João Andresen

arquiteto português

João Henrique de Mello Breyner Andresen (Porto, 13 de Dezembro de 1920 - Porto, 24 de Junho de 1967) foi um arquitecto português, irmão da poetisa Sofia de Melo Breyner.

João Andresen
Nome completo João Henrique de Mello Breyner Andresen
Nascimento 13 de dezembro de 1920
Porto
Morte 24 de junho de 1967 (46 anos)
Porto
Nacionalidade Portugal portuguesa
Ocupação arquitecto

Biografia editar

Passa a sua infância no Porto na propriedade da família, a Casa Andresen no Campo Alegre, hoje Jardim Botânico.

Entre 1939 e 1948 frequentou o curso de Arquitectura na Escola de Belas Artes do Porto. A partir de 1948 exerceu na mesma instituição actividade docente como assistente de Urbanologia. Em 1961 vence o concurso público para professor efectivo com a dissertação Por uma cidade mais humana.

Entre 1947 e 1952 integra a Organização dos Arquitectos Modernos. Durante este período vê vários trabalhos seus publicados na revista Arquitectura.

A partir de 1964 associa-se ao arquitecto Cristiano Moreira e colabora com Januário Godinho nas suas obras em Lisboa.

Obra editar

A sua obra é influenciada pelo contexto teórico internacional dos anos 40 e pelo trabalho de Walter Gropius e Siegfried Giedion no pós-guerra. A partir da década de 1950, é visível o interesse no trabalho de Marcel Breuer e o seu conceito de casa binuclear, onde existe uma separação clara entre o espaço de dia e o espaço de noite, conceito aplicado nas suas casas de Valongo, Caxias e Figueira da Foz.[1] As suas obras conjugam elementos da arquitectura modernista internacional com processos de construção comuns na construção vernacular, como a pedra ou a telha.

Está entre os primeiros arquitectos portugueses a participar em concursos internacionais, com o projecto para concurso a Casa Canadiana do Futuro, situação pioneira que contribui para a voltar a inserir a arquitectura portuguesa na produção contemporânea internacional, que irá ocorrer em pleno a partir da década de 1970.[1]

 
João Andresen - Pousada de Valença

Na sequência da sua contratação para a realização da Pousada de Valença em 1954 por parte da DGEMN, vê vários dos seus anteprojectos recusados por não se integrarem na visão tradicionalista e pitoresca que o cliente queria para as pousadas, num processo tumultuoso que se arrastaria até 1963.[2]

Mar Novo editar

Integrou, com o pintor Júlio Resende e o escultor Salvador Barata Feyo (vindos da Escola de Belas Artes do Porto), a equipa que venceu o concurso para o Monumento ao Infante D. Henrique em Sagres, em 1956, com um projecto designado Mar Novo, que não foi concretizado. Salazar recusou o resultado do concurso, como tinha feito já várias vezes com anteriores propostas de outros artistas, e comunica que o Conselho de Ministros havia decidido não construir a obra. Em vez disso, seria edificada em Lisboa uma reprodução, definitiva e em pedra, da escultura inicialmente prevista para ser exibida apenas durante a Exposição do Mundo Português, em 1940, o Padrão dos Descobrimentos.

Dois anos depois (em 1958) Sophia de Mello Breyner Andresen, deu ao seu livro de poesia o mesmo nome. Chocada com a injustiça da decisão que afeta o irmão, e que considera política, deposita no livro um ato de revolta e insurreição. O caso tem sido até, por vezes, associado à morte prematura do arquiteto, aos 46 anos. Mas o enfarte agudo só acontece em junho de 1967, nove anos depois do episódio com «Mar Novo».

Cronologia editar

Urbanismo editar

  • Anteplanos de urbanização de Sernancelhe (1951), Penacova (1952)
  • Planos de desenvolvimento turístico da Quinta da Marinha em Cascais (1961), Ponta da Piedade em Lagos (1963); Reis Magos na Madeira (1964)
  • Planos de Pormenor para a Federação das Caixas de Previdência de Ramalde no Porto (1949), Bragança (1955), Cabo Mor em Vila Nova de Gaia (1957) e Bairro do Viso no Porto (1959)

Referências

  1. a b Rui Jorge Garcia Ramos, Sérgio Dias da Silva; João Andresen. «A casa do pós-guerra e o debate arquitectónico nos anos de 1950, 2010». Universidade do Porto 
  2. Ana Tostões. «Pousada de S. Teotónio». inserido na exposição Arquitectura Moderna Portuguesa, IPPAR, 2001. Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico 

Ligações externas editar

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