Manciola guaporicola

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O lagarto de mão pequena sul-americano ou Manciola guaporicola (Dunn, 1935) (nome científico), é uma espécie de vertebrado amniota que integra o grupo Lepidosauria, este sendo formado por lagartos, serpentes e tuataras. É o único representante do gênero, está presente principalmente em regiões rupestres de planalto e planícies de inundação. Utiliza cupinzeiros como abrigos em eventos de incêndios naturais ou na fuga de predadores. A espécie ainda apresenta registros em domínios brasileiros como, o Cerrado, Chaco e Pantanal; no Brasil pode ser encontrado dentro dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Roraima, Tocantins, Goiás e Distrito Federal. Sua presença também ocorre na Bolívia e Paraguai.[1][2] São animais de hábitos diúrnos, terrícolas e semifossoriais, apresentam corpo cilíndrico revestido de escamas cicloides  e com osteodermos presentes dorsal e ventralmente. É uma espécie vivípara, sendo sua ninhada média de quatro filhotes. Na dieta participam artrópodes, principalmente aranhas e gafanhotos.[3]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaManciola guaporicola
Taxocaixa sem imagem
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Família: Scincidae
Subfamília: Lygosominae
Género: Manciola
Espécie: M. guaporicola
Nome binomial
''''Manciola guaporicola''''
DUNN, 1935

É também chamado de Mabuya guaporicola. [4]

Caracteristícas

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Manciola guaporicola é uma espécie de médio porte com tamanho máximo de 98 mm. Seu corpo apresenta uma faixa média escura, faixas dorsolaterais e laterais na mesma cor; no ventre do animal não ocorre a presença desses traços. Um diferencial do gênero são os membros extremamentes diminutos, além do número de lamelas totais (147-154);[5] o corpo alongado e cilindríco é sustentado por esses membros locomotores reduzidos- coxa, tíbia, artelho e mais acentuadamente os dedos (nos machos); mãos, dedos, coxa, pés e artelhos (nas fêmeas). Tais caracteristicas estão relacionadas com o estilo de vida da espécie, que hábita densas vegetações de gramíneas e desloca-se através de movimentos ondulatórios, nos quais os longos membros locomotores poderiam ser um empecilho. Portanto a redução da extremidade dos membros, em especial dos dígitos,derivam das maiores chances desses caráters engancharem na vegetação, sendo mais estável em termos adptativos a redução anatomica dos mesmos.[2]

Habitat e distribuição

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A espécie está predominantemente em áreas de Cerrado, principalmente em campos abertos. Há registros de M. guaporicola em lugares como, a Ilha do Bananal (MT) nos campo de murundus, entre colinas esparsas e recobertas por árvores de pequeno porte, bem como na na área da Serra do Cachimbo (PA) em campo sujo por solos arenosos.

Etimologia

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O nome genérico (Manciola) é um substantivo feminino, latino, que significa mão pequena, em referência às mãos e pés relativamente pequenos desses lagartos.[6]

Distribuição geográfica

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A espécie pode ser encontrada nos Brasil (Mato Grosso, Pará, Maranhão), Bolivia (Santa Cruz, Beni) e no Paraguai.[7]

Anatomia

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A espécie deste gênero é caracterizada pela presença de uma faixa escura no dorso médio, por ter tamanho máximo do corpo de 98 mm. Difere dos demais gêneros pela presença de membros excepcionalmente curtos e mãos e pés pequenos, com palmas e solas claras.[8] A presença de uma única fileira nucal separa este gênero de Exila e Panopa e da maioria dos Spondylurus.

Estado de conservação

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De acordo com a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) das espécies ameaçadas, a espécie encontra-se no estado de extinção pouco preocupante[9].

Referências

  1. Ferreira, Vanda Lúcia; Terra, Juliana de Souza; Piatti, Liliana; Delatorre, Milena; Strüssmann, Christine; Béda, Arlindo F.; Kawashita-Ribeiro, Ricardo A.; Landgref-Filho, Paulo; Aoki, Camila (2017). «Répteis do Mato Grosso do Sul, Brasil». Iheringia. Série Zoologia. ISSN 0073-4721. doi:10.1590/1678-4766e2017153. Consultado em 9 de dezembro de 2020 
  2. a b Pinto, Gabriel Silva; Ávila-Pires, Teresa Cristina S. (junho de 2004). «Crescimento alométrico, morfologia e uso do habitat em cinco espécies de Mabuya Fitzinger (Reptilia, Scincidae)». Revista Brasileira de Zoologia (2): 161–168. ISSN 0101-8175. doi:10.1590/S0101-81752004000200001. Consultado em 9 de dezembro de 2020 
  3. «Museu Virtual do Cerrado - MVC - Calango-liso: Manciola guaporicola». www.mvc.unb.br. Consultado em 9 de dezembro de 2020 
  4. «Manciola guaporicola». The Reptile Database. Consultado em 12 de maio de 2023 
  5. «Manciola guaporicola». The Reptile Database. Consultado em 9 de dezembro de 2020 
  6. Avila-Pires, T.C.S. 1995. Lizards of Brazilian Amazonia (Reptilia: Squamata). Zoologische Verhandelingen 299: 1-706
  7. DA SILVA, Antonio Fernando Costa et al. Geographic distribution extension of Manciola guaporicola (Dunn, 1935)(Squamata: Mabuyidae) for the State of Maranhão, Northeastern Brazil. Herpetology Notes, v. 14, p. 197-199, 2021.
  8. Cacciali, Pier; Norman J. Scott, Aida Luz Aquino Ortíz, Lee A. Fitzgerald, and Paul Smith 2016. The Reptiles of Paraguay: Literature, Distribution, and an Annotated Taxonomic Checklist. SPECIAL PUBLICATION OF THE MUSEUM OF SOUTHWESTERN BIOLOGY, NUMBER 11: 1–373
  9. Cacciali, P., Scott, N., Moravec, J., Aparicio, J., Nogueira, C. & Avila-Pires, T.C.S. 2019. Manciola guaporicola. The IUCN Red List of Threatened Species 2019: e.T47102918A47102929. https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2019-2.RLTS.T47102918A47102929.en. Accessed on 27 April 2023.