Mário de Araújo Cabral
Mário Manuel Veloso de Araújo Cabral, também conhecido como Nicha Cabral (Porto, Cedofeita, 15 de janeiro de 1934 – 17 de agosto de 2020), foi um automobilista, consultor e empresário português.
Mário de Araújo Cabral | |
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Informações pessoais | |
Nome completo | Mário Manuel Veloso de Araújo Cabral |
Nacionalidade | português |
Nascimento | 15 de janeiro de 1934 Cedofeita, Distrito do Porto |
Morte | 17 de agosto de 2020 (86 anos) |
Registros na Fórmula 1 | |
Temporadas | 1959-1960, 1963-1964 |
Equipes | Cooper-Maserati, Derrington-Francis |
GPs disputados | 5 (4 largadas) |
Títulos | 0 |
Vitórias | 0 |
Pódios | 0 |
Pontos | 0 |
Pole positions | 0 |
Voltas mais rápidas | 0 |
Primeiro GP | GP de Portugal (1959) |
Último GP | GP da Itália (1964) |
BiografiaEditar
Primeiros anosEditar
Nasceu no seio de uma família abastada, ligada à indústria têxtil, filho de Diogo Eugénio Augusto Cabral (19 de Janeiro de 1903-?) e de sua mulher Cecília Yvonne Veloso de Araújo, sendo neto paterno do segundo casamento do 1.º Conde de Vizela. Os pais divorciaram-se e a mãe foi viver com os três filhos para Lisboa.
Frequentou o Colégio Valsassina, em Lisboa. Em 1952 uma fractura num pé impediu-o de se tornar ginasta olímpico. Terminou com 20 valores o curso de violino do Conservatório Nacional de Música. Amigo de Paul Newman, de Sacha Distel, de Paulo Autran e Tônia Carrero, afirma que gostaria de ter sido actor. No início dos anos 1960, aquando de uma estadia em Paris, encontrou na rua um jovem desconhecido, chamado Pierre Clémenti. Apresentou-o a um amigo ligado ao teatro, e foi assim que começou a carreira desse depois famoso actor francês.
Piloto de Fórmula 1Editar
Estreou-se na Fórmula 1 em 1959, no Grande Prémio de Portugal, disputado no Circuito de Monsanto, ao volante de um Cooper-Maserati. Em 1960, começou mais uma corrida de Fórmula 1, desta vez no circuito da Boavista, mas foi forçado a abandonar. Só voltou às corridas depois de regressar de Angola, onde cumpriu o serviço militar.
Disputou, de seguida, duas corridas, em 1963 na Alemanha, em 1964, em Itália. Neste último ano, correu pela equipa ATS Derrington-Francis, ao contrário das outras três corridas, em que representou Scuderia Centro Sud, com monologares da britânica Cooper. Participou também em diversas corridas extra-campeonato de Fórmula 1.
O ano de 1965 ficou assinalado na sua carreira pelas piores razões. No GP de Rouen, em Fórmula 2, foi vítima de um aparatoso e grave acidente, que lhe provocou diversos ferimentos e o afastamento das pistas durante mais de um ano. No seu regresso, em 1966, conduziu vários carros de Sport até 1975, incluindo o David Piper's Porsche 917 – o automóvel que mais gozo lhe deu pilotar e com o qual obteve a segunda posição em 1971, no Circuito Internacional de Vila Real.
Em 1973, no GP de Portugal, em Fórmula 2, ficou em 8.º lugar, ao volante de um March, e no circuito de Benguela, em Angola, obteria a última vitória da sua carreira. Foi o primeiro português a competir na Fórmula 1, fazendo por isso, parte da história do automobilismo português.
Vida posterior e morteEditar
Terminada a sua carreira no automobilismo, no início dos anos 80, foi convidado para consultor da Ford Lusitana, dinamizando a escola de Fórmula Ford que funcionou no autódromo do Estoril, que formou pilotos como António Simões, Manuel Gião, Pedro Matos Chaves, Diogo Castro Santos e Pedro Lamy. Foi também empresário, co-proprietário de uma galeria de arte e antiquário.
Em 2012, Nicha Cabral assumiu a sua homossexualidade no livro "O Terceiro Sexo", tendo sido um dos poucos desportistas nacionais a fazê-lo até hoje.[1]
Morreu no dia 17 de agosto de 2020, aos 86 anos.[2]
Ver tambémEditar
Referências
- ↑ Horta, Bruno. «Gays no desporto? Não perguntes, não digas». PÚBLICO. Consultado em 27 de junho de 2021
- ↑ Fernandes, Nuno (17 de agosto de 2020). «Morreu Nicha Cabral, o primeiro português da fórmula 1». Diário de Notícias. Consultado em 17 de agosto de 2020