Luís Carlos Berrini

engenheiro, escritor e professor universitário brasileiro

Luís Carlos Berrini (Petrópolis, 27 de janeiro de 1884São Paulo, 22 de maio de 1949) foi um engenheiro brasileiro, conhecido por seus trabalhos sobre análise vetorial.

Luís Carlos Berrini
Luís Carlos Berrini
Nascimento 27 de janeiro de 1884
Petrópolis, Rio de Janeiro, Brasil
Morte 22 de maio de 1949 (65 anos)
São Paulo, SP, Brasil
Residência Brasil
Nacionalidade brasileiro
Cônjuge Elvira de Almeida Prado Berrini
Alma mater
Instituições Escola de Engenharia Mackenzie
Campo(s) Engenharia civil

Biografia editar

Berrini nasceu em Petrópolis, em 1884. Era filho de Luiz Berrini e Leonor de Almeida Prado, vinda de uma tradicional família de Itu, em São Paulo. Seu pai era empresário e engenheiro. Construiu estradas de ferro no Rio de Janeiro e em São Paulo, tendo atuado no mercado financeiro, onde foi um dos fundadores, em 1889, do Banco de São Paulo. A família Berrini era natural da Itália, região da Sardenha, tendo se radicado no Rio de Janeiro em 1830, onde tinham uma farmácia e uma fábrica de chocolate.[1]

Estudou no Ginásio Nacional, no Rio de Janeiro, em 1891. Em algum momento, morando em São Paulo, estudou na Escola Americana, em 1899, onde foi um dos melhores alunos. Em 1904, formou-se em engenharia pela Escola de Engenharia Mackenzie, tendo estudado em seguida na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, onde cursou Mecânica e Elétrica, formando-se em 1907. De volta ao Brasil, foi professor de Hidráulica e Motores no Mackenzie e, em 1910, montou e dirigiu uma fábrica de parafusos.[1][2]

Em uma fazenda em Jundiaí, de 1913 a 1918, dedicou-se à cafeicultura, mas a partir de 1919, dedicou-se à construção civil, principalmente na capital paulista. Projetou o prédio do Asilo de Nossa Sra. da Candelária de Itu, em 1926. Escreveu vários artigos sobre Análise Vetorial na Revista Politécnica e no Boletim do Instituto de Engenharia. Vários desses artigos deram origem ao livro Análise Vetorial Elementar, publicado em 1948.[1][2]

Em 1927, começou a trabalhar como avaliador oficial do Banco do Estado de São Paulo onde se especializou na área de perito avaliador e passou a publicar vários artigos.[3] Foi quando surgiu seu primeiro livro em 1941, Avaliação de Terrenos[4], com grande sucesso no Brasil e em outros países. Em 1946 traduziu e publicou o livro Avaliação de Terrenos Urbanos.[5] O cálculo como parte de seu ofício fez com que o engenheiro escrevesse diversos artigos sobre Análise Vetorial tornando-se referência no assunto.[1] Seus artigos deram origem ao seu livro Análise Vetorial Elementar publicado em 1948.[3] Neste mesmo ano publica a obra Tabela de Quadrados e Raízes Quadradas de 1 a 10 000.

Em fevereiro de 1949, um pouco antes de sua morte, publicou Avaliação de Imóveis, excelente obra que vendeu milhares de exemplares em várias edições mesmo após sua morte, e que passa a ser chamada de “Bíblia” da engenharia de avaliações como é conhecida até hoje.[6]

Que conforme sua própria expressão constitui:

uma remodelação completa de seus anteriores.
L C Berrini no prefácio do seu livro Avaliação de Imóveis (1949)

 [7]

Harper-Berrini editar

O engenheiro criou uma nova fórmula para cálculos de lotes que ficou denominada de fórmula Harper-Berrini amplamente utilizada até a década de 80 e nos dias de hoje com versões modificadas de suas formulações iniciais.[6]

Síntese da fórmula
  X √  [8]

sendo:

  •   é o valor final de um terreno;
  •   é o valor unitário do terreno, referido a um lote de terreno padrão, por metro linear de testada;
  •   é a área   do terreno;
  •   é o comprimento da testada  ;
  •   é a profundidade-padrão   definida na legislação para a região onde se situe o terreno.

Vida pessoal editar

Berrini foi casado com Elvira de Almeida Prado Berrini e teve quatro filhos: Luiz Carlos Berrini Jr., também engenheiro, Gisela, Beatriz e João Carlos Berrini.[1]

Morte editar

Berrini morreu em 22 de maio de 1949, aos 65 anos, na capital paulista, e foi sepultado no Cemitério da Consolação.[1][9][3]

Homenagem editar

Em sua homenagem, em 5 de março de 1965, foi denominada,[10] avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, uma importante via na cidade de São Paulo, no distrito do Itaim Bibi.[3] No ano 2000 a CPTM abriu uma nova estação de trens na Marginal Pinheiros batizada Berrini.[11] Em 2015 foi aberto, pela SPTrans, o corredor de ônibus Corredor Berrini - Chucri Zaidan, instalado em parte da avenida homônima.[12]

Publicações editar

  • Avaliação de Terrenos (1941)[4]
  • O Processo de Avaliação (1943) - George L. Schmutz (tradução)
  • Avaliação de Terrenos Urbanos (1946) - Ronald B. Welch (tradução)
  • Análise Vetorial Elementar (1948)
  • Tabela de Quadrados e Raízes Quadradas de 1 a 10 000 (1948)
  • Avaliação de Imóveis (1949)

Referências

  1. a b c d e f «Avenida Engenheiro Luiz Carlos Berrini». Dicionário de Ruas. Consultado em 18 de janeiro de 2021 
  2. a b «Luís Carlos Berrini». Brooklin. Consultado em 18 de janeiro de 2021 
  3. a b c d «Descubra quem foi Luís Carlos Berrini». Veja São Paulo. Consultado em 18 de janeiro de 2021 
  4. a b «Engenharia de Avaliações –1». Francisco Maia & Associados. 29 de abril de 2007. Consultado em 12 de junho de 2020. Cópia arquivada em 12 de junho de 2020 
  5. Livrarias Freitas Bastos (12 de setembro de 1946). «Anúncio publicitário do livro Avaliação de Terrenos Urbanos». Correio Paulistano, ano XLVI, edição 14908, página 6/ republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 14 de junho de 2020 
  6. a b COBREAP. «HISTÓRICO DA AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS NO BRASIL - páginas 6 e 7» (PDF). 2013. Consultado em 9 de junho de 2020 
  7. LC Berrini. «Avaliações de Imóveis - Prefácio - páginas 6» (PDF). 1949. Consultado em 9 de junho de 2020 
  8. Consultor Municipal. «AS AVALIAÇÕES DE IMÓVEIS POR ÓRGÃOS MUNICIPAIS - 1.Os modelos matemáticos». 7 de junho de 2017. Consultado em 9 de junho de 2020 
  9. «Necrologia-4ª Coluna». Correio Paulistano, ano XCV, edição 28567, página 2/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 24 de maio de 1949. Consultado em 14 de junho de 2020 
  10. Câmara Municipal de São Paulo. «Decreto nº6.073» (PDF). 5 de março de 1965. Consultado em 10 de junho de 2020 
  11. Ralph Mennucci Giesbrecht. «Berrini». Estações ferroviárias do Brasil. Consultado em 14 de junho de 2020 
  12. «Corredor de ônibus da Berrini é inaugurado com sete meses de atraso». G1-SP. 28 de dezembro de 2015. Consultado em 14 de junho de 2020