Judah he-Hasid Segal ha-Levi[1] (em hebraico: יְהוּדָה‎ הֶחָסִיד; cerca 1660 em Siedlce – 19 de outubro de 1700 em Jerusalém, Síria otomana) foi um pregador judeu que liderou o maior grupo organizado de imigrantes judeus para a Terra de Israel nos séculos XVII e XVIII.

Partida da Europa editar

Judah viajava de uma comunidade judaica para outra por toda a Polônia, instando ao arrependimento, ao ascetismo, às mortificações físicas e convidando para a aliá.

Em 1697, ele e 31 famílias de seus seguidores partiram para a Morávia e fizeram escala em Nikolsburg. Judah passou um ano viajando pela Alemanha e pela Morávia recrutando seguidores. Muitos aderiram ao grupo influenciados por seu fervor. Quando se reuniram na Itália, o grupo somava cerca de 1.500 pessoas.

Quase um terço dos peregrinos morreu em função de dificuldades e doenças durante a viagem. No caminho, contraíram dívidas e, em troca da permissão para entrar no Império Otomano, foram obrigados a dar garantias financeiras às autoridades turcas em nome da comunidade judaica de Jerusalém.

Chegada em Jerusalém editar

O grupo chegou a Jerusalém em 14 de outubro de 1700. Naquela época, cerca de 200 asquenazes e cerca de 1.000 judeus sefarditas viviam na cidade, principalmente de caridade da diáspora judaica. O súbito afluxo de 500 a 1.000 asquenazes[nota 1] produziu uma crise: a comunidade local não seria capaz de ajudar um grupo tão grande. Além disso, alguns dos recém-chegados eram sabatistas,[2] a quem os judeus locais viam com hostilidade na região. A situação piorou quando Judah He-Hasid morreu poucos dias após sua chegada a Jerusalém. Foi sepultado no Monte das Oliveiras.

Emissários foram enviados ao Conselho das Quatro Terras em busca de ajuda, que não chegou.

Legado editar

 
A cúpula da Sinagoga Churba ergue-se acima do Bairro Judeu da Cidade Antiga de Jerusalém. Foto de antes de 1948.

Alguns dos judeus asquenazes mudaram-se para outras cidades (principalmente para outras cidades sagradas judaicas além de Jerusalém: Hebrom, Tiberíades e Safed). Outros começaram a se vestir como sefarditas.

A sinagoga, chamada Hurvat Yehudah He-Hasid (Lugar Destruído de Judah He-Hasid), foi reconstruída em 1864 pelos Perushim, tornando-se a principal sinagoga asquenaze de Jerusalém. O prédio foi destruído pela Legião Árabe em 1948. Foi então reconstruído e reinaugurado em 2010.

Notas

  1. As fontes variam quanto ao número: Dovid Rossoff menciona "mais de 500"; outros citam 1000.

Referências

Bibliografia editar

  • Ravitzky, Aviezer (1996). Messianism, Zionism, and Jewish religious radicalism (em inglês). [S.l.: s.n.]