Macropophora accentifer

Macropophora accentifer (denominado popularmente, em português (BRAarlequim-pequeno[2][7][9][10] ou arlequim-amarelo; mas também podendo ser denominado besouro-do-tronco ou broca-do-tronco devido à atividade de suas larvas) é um inseto da ordem Coleoptera e da família Cerambycidae, subfamília Lamiinae; um besouro cujo habitat é a área meridional e subtropical da América do Sul (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Peru), na região neotropical. A espécie foi descrita em 1795 por Guillaume-Antoine Olivier, com a denominação Prionus accentifer, em sua obra Entomologie ou Histoire Naturelle des Insectes.[5][6][7][8][11]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaArlequim-pequeno
Macropophora accentifer
Ilustração mostrando a fêmea (à esquerda) e o macho (à direita) do vistoso besouro da espécie Acrocinus longimanus, o arlequim; cuja comparação acabou nomeando M. accentifer como arlequim-pequeno; mas também por causa disso podendo tal besouro ser denominado arlequim-grande.[1][2]
Ilustração mostrando a fêmea (à esquerda) e o macho (à direita) do vistoso besouro da espécie Acrocinus longimanus, o arlequim; cuja comparação acabou nomeando M. accentifer como arlequim-pequeno; mas também por causa disso podendo tal besouro ser denominado arlequim-grande.[1][2]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Coleoptera
Subordem: Polyphaga
Família: Cerambycidae
Subfamília: Lamiinae
Tribo: Acrocinini[3]
Género: Macropophora
Espécie: M. accentifer
Nome binomial
Macropophora accentifer
(Olivier, 1795)[4][5]
Distribuição geográfica
O besouro M. accentifer é encontrado na região neotropical.[5][6]
O besouro M. accentifer é encontrado na região neotropical.[5][6]
Sinónimos
Prionus accentifer Olivier, 1795
Acrocinus accentifer (Olivier, 1795)
Macropus accentifer (Olivier, 1795)[7][8]

Descrição editar

Trata-se de um besouro de cerca de 3.5 centímetros de comprimento em sua máxima dimensão, de coloração geral castanho-acinzentada e dotado de manchas escuras nos élitros,[2][12] mas também apresentando quatro característicos desenhos lineares e quase brancos nos seus flancos e região posterior, dois de cada lado; tais desenhos inspirando sua nomenclatura como arlequim-pequeno, numa comparação com o arlequim-grande, Acrocinus longimanus, do qual é aparentado.[1][6][13][14] O seu epíteto específico, accentifer, mostra sua definição quando o seu autor começa a descrição do espécime com a frase "Prione accentué" (accentué = acentuado), indicando-lhe as marcações dos élitros.[15]

Biologia editar

Indivíduos adultos de Macropophora accentifer podem ser avistados raspando a casca de troncos e galhos como forma de alimentação, com suas fêmeas fazendo diversos cortes transversais para preparação de sua oviposição, podendo fazê-la mais destacadamente em árvores do gênero Citrus (tangerina, laranja, limão), mas também podendo esta ser feita em outras culturas, como abacate, amora, figo, pêssego e em essências florestais como o cedro; todas as quais as larvas atacam especificamente os troncos, construindo galerias em seu interior.[7][9][10][16]

Distribuição brasileira de M. accentifer editar

Sendo um besouro neotropical,[5][6] um estudo indica que, no Brasil, o arlequim-pequeno está distribuído pelos estados de Pernambuco, Bahia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (dos Santos Ferreira et al., 2023).[8]

Referências

  1. a b FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 164. 1838 páginas 
  2. a b c HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello (2001). Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva. p. 289. 2922 páginas. ISBN 85-7302-383-X 
  3. «Acrocinini» (em inglês). Cerambycidae Lamiinae. 1 páginas. Consultado em 7 de novembro de 2023 
  4. «Macropophora Thomson, 1864». SiBBr - Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira. 1 páginas. Consultado em 7 de novembro de 2023 
  5. a b c d «Macropophora accentifer (Olivier, 1795)» (em inglês). Global Biodiversity Information Facility. 1 páginas. Consultado em 11 de agosto de 2023 
  6. a b c d GODINHO JR., Celso L. (2011). Besouros e Seu Mundo. Com 1400 ilustrações em cores desenhadas pelo autor 1ª ed. Rio de Janeiro, Brasil: Technical Books. p. 380. 478 páginas. ISBN 978-85-61368-16-6 
  7. a b c d e «Besouro do tronco». Portal Agrolink. 1 páginas. Consultado em 11 de agosto de 2023 
  8. a b c «Acrocininiː Macropophora accentifer (Olivier, 1795)» (em francês). Institut de Recherche pour le Développement (GBIF). 1 páginas. Consultado em 11 de agosto de 2023 
  9. a b c SANTOS, Eurico (1985). Zoologia Brasílica, vol. 10. Os Insetos 2ª ed. Belo Horizonte: Itatiaia. p. 108. 244 páginas 
  10. a b LIMA, Costa (1953). «Família CERAMBYCIDAE, in Insetos do Brasil» (PDF). Escola Nacional de Agronomia (cerambycoidea.com). p. 128. 143 páginas. Consultado em 11 de agosto de 2023 
  11. «Macropophora accentifer (Olivier, 1795)» (em francês). Institut de Recherche pour le Développement (GBIF). 1 páginas. Consultado em 11 de agosto de 2023 
  12. GODINHO JR., Celso L. (Op. cit., p.381.).
  13. Martins, Mario Jorge (28 de março de 2008). «Macropophora accentifer». Flickr. 1 páginas. Consultado em 11 de agosto de 2023 
  14. AzureJay Wildlife Documentation (12 de dezembro de 2013). «Macropophora accentifer (Cerambycidae), Hotel Tirol, Paraguay, 11-25-13» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 11 de agosto de 2023 
  15. Olivier, G. A. (1795). «Entomologie ou Histoire naturelle des insectes, avec leurs caractères génériques et spécifiques, leur description, leur synonumie et leur figure enluminee ... Coléoptères Tome IV» (em francês). Biodiversity Heritage Library. p. 8. Consultado em 7 de novembro de 2023 
  16. a b Garcia, Antonio Henrique; Veloso, Valquíria Rocha Santos; Cunha, Marcos Gomes da (1993). «VARIEDADES DE CITROS MAIS SUSCETÍVEIS AO ATAQUE DE Macropophora accentifer (OLIVIER, 1795) COLEOPTERA CERAMBYCIDAE». Anais da Escola de Agronomia e Veterinária 23(1) (UFG). pp. 187–189. Consultado em 11 de agosto de 2023 

Ligações externas editar