Jacques Roux (21 de agosto de 1752 - 10 de fevereiro de 1794, na prisão de Bicêtre) foi uma personalidade da Revolução Francesa, pioneiro do socialismo na França e conhecido como "O Cura Vermelho".

Jacques Roux
Jacques Roux
J.-Frédéric Cazenave rézkarca (1795)
Nascimento 21 de agosto de 1752
Pranzac
Morte 10 de fevereiro de 1794 (41 anos)
Bicêtre
Sepultamento Cimetière de Gentilly
Cidadania França
Ocupação político, padre
Religião Igreja Católica
Causa da morte exsanguinação

Biografia editar

Jacques Roux era padre e professor nos primórdios da Revolução Francesa. Quando, em 1790, acontecem motins camponeses e pilhagens de castelos em sua paróquia, é acusado pelo comissário de ter, com suas ideias e sermões, insuflado a revolta no seio de sua congregação e « acusado de ter pregado a doutrina perigosa de que as terras pertencem a todos de forma igual e que se devia recusar pagar os direitos senhoriais » [1]

Transferiu-se então para Paris, foi nomeado vigário de Saint-Nicolas-des-Champs e um dos primeiros padres a prestar juramento à Constituição Civil do Clero. Acompanhou Luís XVI até ao cadafalso, junto com Jacques-Claude Bernard, em 21 de janeiro de 1793, quando o rei foi guilhotinado. Sua facção, a dos "Enragés" (da qual também faz parte Jean-François Varlet), reclama pela taxação e regulamentação dos preços[2]. Roux denuncia a burguesia mercantil, mais terrível, segundo ele, que « a aristocracia nobiliária e sacerdotal ».

Este « padre socialista » (Albert Mathiez) defendia a ideia de que os princípios de liberdade, defendidos pela nova legislação, serviam antes de tudo a uma classe em detrimento da sociedade. A expressão mais completa de seu programa foi, sem dúvida, a contida em seu "Adresse à la Convention Nationale", (também conhecido como "Manifeste des Enragés"[3]), de 25 de Junho de 1793 que repousa sobre o conceito que :

"A Liberdade não é mais que um vão fantasma, quando uma classe de homens pode deixar faminta a outra impunemente. A Igualdade não é mais que um fantasma, quando o rico, pelo monopólio, exerce direito de vida e morte sobre seu semelhante. A República não é mais que um vão fantasma, quando a contrarrevolução se opera dia a dia pelo preço dos alimentos, aos quais três quartos da população não pode alcançar sem derramar lágrimas."

Este movimento inquieta a Convenção, Marat - que não hesita em qualificar Roux de «patriota de circunstância» ou de «o incendiário da Secção de Gravilliers» - e mesmo os "Hébertistes". Roux fica cada vez mais isolado. Os Montanheses desencadeiam contra ele uma campanha visando fazê-lo passar por contrarrevolucionário. Preso em setembro de 1793 para ser julgado pelo Tribunal Revolucionário, prefere matar-se com um punhal.

Bibliografia (em francês) editar

  • Albert Soboul, La Civilisation de la Révolution française, Arthaud, 1988.
  • Maurice Dommanget, Enragés et curés rouges en 1793: Jacques Roux et Pierre Dolivier, Editions Spartacus, 1993.
  • André Berland, Un grand révolutionnaire charentais, l'abbé Jacques Roux : les débuts en Angoumois et en Saintonge du futur chef des Enragés, 1752-1794, Libr. B. Sepulchre, 1988.

Referências

  1. Max Weber, "L’Éthique protestante et l’esprit du capitalisme." seguido de "Les sectes protestantes et l’esprit du capitalisme". Trad. fr., Plon, 1964.
  2. Guillon, Claude (2009). Notre patience est à bout : 1792-1793, les écrits des Enragé(e)s. Paris: Imho. OCLC 312635596 
  3. Manifeste des Enragés, escrito por Jacques Roux em 1793 e disponível aqui: https://fr.wikisource.org/wiki/Manifeste_des_Enrag%C3%A9s
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