King (futebolista)
Nivacir Innocencio Fernandes, mais conhecido como King (Curitiba,[1] 6 de janeiro de 1917[2] - Suzano, 14 de abril de 1978), foi um futebolista brasileiro que atuava como goleiro.
Da esquerda para a direita: Aníbal, King e o uruguaio Squarza, 1941. | ||
Informações pessoais | ||
---|---|---|
Nome completo | Nivacir Innocencio Fernandes | |
Data de nascimento | 6 de janeiro de 1917 | |
Local de nascimento | Curitiba (PR), Brasil | |
Data da morte | 14 de abril de 1978 (61 anos) | |
Local da morte | Suzano (SP), Brasil | |
Apelido | King | |
Informações profissionais | ||
Posição | goleiro | |
Clubes profissionais | ||
Anos | Clubes | Jogos e gol(o)s |
1932–1933 1934–1935 1936–1938 1938 1939–1947 1948–1949 |
Elite-PR Palestra Itália-PR São Paulo FC CR Flamengo São Paulo FC XV de Piracicaba |
Seu apelido derivava, do filme King Kong, de 1933, por ele conseguir segurar uma bola de futebol com apenas uma mão, da mesma maneira que o gorila cinematográfico fez com uma moça[1], embora tenha "pegado" apenas como "King".[3]
Irmão de Teleco, estrela do Corinthians, King foi uma das primeiras estrelas do São Paulo[4] após sua refundação, em 1935.[3]
Carreira
editarAos dez anos, começou a jogar no Brasil, clube varzeano de Curitiba, e, mais tarde, foi para o Elite, que defenderia na segunda divisão do Campeonato Paranaense, em 1932.[1] O técnico Canhoto, do hoje extinto Palestra Itália de Curitiba, viu-o jogar e convenceu-o a ir jogar em seu clube, apesar do assédio de outros times e da tentativa do Elite de mantê-lo.[1] Ele começou no segundo quadro do Palestra, mas, após apenas quatro partidas, ganhou a vaga de titular no primeiro quadro, que ocupou durante todo o Campeonato Paranaense daquele ano.[1]
Seu irmão Teleco, que já atuava no Corinthians, tentou levar para lá seu irmão, mas este preferiu o São Paulo, aonde chegou, em 1936, aos dezenove anos.[1] King estreou pelo Tricolor em 25 de janeiro de 1936, no primeiro jogo após a refundação do clube, uma vitória por 3 a 2 sobre a Portuguesa Santista.[1] Carismático[5], foi transformado em ídolo pela torcida, mas deixou o clube numa disputa salarial, em 1938, e foi para o Flamengo.[1]
No Rio de Janeiro, disputou apenas dez partidas, acumulando duas vitórias, um empate e sete derrotas.[6]
Poucos meses depois, voltou ao São Paulo, mas, com Roberto Gomes Pedrosa como titular[5], foi para o segundo quadro, pelo qual foi campeão em 1940.[1] Assumiu o posto de titular, novamente, no Campeonato Paulista de 1941, sagrando-se vice-campeão[1], mas, no ano seguinte, perderia a posição para Doutor[5], na campanha do vice-campeonato paulista.
Destacou-se na conquista do Campeonato Paulista de 1943, especialmente no jogo decisivo, um empate sem gols com o Palmeiras.[1] Tendo suportado o que a Folha de S. Paulo considerou "o maior 'bombardeio' de toda a sua carreira", foi, ao final do jogo, carregado pela torcida até os vestiários.[1] O São Paulo foi vice-campeão em 1944, com King na meta, porém, em 1945, ele perderia a vaga para Gijo, e o São Paulo conquistaria o título.[5] Em entrevista dada em 1969, King dizia que, em 1946, já não tinha mais a mesma condição física do começo da carreira, o que se refletiu em suas atuações.[1]
Quando o São Paulo implantou um esquema mais profissional de trabalho, em 1947, com regime alimentar diferenciado e concentrações, o goleiro, querendo manter sua "liberdade", teria dito para Vicente Feola, da comissão técnica tricolor: "Quero continuar vivendo como fiz desde os meus tempos de infância. Quero ser livre, pois não posso dispensar o convívio de amigos que me convidam para as noites alegres. Se o regime for esse, você tem liberdade total para decidir sobre o meu destino."[1] Diante da sugestão de Feola para que ele procurasse outro clube para jogar, King retrucou: "Se não for no São Paulo, não jogarei mais futebol."[1] King, então, encerrou sua carreira, e o São Paulo contratou-o para cuidar das concentrações.[1] Ele ainda é o sétimo goleiro que mais defendeu o São Paulo na história, com 204 partidas.[7][8]
A decisão, entretanto, não seria definitiva. João Guidotti, conselheiro do São Paulo e presidente do XV de Piracicaba, chamou-o para defender o clube do interior, oferecendo-lhe, além do salário, o estádio do clube para morar.[1] Na campanha do XV na segunda divisão, que lhe valeu o título e o acesso à primeira divisão em 1949, King disputou cinco partidas.[1] Ele pensou em voltar a São Paulo, mas acabou desistindo e encerrou novamente a carreira, tornando-se, então, o massagista do clube piracicabano.[1]
Vinte anos depois, ainda estava no XV, tendo trabalhado ainda como técnico, preparador físico, chefe de almoxarifado e com as categorias de base, além de ter disputado algumas partidas pelo time de veteranos do clube.[1]
Dados
editarTítulos
editarSão Paulo
XV de Piracicaba
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t Rubens Ribeiro e Almir Borges (30 de janeiro de 1969). «As mãos que deram glória ao São Paulo FC». São Paulo: Empresa Folha da Manhã. Folha de S. Paulo (14 473): 30
- ↑ «Calendário Tricolor». SPFC. Consultado em 10 de maio de 2024
- ↑ a b Alexandre da Costa (2005). Almanaque do São Paulo Placar. [S.l.]: Abril. p. 405
- ↑ «King». Ludopédio. Consultado em 10 de maio de 2024
- ↑ a b c d Felipe de Queiroz (2012). Os Reis do Pacaembu. [S.l.]: Pontes. p. 152. ISBN 9788571133846
- ↑ Roberto Assaf e Clóvis Martins (2001). Almanaque do Flamengo Placar. [S.l.]: Abril. p. 493. ISBN 7893614010687 Verifique
|isbn=
(ajuda) - ↑ a b c Michael Serra (22 de dezembro de 2014). «Ranking histórico: Goleiros». São Paulo F.C.
- ↑ a b c SPFC, Comunicação (23 de dezembro de 2016). «Histórico: Todos os Goleiros». SPFC. Consultado em 10 de maio de 2024