Leonardo Prudente
Leonardo Moreira Prudente (Goiânia, 16 de agosto de 1960) é um geólogo, empresário e político brasileiro.[3] Integrou a Câmara Legislativa do Distrito Federal entre 2001 a 2010, durante sua terceira,[4] quarta[5] e quinta legislaturas.[6] Foi presidente do legislativo distrital entre 2009 e 2010, quando renunciou diante do escândalo político causado pelas descobertas da Operação Caixa de Pandora.[7]
Leonardo Prudente | |
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Deputado distrital do Distrito Federal | |
Período | 1º de janeiro de 2003 até 26 de janeiro de 2010 |
Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal | |
Período | 1º de janeiro de 2009 até 26 de janeiro de 2010 |
Sucessor(a) | Sidney da Silva Patrício (interino)[1] Wilson Lima (eleito)[2] |
Dados pessoais | |
Nome completo | Leonardo Moreira Prudente |
Nascimento | 16 de agosto de 1960 (64 anos) Goiânia, Goiás |
Nacionalidade | brasileiro |
Alma mater | Universidade de Brasília |
Partido | Democratas MDB |
Profissão | Policial, político |
Biografia
editarGoiano, Prudente graduou-se em geologia pela Universidade de Brasília (UnB).[3] Um de seus filhos, Rafael, foi eleito deputado distrital e, em 2018, assumiu a presidência da Câmara Legislativa.[8]
No Distrito Federal, Prudente estabeleceu empresas que atuaram no ramo da segurança privada.[9] As empresas, também geridas por seus filhos, mantiveram contratos milionários com diferentes gestões do executivo distrital.[10][11]
Na eleição de 1998, Prudente se candidatou à Câmara Distrital pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Com 4.684 votos, ou 0,46%, alcançou a suplência.[12] Em 2001, acabou assumindo o mandato, no decorrer da terceira legislatura.[3] Nas eleições seguintes, em 2002 e 2006, foi reeleito com 13.459 votos (1,09%) e 18.624 (1,40%), respectivamente. Neste último processo eleitoral já estava filiado ao Partido da Frente Liberal (PFL).[13][14]
Na Câmara Legislativa, Prudente integrou as comissões de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar e a de Segurança.[3] Em 2008, foi eleito por seus pares para a presidência da casa, como candidato de consenso.[15] Foi empossado no cargo em 1º de janeiro de 2009.[16]
Em fevereiro 2010, Prudente renunciou ao cargo de deputado distrital diante da Operação Caixa de Pandora, no âmbito do mensalão do DEM,[nota 1] em que foi filmado por Durval Barbosa colocando propina no paletó e nas meias.[18][19] No âmbito da mesma investigação, também ficou conhecido por participar, em um dos vídeos, da "Oração da propina", iniciada pelo deputado Júnior Brunelli para pedir a proteção divina contra inimigos políticos.[20][21] Prudente se defendeu afirmando que o dinheiro era destinado a "ajuda financeira não contabilizada" para a campanha de 2006.[22]
Após deixar o cargo, Prudente passou a se dedicar às suas empresas. Uma delas, a 5 Estrelas Sistema de Segurança, manteve nos anos seguintes contratos com o executivo distrital.[23] Em 2016, em ação de improbidade administrativa referente ao mensalão do DEM, foi condenado em primeira instância à perda dos direitos políticos e ao pagamento de multa, sendo julgado culpado pelo crime de improbidade administrativa e enriquecimento ilícito.[24][25] Em 2018, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios manteve a condenação, ordenando que devolvesse R$ 2 milhões aos cofres públicos e, a título de indenização por danos morais coletivos, pagasse outros R$ 2 milhões.[26]
Notas
Referências
- ↑ «Prudente renuncia à presidência da Câmara Legislativa». Correio Braziliense. 25 de janeiro de 2010. Consultado em 14 de setembro de 2020
- ↑ «Wilson Lima é eleito o novo presidente da Câmara Legislativa». Correio Braziliense. 2 de fevereiro de 2010. Consultado em 14 de setembro de 2020
- ↑ a b c d de Frota, Getúlio Soares Novaes (2012). Implicações da quebra de ética e decoro parlamentar na 4ª e 5ª legislaturas da Câmara Legislativa do Distrito Federal (Dissertação de Pós-graduação). Brasília, Distrito Federal: Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento da Câmara dos Deputados do Brasil
- ↑ «(1999 - 2002) Terceira Legislatura». Câmara Legislativa do Distrito Federal. 2020. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ «(2003 - 2006) Quarta Legislatura». Câmara Legislativa do Distrito Federal. 2020. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ «(2007 - 2010) Quinta Legislatura». Câmara Legislativa do Distrito Federal. 2020. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ Ana Maria Campos (26 de dezembro de 2018). «Filho de Leonardo Prudente constrói acordo para chegar à Presidência da Câmara Legislativa». Correio Braziliense. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ Suzano Almeida e Manoela Alcântara (1 de janeiro de 2019). «Rafael Prudente é o distrital mais jovem a assumir presidência da CLDF». Metrópoles. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ Luísa Medeiros, Helena Mader e Lilian Tahan (8 de dezembro de 2009). «Durvalzinho camarada». Correio Braziliense. Senado Federal do Brasil. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ Eduardo Militão (13 de junho de 2012). «Empresa de Prudente ganhou R$ 23 milhões em cinco anos». Congresso em Foco. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ Ana Maria Campos (4 de dezembro de 2009). «Leonardo Prudente mantém contratos milionários na administração do GDF». Correio Braziliense. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ «Eleições / Eleições anteriores / Eleições 1998 / Candidaturas, votação e resultados / Resultado da eleição de 1998». Tribunal Superior Eleitoral. 2020. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ «Eleições / Eleições anteriores / Eleições 1998 / Candidaturas, votação e resultados / Resultado da eleição de 2002». Tribunal Superior Eleitoral. 2020. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ «Resultado da eleição 2006: Distrito Federal». Tribunal Superior Eleitoral. 2020. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ «Leonardo Prudente é o novo presidente da Câmara Legislativa». Correio Braziliense. 15 de dezembro de 2008. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ «Leonardo Prudente assume presidência da CLDF às 10 horas». Câmara Legislativa do Distrito Federal. 1º de janeiro de 2009. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ Rafael Targino (18 de janeiro de 2010). «Justiça afasta Leonardo Prudente da presidência da Câmara Legislativa do DF». G1. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ «Deputado Leonardo Prudente renuncia ao mandato». Jornal de Brasília. 26 de fevereiro de 2010. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ Mirelle Pinheiro (8 de novembro de 2018). «Caixa de Pandora: Justiça mantém condenação de Leonardo Prudente». Metrópoles. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ Helena Mader (11 de março de 2016). «Ex-deputado Leonardo Prudente, da oração da propina, é condenado por improbidade». Correio Braziliense. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ «Oração da propina é campeã de audiência no YouTube». Expresso da Notícia. JusBrasil. 2009. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ Rafael Targino (30 de novembro de 2009). «Deputado diz que dinheiro na meia era 'ajuda não contabilizada' de campanha». G1. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ Kelly Almeida e Ana Helena Paixão (5 de junho de 2017). «Pioneira em delação, Pandora abriu timidamente seu baú de sentenças». Metrópoles. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ Alexandre Bastos (11 de março de 2016). «TJ mantém condenação de Leonardo Prudente no mensalão do DEM». G1. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ «Ex-deputado distrital é condenado por improbidade administrativa». Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Jusbrasil. 2016. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ «Condenação de ex-deputado Leonardo Prudente é mantida em 2ª instância; multa diminui». G1. 8 de novembro de 2018. Consultado em 9 de setembro de 2020