Miguel Barbosa

pintor português

Miguel Barbosa (Lisboa, 23 de Novembro de 1925), nome artístico de Miguel Artur de Morais e Macedo Alves Barbosa é um ficcionista, dramaturgo, pintor e poeta português.[1][2]

Miguel Barbosa
Pseudónimo(s) Rusty Brown
Nascimento 23 de novembro de 1925 (98 anos)
Morte 10 de outubro de 2019
Lisboa
Nacionalidade Portugal Portuguesa
Cônjuge Fernanda Barbosa
Ocupação Dramaturgo, poeta, pintor
Prêmios Medalha Jorge Amado (2009)
Magnum opus As Confissões de um Caçador de Dinossauros
Moita Macedo - Autor: Miguel Barbosa

Biografia editar

É filho de mãe brasileira e pai português, formou-se em Ciências Económicas e Financeiras, como vulgarmente se dizia, mas, com maior exactidão, ele licenciou-se em Finanças pelo ISCEF- Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, hoje ISEG - Instituto Superior de Economia e Gestão , integrado na Universidade de Lisboa.[2]

Rapidamente deixou essa área para se dedicar às letras e artes plásticas e paleontologia, revelando-se mais tarde como um dos maiores dramaturgos portugueses, bem como um dos mais importantes pintores da sua geração. O seu curriculum literário é excepcional, com cerca de 80 títulos. Escreveu poesia, foi romancista e novelista (com o pseudónimo de J. Penha Brava), escreveu policiais (com o pseudónimo de Rusty Brown) e dramas. Publicações suas foram probidas pela Censura do regime de Salazar. Efectivamente, em 18.01.08 declarou o seguinte: “Muitas das minhas peças foram proibidas pela Censura e só anos depois puderam ser encenadas. Recordo perfeitamente ‘O Palheiro’, um texto meu que há várias décadas o Teatro Experimental do Porto quis levar à cena e posteriormente o D. Maria, mas o regime não o permitiu”.[2]

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Como paleontólogo, juntamente com a esposa, desenvolveu importante actividade, tendo coleccionado milhares de fósseis e minerais, que descobriram em Portugal e sítios que visitaram em África, E.U.A., México e Brasil, além dos que obtiveram por troca com outros paleontólogos. Doou mais de dez mil dessas peças à Câmara Municipal de Sintra, para acervo de um museu a criar. Em Agosto de 2009 foi inaugurado o Museu de História Natural de Sintra, com esses fósseis.[2]

Pintura editar

Apresentou as suas obras artísticas em Portugal e em diversos países estrangeiros como Brasil, Alemanha, Bélgica, Canadá, Espanha, França, Itália e E.U.A..[1][2][3]

Começou a expor em 1974 em Barcelona (Espanha), a seguir em 1980 em Lisboa e E.U.A. Posteriormente passou a expor praticamente todos os anos, tanto em espaços portugueses como estrangeiros. O estudo do currículo duma exposição sua em 1999 levou à conclusão que a sua pintura, em Portugal, foi mais vezes exposta em espaços que não eram galerias, enquanto no estrangeiro predominaram as galerias de arte. É de salientar nesse ano uma particicipação sua na colectiva de Apoio aos Doentes de Alzheimer, Centro Cultural de Belém.[2][4] Expôs no Exposalão 2002 (Batalha), na PortoArte 2001 e PortoArte 2003 (Porto) com o pintor José Barata de Castilho e em 2003 na FAIM - Feria de Arte Idependiente en Madrid, Stand “Portugal – “País Invitado” (sendo Comissário o mesmo pintor).[2] Com eles estiveram também Cruzeiro Seixas, Jaime Silva (pintor), Manuel Cargaleiro, Manuel Casal Aguiar, Nadir Afonso, entre outros pintores e escultores.[1][5]

Prémios editar

Recebeu vários prémios como pintor. Falando apenas em medalhas de prata e medalhas de ouro mereceu: medalha de prata Concours International 19ème Académie de Lutèce, Paris; Chevalet d'or, Ambily, França; Gold Medal Associacion d'Incentivo l'l'Elite, França; Medalha de Ouro da "melhor selecção artista europeu" Chateau de Saint Victor, França. Foi nomeado representante de Portugal na exposição de arte "Montmartre na Europa", Paris, 1996.[1][2] A 18 de Setembro de 2009, foi distinguido com a Medalha Jorge Amado pela União Brasileira de Escritores,[3] sendo a mesma entregue no Teatro Raimundo Magalhães Júnior da Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro, a 30 de Outubro de 2009.[3]

Obras publicadas editar

  • Retalhos da Vida, Lisboa, 1955;
  • Manta de Trapos, Lisboa, 1962;
  • A Mulher Macumba, Lisboa, 1973;
  • O Palheiro, 1963;
  • Crónicas do Tempo do Cavaleiro Charles e do seu Fiel Escudeiro Pompidouze, Alfragide, 1968;
  • A Pileca no Poleiro, Alfragide, 1976;
  • O Adesivo, Lisboa, 1980;
  • As Confissões de um Caçador de Dinossauros, Lisboa, 1981;
  • As Pequenas Explosões Eróticas de um Velho Sentimental, 1982;
  • As Alegres Noites de um Boticário, 1982;
  • Vingança e Morte em Las Cruces, Póvoa de Santo Adrião, 1983;
  • Esta Louca Profissão de Escritor, 1984;
  • Cartas a um Fogo Fátuo, Lisboa, 1985;
  • A Guerra do Rapa-Tudo, Lisboa, 1985;
  • A Lixeira, Los Angeles, 1988;
  • O Marinheiro Cego Pensando na Índia, Lisboa, 1994;
  • um gesto no rosto da utopia, Lisboa, 1994;
  • Prelúdio poético de um vagabundo de madrugada, Lisboa, 1996;
  • A Nau Catrineta Naufragada no Amor, Roma Editora, Lisboa, 2007.

Com o pseudónimo de Rusty Brown:

  • Um Crime Plagiado, Lisboa, 1985;
  • Crime à Pressão, Lisboa, 1986;
  • Os Crimes no Espaço, Lisboa, 1988;
  • Rusty Brown em Lisboa, 1992;
  • Factura da Mafia, 1993;
  • Rusty Brown e os Violadores de Túmulos, Póvoa de Santo Adrião, 1994;
  • Rusty Brown e o nariz de Toulouse Lautrec, Póvoa de Santo Adrião, 1996;
  • A Paleta do Poeta, Lisboa, 1989;
  • Esboços Poéticos, 1989;
  • Antes do Verbo, 1990;
  • Da Dúvida ao Infinito, 1991;
  • O Teu Corpo na Minha Alma, Sintra, 1996;
  • O Palheiro, 1963;
  • Os Carnívoros, 1964;
  • O Insecticida, 1967;
  • Uma Flor na Morávia, 1967;
  • Muro Alto, 1967;
  • O Paraíso Reencontrado ou a Mulher que Pariu a França, 1971;
  • O Tecni-Homem, 1973;
  • Irineu do Morro, 1975;
  • As Máquinas Assassinas, 1977;
  • Cuidado Não Pisem a Flor de Abril, 1977;
  • Como os Ratos Destruíram Nova Iorque, Sacramento (Califórnia), 1977;
  • A Materialização do Amor, Los Angeles, 1978;
  • Quer o Crime Bem ou Mal Passado?, Lisboa, 1981;
  • O Insecticida ou o Fim do Império, Lisboa, 1994

Referências

  1. a b c d Portugal País Convidado da Feria de Arte Independiente en Madrid
  2. a b c d e f g h Biografia do Pintor Miguel Barbosa
  3. a b c «Miguel Barbosa distinguido com a medalha Jorge Amado». Consultado em 20 de setembro de 2009. Arquivado do original em 20 de novembro de 2009 
  4. http://minervacoimbra.blogspot.pt/2006/09/minha-primeira-exposio-em-coimbra.html
  5. p.2 do Catálogo da FAIM, com os nomes dos artistas portugueses

Ligações externas editar

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