João de Deus Mena Barreto, visconde de São Gabriel

político brasileiro
 Nota: Se procura o político homônimo da República, interventor no Rio de Janeiro, veja João de Deus Mena Barreto.


João de Deus Mena Barreto,[1] primeiro barão e visconde de São Gabriel,[2] (Rio Pardo, 2 de julho de 1769 — Rio Pardo, 27 de agosto de 1849), foi um militar e político português e brasileiro.

João de Deus Mena Barreto,
visconde de São Gabriel
Nascimento 2 de julho de 1769
Rio Pardo
Morte 27 de agosto de 1849 (80 anos)
Rio Pardo
Nacionalidade brasileiro
Progenitores Mãe: Francisca Veloso
Pai: João de Deus Barreto Pereira Pinto
Ocupação militar

Vida editar

Filho do coronel Francisco Barreto Pereira Pinto[3] e Francisca Veloso da Silveira, foi casado com Rita Bernarda Cortes de Figueiredo Mena e depois com Maria Joaquina de Almeida, era pai de João Propício Mena Barreto, o barão de São Gabriel e de João Manuel Mena Barreto.

Assentou praça no regimento dos dragões, em Rio Pardo, tomando parte da campanha de 1801 quando, devido a atos de heroísmo, foi promovido a sargento-mor.[3] Participou da campanha de 1811 como tenente-coronel, guarnecendo o território das missões, comandando, entre outros, o marechal de campo José de Abreu, futuro barão de Cerro Largo.

Em 1816, na Guerra contra Artigas (1816-1820), derrotou inicialmente a tropa do próprio José Artigas. Depois ataca o caudilho José Antonio Berdún que mantinha domínio sobre Quaraí, Ibirocaí e Inhaduí. Mena Barreto, após o ataque, vendo que o inimigo estava em posição vantajosa no terreno, ordenou que sua tropa fingisse uma retirada, o inimigo saiu em perseguição, até uma planície mais ampla, onde Mena Barreto pode utilizar toda sua cavalaria, vencendo a batalha de Carumbé (1819). A tropa portuguesa, com 480 homens, derrotou 800 inimigos, dos 238 foram mortos, enquanto os portugueses tiveram somente 2 mortos e 22 feridos, entre eles o próprio Mena Barreto. Recuperado, coordena a ala esquerda das forças lusas, chefiadas pelo marquês do Alegrete, na batalha de Catalão, a 4 de fevereiro de 1817, saindo novamente vitorioso. Em 1818 é atacado por 1030 homens comandados por Aranda, no arroio Gabiju, derrotando-os, deixando 130 mortos, 270 prisioneiros e 600 cavalos; deixando somente um soldado de Mena Barreto morto. No mesmo ano é promovido a marechal.

Foi presidente da província de São Pedro do Rio Grande do Sul, de 29 de agosto de 1822 a 29 de novembro de 1823, como integrante da junta governativa gaúcha de 1822-1824.

Na Guerra da Cisplatina (1825-1828) não recebeu nenhum comando formal, tendo organizado tropas irregulares na fronteira, que derrotaram o inimigo no Passo Sarandi.

Adoentado, em 1832 solicita seu afastamento do exército, que lhe é concedido.[3]

Em 1836, durante a Revolução Farroupilha (1835-1845), participa da retomada de Porto Alegre pelos legalistas.[3] Quando Bento Manuel Ribeiro passou para o lado dos farroupilhas, escreveu a Mena Barreto convidando a seguir seu exemplo, no que o marechal negou-se. Depois da Paz de Ponche Verde retorna a Rio Pardo, onde falece.[3]

É dignitário da Imperial Ordem do Cruzeiro, comendador da Imperial Ordem de Avis e foi agraciado visconde de São Gabriel, em 10 de fevereiro de 1836.

É o patriarca da família Mena Barreto, tendo usado o seu sobrenome e o de sua primeira esposa, não usando o nome Pereira Pinto. Pai de Gaspar Francisco Mena Barreto e José Luís Mena Barreto.

Notas e referências

  1. Pela grafia arcaica, João de Deus Menna Barreto.
  2. «Archivo Nobiliárquico Brazileiro» 
  3. a b c d e PORTO-ALEGRE, Achylles. Homens Illustres do Rio Grande do Sul. Livraria Selbach, Porto Alegre, 1917.

Fontes editar

  • SILVA, Alfredo P.M. Os Generais do Exército Brasileiro, 1822 a 1889, M. Orosco & Co., Rio de Janeiro, 1906, vol. 1, 949 pp.


Precedido por
João Carlos de Saldanha Oliveira e Daun
Junta governativa gaúcha de 1822-1824
1822 — 1823
Sucedido por
José Inácio da Silva


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