João Baptista Leopoldo Figueiredo

político brasileiro

João Baptista Leopoldo Figueiredo (Santos, 6 de janeiro de 1910São Paulo, 25 de setembro de 1989) foi um economista brasileiro que atuou como presidente do Banco do Brasil e um dos fundadores do Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (IPÊS), tendo atuado durante a década de 1980 como conselheiro de diversas empresas como Pirelli, Eluma, Brasilit, Atlas-Copco, Ciba-Geigy, Siemens, Robert Bosch, ZF do Brasil, Cefri, Itaú e Saab-Scânia.[1]

João Baptista Leopoldo Figueiredo
João Baptista Leopoldo Figueiredo
Nascimento 6 de janeiro de 1910
Santos
Morte 25 de setembro de 1989
São Paulo
Cidadania Brasil
Ocupação político
Empregador(a) Banco do Brasil

Biografia

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João Batista Leopoldo Figueiredo nasceu no município brasileiro de Santos no dia 6 de janeiro de 1910, filho de Leopoldo de Oliveira Figueiredo e de Maria Augusta Silva Figueiredo.[1] Foi sobrinho de Euclydes de Oliveira Figueiredo Filho, que foi membro ativo participando da Revolução Constitucionalista de 1932 como coronel e depois foi deputado federal entre 1946 e 1951.[2][3] Era primo do presidente João Figueiredo que ocupou o cargo durante a Ditadura militar brasileira.[4]

Começou sua vida estudantil na cidade de Santos, pelo Ginásio Santista e continuou seus estudos no Ginásio São Bento, na capital paulista, especializando-se posteriormente em economia e finanças.[1]

Começou sua vida profissional nos negócios de seu pai em 1927 assumindo a direção da firma L. Figueiredo, em São Paulo. No ano de 1940, seu pai veio a morrer e João tornou-se presidente da empresa.[1]

No ano de 1943, foi um dos fundadores do Banco Sul-Americano do Brasil, tornando-se o seu primeiro presidente.[5][6] Com o fim da Segunda Guerra Mundial, assumiu a presidência da Câmara Teuto-Brasileira de Comércio e Indústria de São Paulo, que ajudou a fundar e que desempenhou o papel no estabelecimento de relações diplomáticas e comerciais entre o Brasil e a Alemanha, que estava com uma imagem devastada perante a comunidade internacional após os horrores promovidos pelo Nazismo.[7][8]

Durante o governo Jânio Quadros (1961), foi presidente do Banco do Brasil assumindo o cargo no mês de fevereiro, em substituição ao Carlos Cardoso (1960-1961).[9]

No seu período em frente ao cargo de presidente fez umas série de mudanças nas políticas fiscais do banco. Essa reforma, entre outras medidas, eliminou os subsídios cambiais, unificando o câmbio, e teve como consequências a melhoria, a curto prazo, da situação orçamentária, permitindo um maior rendimento da tributação sobre produtos importados, maiores ingressos para a Petrobras e a assinatura de vários acordos financeiros no exterior. Por outro lado, foi mal recebida pelos partidos que faziam oposição a Jânio, especialmente os vinculados aos trabalhadores e aos setores mais populares da sociedade brasileira, pois resultou em grande elevação do custo de vida.[1] Deixou a presidência do banco em setembro, logo após a renúncia de Jânio, sendo substituído por Ney Galvão (1961-1963).[10]

Em 1962, foi um dos fundadores do Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (IPÊS), organização que reunia empresários do Rio e de São Paulo com o objetivo de “defender a liberdade pessoal e da empresa”, ameaçada, segundo o grupo, pelo plano de socialização em curso no Governo João Goulart (1961-1964). Presidiu o IPÊS até 1964, pouco antes da vitória do movimento político-militar de março que golpeou Goulart, de cuja preparação e organização participou ativamente.[11] Em seu nome haviam telegramas conspiratórios ao governo de João Goulart, o que comprova que João Batista participou dos grupos pró-ditadura junto com outros pares do empresariado paulistano.[12]

Ao longo da década de 1960, foi desfazando-se de alguns cargos. Em 1966, deixou a presidência da Câmara Teuto-Brasileira e no ano seguinte saiu da presidência do Banco Sul-Americano, que foi comprado e incorporado pelo Itaú.[13] Após o distanciamento desses empregos, João Batista fez carreira na iniciativa privada em empresas como o Banco Federal Itaú, Banco Itaú de Investimentos, Pirelli, São Paulo Light Serviços de Eletricidade, Volkswagen e a APEC Editora.[14][4]

Em seus últimos anos de vida foi diretos do Sindicato da Indústria de Pneumáticos e Câmaras de Ar do Estado de São Paulo e do Sindicato Nacional da Indústria de Tratores.[1][15]

João Batista Leopoldo Figueiredo morreu em 25 de setembro de 1989.[16] Foi casado com Maria de Lurdes Silveira Figueiredo, com quem teve dez filhos.[1]

Referências

  1. a b c d e f g Brasil, CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «FIGUEIREDO, JOAO BATISTA LEOPOLDO | CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 4 de junho de 2018 
  2. Brasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «EUCLIDES DE OLIVEIRA FIGUEIREDO». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 28 de julho de 2020 
  3. «Baú migalheiro». Migalhas. 9 de julho de 2019. Consultado em 28 de julho de 2020 
  4. a b «O que pensam do candidato» (PDF). Jornal do Brasil. 5 de janeiro de 1978. Consultado em 28 de julho de 2020 
  5. «"Nunca pensei em fazer outra coisa" » Capital Aberto». Capital Aberto. 1 de novembro de 2009. Consultado em 28 de julho de 2020 
  6. «Comércio com a França». Correio da Manhã. 7 de abril de 1943. Consultado em 28 de julho de 2020 
  7. «MILESTONE 100 ANOS». BrasilAlemanha News. 23 de fevereiro de 2016. Consultado em 28 de julho de 2020 
  8. Deutsch-Brasilianische Industrie- und Handelskammer São Paulo (1973). Câmara Teuto-Brasileira de Comércio e Indústria em São Paulo : 50. [S.l.]: São Paulo : Câmara 
  9. Marinho, Gabriel (2016). «Institutos de pesquisa e Estudos Sociais: a produção de sentidos simbólicos em um país polarizado». Farol (UFMG). Consultado em 28 de julho de 2020 
  10. Brasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «NEI NEVES GALVAO». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 28 de julho de 2020 
  11. Côrrea, Marcos (2005). «O DISCURSO GOLPISTA NOS DOCUMENTÁRIOS DE JEAN MANZON PARA O IPÊS (1962/1963)» (PDF). Universidade Estadual de Campinas. Consultado em 28 de julho de 2020 
  12. «1964: revista Fortune já revelava elo entre empresários de SP e embaixada dos EUA para o golpe». Revista Fórum. 26 de janeiro de 2014. Consultado em 28 de julho de 2020 
  13. «O reino de Rino Levi». Tecno Therm | Experts em projetos de climatização. 24 de maio de 2016. Consultado em 28 de julho de 2020 
  14. Vieira, Fernando (2016). «O DISCURSO ANTICOMUNISTA NOS BOLETINS MENSAIS DO IPÊS ENTRE 1963-1966» (PDF). Dissertação mestrado - UNIFESP. Consultado em 28 de julho de 2020 
  15. «Nosso Sindicato». Sindicato da borracha de Americana e região. Consultado em 28 de julho de 2020 
  16. Ramírez, Hernam (2010). «A ditadura fala?». Tempo de Argumento (UDESC). Consultado em 28 de julho de 2020 

Precedido por
Carlos Cardoso
Presidente do Banco do Brasil
1961
Sucedido por
Ney Neves Galvão
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