Nota: Para outros significados, veja Mecécio Genúnio.

Mecécio (em latim: Mecetius), Mezécio (Mezetius) ou Mezézio (Mezezius; em grego: Μεζέζιος; romaniz.: Mezézios; em armênio: Մժեժ; romaniz.: Mžēž) foi nobre armênio que serviu como general bizantino e que, posteriormente, tentou usurpar o trono imperial na Sicília entre 668 e 669.

Mecécio
Usurpador do Império Bizantino
Mecécio
soldo de Mecécio emitido na Sicília
Reinado 668669
Casa Genúnio
Religião Cristianismo

Mecécio (Mecetius), Mezécio (Mezetius) ou Mezézio (Mezezius; em grego: Μεζέζιος; romaniz.: Mezézios) são as formas latinas[1] do armênio Mezeze (Մժեժ, Mžēž), cuja origem é incerta.[2] Foi registrado em grego como Mizízio (Μιζίζιος, Mizízios) por Teófanes, o Confessor, Mizizo ou Nizizo (Μιζιζός/Νιζιζός, Mizizós / Nizizós) por Jorge Mônaco, Nizízio (Νιζίζιος, Nizízios) por Simeão, o Logóteta e Mezêuxio (Μεζεύξιος, Mezeúxios) pelo papa Gregório II (r. 715–731).[3]

Origem e carreira inicial

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Segundo cronistas bizantinos, era armênio e "excessivamente formoso e bonito". Segundo Cyril Toumanoff, descendeu da principesca família Genúnio.[4] Numa carta supostamente escrita pelo papa Gregório II (r. 715–731) ao imperador Leão III, o Isauro (r. 717–741), é referido como conde do Opsício — naquele tempo ainda não uma província, mas propriedade militar pessoal do imperador e campo do exército. O cronista siríaco do século XII Miguel, o Sírio, na chamada Crônica de 1234, também registra-o na posição de patrício.[5][6]

Usurpação e morte

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Mecécio acompanhou o imperador Constante II (r. 641–668) em sua expedição italiana e siciliana. Quando Constante foi assassinado em 668 em Siracusa, na Sicília, Mecécio foi proclamado imperador contra sua vontade. Segundo uma suposta carta do papa Gregório II, os bispos sicilianos empurraram-no à rebelião, pois Constante era um herético por seu apoio ao monotelitismo, contudo, Mecécio foi incapaz de garantir apoio da população local ou das tropas imperiais. Miguel, o Sírio afirmou que a rebelião durou cerca de sete meses antes de ser suprimida, mas as fontes, e estudiosos modernos, dividem-se quanto a forma como isso se sucedeu.[4][5][6]

Teófanes, o Confessor relata que o filho do imperador, Constantino IV (r. 668–685), pessoalmente liderou uma expedição à Sicília, onde executou Mecécio e os assassinos de seu pai, enquanto o Livro dos Pontífices relata que tropas lealistas da Itália e do Exarcado da África suprimiram a revolta, executaram e decapitaram Mecécio, e enviaram sua cabeça para Constantinopla como sinal de lealdade.[6] Mecécio tinha um filho, João.[4] [7]

Referências

  1. Martindale 2014, Mizizios 1.
  2. Ačaṙyan 1942–1962, p. 329.
  3. Lilie 2013, Mizizios (#5163).
  4. a b c Hollingworth 1991, p. 1359.
  5. a b Lilie 2013, Mizizios (#5163).
  6. a b c Moore 1999.
  7. Lilie 2013, Ioannes (#2706/corr.); Mizizios (#5163).

Bibliografia

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  • Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Աբա». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians]. Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã 
  • Lilie, Ralph-Johannes; Ludwig, Claudia; Zielke, Beate et al. (2013). Prosopographie der mittelbyzantinischen Zeit Online. Berlim-Brandenburgische Akademie der Wissenschaften: Nach Vorarbeiten F. Winkelmanns erstellt 
  • Moore, R. Scott (1999). «Mezezios». Universidade Indiana da Pensilvânia