João Frederico II, Duque da Saxónia

aristocrata alemão

João Frederico II da Saxónia (Torgau, 8 de janeiro de 1529Steyr, 9 de maio de 1595), foi um duque e, durante um breve período de tempo, Eleitor da Saxónia (1554–1556).

João Frederico II
Duque da Saxónia
João Frederico II, Duque da Saxónia
Duque da Saxónia
Reinado 3 de março de 1554
a novembro de 1566
Antecessor(a) João Frederico I, Eleitor da Saxônia
Sucessor(a) João Casimiro em Saxe-Coburgo
João Ernesto em Saxe-Eisenach
 
Nascimento 8 de janeiro de 1529
  Torgau, Eleitorado da Saxónia, Sacro Império Romano-Germânico
Morte 9 de maio de 1595 (66 anos)
  Schloss Steyer, Alta Áustria, Sacro Império Romano-Germânico
Esposas Inês de Hesse
Isabel do Palatinado-Simmern-Sponheim
Descendência João Frederico da Saxónia
Frederico Henrique da Saxónia
João Casimiro, Duque de Saxe-Coburgo
João Ernesto, Duque de Saxe-Eisenach
Casa Wettin
Pai João Frederico I, Eleitor da Saxônia
Mãe Sibila de Cleves

Era o filho mais velho de João Frederico I, Eleitor da Saxónia, e da princesa Sibila de Cleves.

Reinado e ambições militares

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João Frederico II com os seus dois irmãos mais novosː João Guilherme, Duque de Saxe-Weimar e João Frederico III, Duque da Saxónia.

Depois da Batalha de Mühlberg (24 de Abril de 1547) e da prisão do seu pai, João Frederico e o seu irmão João Guilherme sucederam ao pai como regentes das terras que ainda pertenciam à sua família. Após a morte do seu pai em 1554, os irmão decidiram dividir as terras entre si de forma amigável; mesmo assim, João Frederico II continuou a ser o único regente das terras da da família. E, apesar de ter recebido EisenachCoburgo no tratado de divisão, João Frederico optou por residir em Gota.

Os objectivos políticos de João Frederico centraram-se no ressentimento que a família sentia por ter perdido o direito ao título de "Eleitor da Saxónia", e por recuperar as terras que tinham perdido devido à prisão do pai. Recebeu o título de eleitor da Saxónia durante um breve período de tempo, entre 1554 e 1556, e voltou também a atrair a raiva do sacro-imperador, Maximiliano II, por se envolver em várias intrigas. Em 1563, o seu general preferido, Wilhelm von Grumbach atacou Würzburg, capturou e pilhou a cidade e obrigou o bispo e o capelão da mesma a devolver as suas terras ao príncipe-eleitor. Por causa disso, foi sujeito a um interdito imperial, mas, mesmo assim, recusou-se a retirar as suas tropas da cidade. Entretanto, Grumbach envolveu-se numa conspiração para assassinar o eleitor da Saxónia , Augusto; e foram emitidas proclamações a pedir a sua ajuda. Foi por esse motivo que acabaram todas as suas alianças, tanto dentro como fora da Alemanha.

Em Novembro de 1566 foi sujeito a um interdito imperial, tal como tinha acontecido a Grumbach no início do ano e Augusto marchou contra Gota. Os habitantes de Gota não mostraram grande oposição e um motim levou à conquista da cidade. Grumbach foi entregue aos seus inimigos e, depois de ser torturado, foi executado a 18 de Abril de 1567.

O sacro-imperador também impôs o Reichsacht (Interdito Imperial) a João Frederico II, na altura príncipe-eleitor da Saxónia. A Reichsexekution, [uma espécie de intervenção contra um único governante de um estado levada a cabo por outros estados para preservar o bem do resto do império] também foi colocada em marcha e até o irmão de João Guilherme participou nela. Depois de o seu castelo em Gota ser cercado em 1566, João Guilherme foi derrotado e passou o resto da sua vida como prisioneiro imperial. As suas posses foram confiscadas pelo sacro-imperador e entregues a João Guilherme, que se tornou o único governante de todo o ducado da Saxónia.

Casamentos e filhos

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Epitáfio renascentista para o duque João Frederico II

João Frederico casou-se pela primeira vez em Weimar a 26 de Maio de 1555 com a princesa Inês de Hesse, eleitora-viúva da Saxónia. Seis meses depois do casamento, a princesa sofreu um aborto e morreu, a 4 de Novembro de 1555.

A 12 de Junho de 1558 João Frederico casou-se com a sua segunda esposa, a condessa Isabel do Palatinado-Simmern-Sponheim, filha de Frederico III, Eleitor Palatino. Tiveram quatro filhosː

  1. João Frederico da Saxónia (30 de Novembro de 1559 – 8 de Agosto de 1560), morreu aos nove meses de idade;
  2. Frederico Henrique da Saxónia (3 de Fevereiro de 1563 – 4 de Agosto de 1572), morreu aos nove anos de idade;
  3. João Casimiro, Duque de Saxe-Coburgo (12 de Junho de 1564 – 16 de Julho de 1633), casado primeiro com a princesa Ana da Saxónia; sem descendência. Casado depois com a princesa Margarida de Brunswick-Lüneburg; sem descendência;
  4. João Ernesto, Duque de Saxe-Eisenach (9 de Julho de 1566 – 23 de Outubro de 1638), casado primeiro com a princesa Isabel de Mansfeld-Hinterort, de quem teve apenas um filho nado-morto. Casado depois com a princesa Cristina de Hesse-Cassel; sem descendência.

Sucessão

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Mais tarde, o sacro-imperador colocou os dois filhos de João Frederico II contra o tio, João Guilherme; em 1572, foi feita a Divisão de Erfurt. O ducado da Saxónia foi dividido em três partes. O filho mais velho, João Casimiro, recebeu Coburgo, e o mais novo, João Ernesto, recebeu Eisenach. João Guilherme ficou apenas com a parte mais pequena, a região limitada de Weimar, mas, mais tarde, acrescentou também os distritos de Altemburgo, GotaMeiningen ao seu ducado. Uma vez que possuía várias dinastias Ernestinas, a Turíngia também foi dividida, o que fez com que as posses dos Wettins (o ducado da Saxónia) que sempre tinham feito fronteira umas com as outras, fossem separadas pela primeira vez. As casas de Saxe-Weimar e Saxe-Altemburgo, que, mais tarde se separaram de Saxe-Weimar, descendem de João Guilherme.

João Frederico II morreu em 1595 e foi enterrado numa sepultura sumptuosa da autoria de Nikolaus Bergner na Morizkirche em Coburgo, que foi mandada construir pelo seu filho João Casimiro para si e para a sua esposa Isabel. Actualmente, os caixões encontram-se na cripta debaixo da igreja.[1]:48

Genealogia

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Os antepassados de João Frederico II, Duque da Saxónia em três gerações
João Frederico II, Duque da Saxónia Pai:
João Frederico I, Eleitor da Saxônia
Avô paterno:
João, Eleitor da Saxónia
Bisavô paterno:
Ernesto, Eleitor da Saxónia
Bisavó paterna:
Isabel da Baviera, Eleitora da Saxónia
Avó paterna:
Sofia de Mecklemburgo (1481–1503)
Bisavô paterno:
Magnus II, Duque de Mecklemburgo
Bisavó paterna:
Sofia da Pomerênia, Duquesa de Mecklemburgo
Mãe:
Sibila de Cleves
Avô materno:
João III, Duque de Cleves
Bisavô materno:
João II, Duque de Cleves
Bisavó materna:
Matilde de Hesse
Avó materna:
Maria de Jülich-Berg
Bisavô materno:
Guilherme IV, Duque de Jülich-Berg
Bisavó materna:
Sibila de Brandemburgo

Referências

  1. Klüglein, Norbert (1991). Coburg Stadt und Land (German). [S.l.]: Verkehrsverein Coburg 
  • Karl August Engelhardt: Johann Friedrich der Mittlere, von Bösewichtern verblendet, in Gotha belagert, und bis an sein Ende gefangen (in der Reihe „Denkwürdigkeiten aus der sächsischen Geschichte, der vaterländischen Jugend gewidmet“). Gerlach, Dresden 1797 (Digitalisat).
  • Ernst Wülcker: Johann Friedrich, Herzog zu Sachsen.[ligação inativa] in: Allgemeine Deutsche Biographie. Band 14, Duncker & Humblot, Leipzig 1881, pp. 330–343.
  • Thomas Klein, ed. (1974). «Johann Friedrich II.». Neue Deutsche Biographie (NDB) (em alemão). 10. 1974. Berlim: Duncker & Humblot . pp. 530.
  • Joachim Kruse: Herzog Johann Friedrich II. der Mittlere von Sachsen (1529–1595) und das ernestinische Familienepitaph in St. Moriz, Coburg, vollendet 1598. vol. I. in: Jahrbuch der Coburger Landesstiftung 52 (2007) pp. 1–334.