistas judeus que chegaram à Palestina. Ele fundou e liderou a organização secreta Mão Negra[5] até sua morte e foi finalmente morto pelas forças britânicas em Jenin em 19 de novembro de 1935. Sua morte desencadeou a Grande Revolta Árabe em 1936.[6]

Izz ad-Dīn al-Qassām está atualmente enterrado no cemitério muçulmano de Haifa e seu túmulo foi profanado várias vezes (especialmente em 1999) por extremistas israelenses de direita.[7]

O foguete Qassam e o braço militar do Hamas (Movimento de Resistência Islâmica) foram nomeados em homenagem a ele.

Referências

  1. Lozowick, Yaacov (2003). Right to Exist: A Moral Defense of Israel's Wars. [S.l.: s.n.] 
  2. Schleifer, ed. Burke, 1993, p. 166.
  3. Schleifer, ed. Burke, 1993, p. 168.
  4. Schleifer, ed. Burke, 1993, p.170
  5. Kimmerling and Migdal, 2003, p. 65.
  6. https://www.palestineremembered.com/Haifa/Balad-al-Shaykh/index.html
  7. https://www.palestineremembered.com/Haifa/Balad-al-Shaykh/index.html