Michael E. Brown
Michael E. Brown (Huntsville, Alabama, Estados Unidos, 5 de junho de 1965) é um astrônomo e professor estadunidense. Desde 2003, "Mike" leciona ciência planetária no Instituto de Tecnologia da Califórnia.[1] Em seu trabalho como astrônomo, Mike e sua equipe são os responsáveis pela descoberta de vários objetos transnetunianos, sendo notável pela descoberta dos planetas anões Éris e Makemake. Ele humoristicamente refere-se a ele mesmo como o homem que matou Plutão,[2][3] pois foi Michael Brown o maior responsável pela reclassificação de Plutão como planeta anão, após a descoberta do planeta anão Éris. Em decorrência disto, em 2010, ele publicou o livro How I Killed Pluto and Why It Had It Coming.
Michael E. Brown | |
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Conhecido(a) por | Descoberta dos planetas anões Éris e Makemake Descoberta do objeto transnetuniano Sedna Reclassificação de Plutão como planeta anão |
Nascimento | 5 de junho de 1965 (59 anos) Huntsville, Alabama |
Nacionalidade | norte-americano |
Cônjuge | Diane Binney |
Prêmios | Prêmio Harold C. Urey (2001) Prêmio Kavli (2012) |
Instituições | Instituto de Tecnologia da Califórnia |
Campo(s) | Astronomia Ciência Planetária |
Juventude e educação
editarBrown nasceu em Huntsville, Alabama, em 5 de junho de 1965. Em 1983, se formou na escola Virgil I. Grissom High School. Em 1987, graduou-se em física na Universidade de Princeton, onde foi membro do Princeton Tower Club. Em 1990, adquiriu seu mestrado em astronomia na Universidade da Califórnia em Berkeley. E em 1994, com 29 anos, adquiriu seu doutorado em astronomia.[1]
Descobertas
editarBrown é bem conhecido na comunidade científica por suas pesquisas sobre objetos distantes que orbitam o Sol além da órbita de Netuno, chamados comumente de objetos transnetunianos. Sua equipe de astronomia descobriu vários destes e principalmente os planetas anões Makemake e Éris — o único objeto conhecido além da órbita de Netuno que é mais massivo que Plutão,[4] e cuja descoberta fez Plutão perder seu status de planeta.[5]
Brown também descobriu Sedna, que se acredita ser o primeiro corpo menor pertencente a nuvem de Oort a ser observado, Orco, Quaoar, 2007 OR10 e 2002 AW197, todos candidatos a serem reclassificados como planetas anões.
A equipe de Brown homenageou Éris e sua respectiva lua Disnomia com os nomes informais Xena e Gabrielle, respectivamente, os nomes das duas personagens principais da série Xena: A Princesa Guerreira.
A controvérsia Haumea
editarBrown e sua equipe observaram o planeta anão Haumea por aproximadamente seis meses antes de ter sido anunciada a sua descoberta por José Luis Ortiz Moreno e sua equipe do Observatório da Serra Nevada na Espanha. Brown originalmente ofereceu suporte a pesquisa da equipe de Ortiz, sendo dado crédito as duas equipes pela descoberta do planeta anão.
Lista de descobertas |
Planetas anões descobertos: 3 | |
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(136108) Haumea [1] [2] [6] | 28 de dezembro de 2004 |
136199 Eris [1] [2] | 8 de janeiro de 2005 |
136472 Makemake [1] [2] | 31 de março de 2005 |
Objetos transnetunianos descobertos: 12 | |
126154 2001 YH140 [1] | 18 de dezembro de 2001 |
126155 2001 YJ140 [1] [5] | 20 de dezembro de 2001 |
55565 2002 AW197 [Cand] | 10 de janeiro de 2002 |
119951 2002 KX14 [1] | 17 de maio de 2002 |
50000 Quaoar [1] [Cand] | 4 de junho de 2002 |
84719 2002 VR128 [1] | 3 de novembro de 2002 |
120178 2003 OP32 [1] [2] | 26 de julho de 2003 |
90377 Sedna [1] [2] [Cand] | 14 de novembro de 2003 |
90482 Orco [1] [2] [Cand] | 17 de fevereiro de 2004 |
120347 Salacia [3] [4] | 22 de setembro de 2004 |
120348 2004 TY364 [1] [2] | 3 de outubro de 2004 |
225088 2007 OR10 [2] [Cand] | 17 de julho de 2007 |
Outros objetos descobertos | |
87 Sylvia I Romulus [8] | 18 de fevereiro de 2001 |
136199 Eris I Dysnomia [7] | 10 de setembro de 2005 |
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Entretanto, investigações mostraram que um site contendo arquivos sobre onde os telescópios da equipe de Brown foram apontados durante a observação de Haumea, foram acessados 8 vezes três dias antes do anúncio oficial de Ortiz, por computadores cujo endereços IP foram rastreados como sendo do Instituto de Astrofísica da Andaluzia (CSIC), onde trabalha a equipe de Ortiz, além de mensagens de e-mail trocadas entre Ortiz e seu aluno. Estes acessos ao site aconteceram uma semana depois de Brown ter publicado um resumo sobre sua próxima conferência onde ele planejava anunciar a descoberta de Haumea. O resumo se referia a Haumea com um código, mesmo código utilizado nos relatórios do site para indicar a sua localização. Os computadores de Andaluzia tinham acessado diretamente o relatório pelo código, como é o caso de uma pesquisa de internet, onde então se penetraria no site direto ao assunto desejado sem passar por páginas iniciais ou diretórios de arquivos.[6] Quando perguntado sobre esta atitude, Ortiz respondeu com um e-mail para Brown que o sugeriu que ele estava em falta para "ocultar objetos" e disse que "a única razão para estarmos trocando este e-mail agora é porque vocês não relataram seu objeto antes". Brown diz que esta declaração de Ortiz contradiz a prática científica de analisar a investigação, até onde se é considerado necessário, e em seguida, enviá-lo para revisão antes de qualquer anúncio público de mesmo nível. No entanto, o Minor Planet Center apenas necessita da determinação bastante precisa da órbita do objeto a fim de fornecer o crédito da descoberta, fornecido a Ortiz.
O então diretor do Instituto de Astrofísica da Andaluzia, José Carlos del Toro, distanciou-se do Ortiz, insistindo que seus pesquisadores que têm a responsabilidade sobre seus atos. Brown então pediu a União Astronômica Internacional para que sua equipe recebesse o crédito ao invés da equipe de Ortiz como os descobridores de Haumea. A UAI deliberadamente não reconheceu um descobridor de Haumea. A data da descoberta e localização são listados oficialmente como 7 de março de 2003, no Observatório da Serra Nevada. No entanto, a UAI aceitou o nome sugerido por Brown para o objeto: Haumea.
Ex-alunos
editarBrown formou vários astrofísicos, incluindo Adam Burgasser, Jean-Luc Margot, Chad Trujillo, Marc Kuchner, Antonin Bouchez, Emily Schaller, Darin Ragozzine, e Megan Schwamb.[7]
Prêmios e homenagens
editar- Michael E. Brown foi nomeado uma das 100 pessoas mais influentes de 2006 pela revista Time.[8]
- O asteróide 11714 Mikebrown, descoberto em 28 de Abril de 1998, foi nomeado em sua homenagem.[9]
- Em 2001, ele ganhou o prêmio anual de planetologia Harold C. Urey.
- Em 2007, ele ganhou o prêmio anual Feynman, pelo seu prestígio como professor.
- Em 2012, Mike Brown ganhou o prêmio Kavli de astrofísica.[10]
Referências
- ↑ a b Brown, Michael. «Curriculum vitae». Consultado em 25 de agosto de 2006
- ↑ Brown, Mike (2010). How I Killed Pluto and Why It Had It Coming. [S.l.: s.n.] ISBN 0-385-53108-7
- ↑ Astronomer Who ‘Killed’ Pluto to Present Annual Science Lecture. Sarah Lawrence College – News and Events. April 13, 2009, retrieved January 11, 2011
- ↑ Brown, Michael E.; Emily L. (15 de junho de 2007). «The Mass of Dwarf Planet Eris». Science (em inglês). 316 (5831): 1585-1585. ISSN 0036-8075. PMID 17569855. doi:10.1126/science.1139415
- ↑ Kenneth Chang: The War of the Worlds, Round 2. The New York Times, January 10, 2011, retrieved January 11, 2011
- ↑ Brown, Michael. «The electronic trail». Consultado em 25 de agosto de 2006
- ↑ Michael E. Brown. «Research». Caltech. Consultado em 3 de janeiro de 2011
- ↑ Lemonick, Michael D. (30 de abril de 2006). «The 2006 TIME 100: Scientists & Thinkers: Mike Brown». Time. Consultado em 25 de agosto de 2006
- ↑ «11714 Mikebrown (1998 HQ51)» (online). JPL Small-Body Database Browser. Jet Propulsion Laboratory. Consultado em 9 de abril de 2012
- ↑ «The 2012 laureates in astrophysics» (em inglês). Kavli Prize - website oficial. Consultado em 15 de agosto de 2013. Cópia arquivada em 15 de agosto de 2013
Ligações externas
editar- Página na internet de Mike Brown
- Michael E. Brown. no IMDb.
- Michael E. Brown no X (@plutokiller)
- Mike Brown's planets Blog do Brown