João Archer

arquiteto português

João Alexandre Cabral Archer de Carvalho ComMAI[1] (Porto, 19 de Junho de 1928) é um arquitecto português.[2]

João Archer
Nome completo João Alexandre Cabral Archer de Carvalho
Nascimento 19 de junho de 1928 (95 anos)
Porto
Nacionalidade português
Ocupação arquitecto

Carreira editar

Archer estudou Arquitectura na Escola Superior de Belas Artes do Porto onde obtém o diploma em 1953. Entre 1949 e 1953 trabalhou no gabinete do Arquitecto João Andresen, com a colaboração do qual obteve o 3º prémio para o bairro das Caixas de Previdência da Guarda, o 3.º prémio no concurso Lusalite e uma menção honrosa no concurso para as instalações da Empresa de Pesca de Aveiro.[2]

Apoiou e colaborou nos trabalhos da exposição de 1951 da Organização dos Arquitectos Modernos.

Em Julho de 1953 entrou oficialmente para a Hidroeléctrica do Douro (actualmente englobada na EDP), para a qual já vinha a desenvolver trabalhos e tornando-se o primeiro arquitecto oficial da empresa. Elabora o Plano Geral de Picote, uma vila construída de raiz segundo os preceitos modernistas da Carta de Atenas para servir de apoio à barragem e ao pessoal especializado.

Para além de coordenador do grupo de arquitectos, realiza intervenções nas construções industriais (edifícios de comando, centrais, eclusas de navegação, pórticos) nas centrais de Picote (1954-1959), Miranda do Douro (1955-1960), Bemposta (1958-1964), Carrapatelo e Régua.

A 31 de Agosto de 1972 foi feito Comendador da Ordem Civil do Mérito Agrícola e Industrial Classe Industrial.[3]

Após a sua saída em 1994 presta assessoria a empresas do grupo EDP.

Obra editar

O gabinete de arquitectura que coordenou a partir de 1953 e que funcionou em exclusivo para a Hidroeléctrica do Douro até 1969 corresponde a uma das experiências mais marcantes da arquitectura moderna portuguesa na segunda metade do século XX.[4] Durante as décadas de 1950 e 1960, Portugal assiste a um investimento avultado na construção de barragens, o que propicia um campo de experimentação para o desejo já manifestado pelos arquitectos no 1.º congresso nacional dos arquitectos em relação à aplicação dos princípios da arquitectura moderna.

À equipa inicial de João Archer juntam-se em 1954 os arquitectos Manuel Nunes de Almeida (1928- ) e Rogério Ramos (1927-1976). A colaboração desta equipa será responsável por inúmeros projectos de edifícios industriais, de apoio, residenciais e planos de urbanização ligados à Hidroeléctrica do Douro.

A sua obra é assumidamente moderna, aplicando com rigor os princípios enumerados nos CIAM e recusando a inclusão, ou a fusão, de elementos vernaculares ou específicos da arquitectura Portuguesa, em contracorrente com a prática da época.[carece de fontes?].

Família editar

João Archer é o mais novo de oito filhos e filhas de Tomás Archer de Carvalho (24 de Outubro de 1870 - 23 de Outubro de 1948) e de sua mulher (Porto, Miragaia, 20 de Janeiro de 1908) Maria Benedita de Meneses Pereira Cabral (21 de Março de 1885 - ?).[5]

Casou a 1 de Dezembro de 1954 com Maria Francisca Cardoso de Meneses de Almeida Campos (27 de Maio de 1926 - ?), filha de António Maria Pais de Almeida Campos (Porto, 25 de Julho de 1891 - 31 de Março de 1961) e de sua mulher (Guimarães, 20 de Maio de 1915) Ana Júlia Felgueiras Cardoso de Menezes (Guimarães, 28 de Março de 1892 - 22 de Outubro de 1965), neta paterna do 1.º Visconde de Margaride e 1.º Conde de Margaride, da qual não teve descendência.[5]

Referências

  1. CIDADÃOS NACIONAIS AGRACIADOS COM ORDENS PORTUGUESAS
  2. a b «Biografia João Archer». Ordem dos Arquitectos 
  3. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "João Alexandre Cabral Archer de Carvalho". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 25 de outubro de 2015 
  4. «João Archer & Manuel Nunes de Almeida - Os arquitectos do Segundo Modernismo». Jornal Arquitectos #237. , Publicação Trimestral da Ordem dos Arquitectos, Out./Novembro/Dezembro 2009 [ligação inativa]
  5. a b António Carlos de Sequeira Cabral. Vales Pereiras Cabrais da Casa da Rua das Flores. Porto, 1981. [S.l.]: Edição do Autor. 268 

Ligações externas editar