Manuel Cardoso do Couto

jornalista português

Manuel Cardoso do Couto (Altares, 5 de outubro de 1893Lisboa, 4 de junho de 1953) foi um sacerdote católico, professor de Filosofia, orador sacro de nomeada e jornalista.

Manuel Cardoso do Couto
Nascimento 5 de outubro de 1893
Altares
Morte 4 de junho de 1953 (59 anos)
Lisboa
Cidadania Portugal
Alma mater
Ocupação padre, jornalista
Religião Igreja Católica

Biografia

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Nascido no seio de uma família de lavradores dos Altares, Manuel Cardoso do Couto matriculou-se no ano lectivo de 1907/1908 no Seminário Diocesano de Angra. Distinguindo-se como aluno brilhante, em 1914, ano em que terminou o 2.º ano de Teologia, foi convidado pelo bispo de Angra para frequentar a Universidade Gregoriana, de Roma. Aceitou o convite, formando-se Filosofia por aquela Universidade no ano 1917 e em Teologia no ano de 1920.

Enquanto estudante em Roma ordenou-se sacerdote em cerimónia celebrada na Basílica de São João de Latrão a 30 de Março de 1918. Terminado o curso de Teologia, em 1920 regressou a Angra do Heroísmo, sendo convidado para o cargo de prefeito do Seminário onde estudara. Professor de Filosofia no Seminário, foi logo naquele ano nomeado vice-reitor, cargo que ocupou até 21 de Julho de 1928. Manteria a regência da disciplina de Filosofia até 1950, leccionando durante mais de 30 anos.

Em complemento das suas funções no Seminário Episcopal, foi nomeado director do Boletim Eclesiástico dos Açores, o órgão oficial da Diocese de Angra, cargo que manteve até 1928.

Em 31 de Outubro de 1940 assumiu o cargo de director do jornal A União, propriedade da Diocese de Angra e do qual já era colaborador assíduo. Como director e jornalista, foi um defensor acérrimo das causas da ilha Terceira e um grande propagandista dos valores então defendidos pela Igreja Católica açoriana, assumindo posições por vezes ultraconservadoras e um fervor apologético contra o que considerava as tendências heréticas do século.

Esse fervor apologético é reflexo do seu percurso intelectual, filosófico e teológico, marcado pelo aristotelismo de inspiração tomista. Foi leitor atento dos escritos do arcebispo Désiré-Joseph Mercier desde a década de 1920, sendo também profundamente influenciado pelo seu pensamento, o que transparece na sua obra escrita.

Para além das suas funções como professor e publicista, o dr. Manuel Cardoso do Couto, mais conhecido pelo dr. Couto, foi um orador sacro muito apreciado, pregando sermões nas principais celebrações litúrgicas da ilha. A forma como usava o púlpito mereceu-lhe nos círculos católicos o epíteto de o Vieira Terceirense.

A maioria dos escritos de Manuel Cardoso do Couto está dispersa-se pelos revistas e jornais açorianos da época, especialmente nas páginas de A União (particularmente no período 1940-1953, durante o qual dirigiu aquele periódico), no semanário O Atlântico e no diário A Pátria.

Faleceu em Lisboa, cidade para onde viajara pouco antes de falecer em busca de cuidados médicos. Foi trasladado para Angra do Heroísmo, cidade aonde os seus restos mortais chegaram a 23 de Junho de 1953, sendo sepultados no Cemitério do Livramento.

Principais obras publicadas

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  • 1926 — "Cardeal Mercier. Prelúdios": Revista de Religião e Cultura. Angra do Heroísmo, Seminário Diocesano de Angra, 3: 1-7.
  • 1941 — "São Tomás de Aquino e a Ordem Nova": Tomaz de Aquino: 7 de Março de 1941. Angra do Heroísmo, Seminário Diocesano de Angra: 25-28.
  • 1941 — Algumas Comemorações Centenárias em Angra do Heroísmo em MCMXL (discursos). Angra do Heroísmo, União Gráfica Angrense.
  • 1942 — Capital e Trabalho. Separata de A União, Angra do Heroísmo.
  • 1943 — "Saúde Moral e Física": Estudo e Acção. Angra do Heroísmo, Ed. M. P.: 91-99.
  • 1940-1953 — Editoriais e artigos diversos em A União. Angra do Heroísmo.

Referências

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  • Pereira, J. A. (1939), Padres Açoreanos: Bispos, Publicistas, Religiosos. Angra do Heroísmo, União Gráfica Angrense: 79-80.
  • Pereira, J. A. (1963), O Seminário de Angra: Esboço Histórico. Angra do Heroísmo, União Gráfica Angrense.
  • A União (1943), n.º 14.274 de 30 de Março.
  • A União (1953), n.ºs 17.303, 17.304, 17.316, 17.317, de 5, 8, 23 e 24 de Junho.

Ligações externas

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