Mirabilistrombus listeri

espécie de molusco

Mirabilistrombus listeri (nomeada, em inglês, Lister's conch;[3][4] em francês, strombe de Lister)[5] é uma espécie de molusco gastrópode marinho pertencente à família Strombidae da subclasse Caenogastropoda. Foi classificada no texto "On a species of Strombus in the Hunterian Museum at Glasgow", publicado em The Annals and Magazine of Natural History por Thomas Gray, com o nome Strombus listeri, em 1852,[2][6] sendo a única espécie de seu gênero[1] (táxon monotípico). É nativa do noroeste do oceano Índico e nas costas ao leste da Índia.[3][7][8]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaMirabilistrombus listeri
Ilustração da vista inferior da concha de M. listeri; proveniente dos Proceedings of the Zoological Society of London (28 de abril de 1870), na descrição de Strombus mirabilis por G. B. Sowerby II.[1]
Ilustração da vista inferior da concha de M. listeri; proveniente dos Proceedings of the Zoological Society of London (28 de abril de 1870), na descrição de Strombus mirabilis por G. B. Sowerby II.[1]
Cinco vistas da concha de M. listeri.
Cinco vistas da concha de M. listeri.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Gastropoda
Subclasse: Caenogastropoda
Ordem: Littorinimorpha
Superfamília: Stromboidea
Família: Strombidae
Género: Mirabilistrombus
Kronenberg, 1998[1]
Espécie: M. listeri
Nome binomial
Mirabilistrombus listeri
(T. Gray, 1852)[2]
Vista semifrontal de um espécime de M. listeri coletado na Tailândia.
Distribuição geográfica
A região do Indo-Pacífico, no nordeste do oceano Índico, entre o leste da Índia e o oeste de Myanmar e Tailândia, na baía de Bengala e mar de Andamão, é o principal habitat da espécie M. listeri, em águas profundas.
Sinónimos
Strombus listeri Gray, 1852
Strombus mirabilis G. B. Sowerby II, 1870
(WoRMS)[2]

Descrição da concha editar

Concha brilhante, marrom-alaranjada com máculas brancas em zigue-zague, leve, com a espiral alta e em forma de torre; com a sua última volta ocupando mais da metade de sua altura total e formando uma aba dotada de lábio externo fino, retilíneo e com a abertura estreita e de coloração branca, quando vista por baixo. Primeiras voltas da espiral com relevo fino de estrias, tornando-se ausentes nas três últimas voltas. A região superior do lábio externo apresenta um prolongamento em forma de espátula, ou asa, arredondado e mais ou menos proeminente.[4][7][9] Chegam de 13[3] a até 16 centímetros em suas maiores dimensões.[7][10] O opérculo é córneo, em forma de foice, amarronzado, e possui um núcleo apical.[2][11]

Distribuição geográfica, habitat e coleta editar

Mirabilistrombus listeri ocorre no noroeste do oceano Índico, nas costas ao leste da Índia, no Golfo de Bengala, mar de Andamão[3][7] e no mar de Arafura, no Pacífico; em águas moderadamente profundas, habitando fundos arenosos entre 40 e 150 metros, onde se alimenta de vegetais.[10][12]

O primeiro espécime conhecido do molusco descrito inicialmente como Strombus listeri pertenceu a John Tradescant, de Londres, no início do século XVII, e foi ilustrado por Martin Lister na obra de 1685, Historia Conchyliorum, cujo desenho serviu para a descrição do holótipo por Thomas Gray, em 1852, daí advindo a denominação listeri. Outra famosa colecionadora britânica, Mrs. de Burgh, adquiriu outro exemplar, alguns anos após, servindo para a descrição da espécie Strombus mirabilis por G. B. Sowerby II, em 1870. Antes considerada uma grande raridade em coleções, sua coleta mais frequente deu-se após, na segunda metade do século XX, a partir da década de 1970, estando ainda listada pelo malacologista S. Peter Dance em seu livro de 1969, Rare Shells;[4][6][10][12][13] por algum tempo considerada um dos mais raros moluscos em sua família.[14] Já fez parte de um subgênero denominado Doxander, juntamente com Doxander vittatus (Linnaeus, 1758),[13][15] que teve o seu subgênero elevado à categoria de gênero.[16]

Ligações externas editar

Referências

  1. a b c «Mirabilistrombus Kronenberg, 1998» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 21 de agosto de 2016 
  2. a b c d «Mirabilistrombus listeri (Gray, 1852)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 21 de agosto de 2016 
  3. a b c d ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 79. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  4. a b c DANCE, S. Peter (2002). Smithsonian Handbooks: Shells. The Photographic Recognition Guide to Seashells of the World (em inglês) 2ª ed. London, England: Dorling Kindersley. p. 59. 256 páginas. ISBN 0-7894-8987-2 
  5. COX, James A. (1979). Les Coquillages. dans la nature et dans l'art (em francês). Paris: Librairie Larousse. p. 61. 252 páginas. ISBN 2-03-517101-6 
  6. a b Gray, Thomas (1852). «On a species of Strombus in the Hunterian Museum at Glasgow» (em inglês). The Annals and Magazine of Natural History. (2) 10 (60) (Biodiversity Heritage Library). pp. 429–431. Consultado em 25 de novembro de 2023 
  7. a b c d «Mirabilistrombus listeri» (em inglês). Gastropods. 1 páginas. Consultado em 21 de agosto de 2016. Arquivado do original em 11 de agosto de 2021 
  8. REHDER, Harald A. (1990). The World of Natureː Seashells (em inglês). New York: Gallery Books. p. 16. 64 páginas. ISBN 0-8317-9578-6 
  9. Kunsformer der Natur (9 de abril de 2016). «Mirabilistrombus listeri (Gray, 1852)» (em inglês). Flickr (Wayback Machine). 1 páginas. Consultado em 21 de agosto de 2016 
  10. a b c OLIVER, A. P. H.; NICHOLLS, James (1975). The Country Life Guide to Shells of the World (em inglês). England: The Hamlyn Publishing Group. p. 68. 320 páginas. ISBN 0-600-34397-9 
  11. SABELLI, Bruno; FEINBERG, Harold S. (1980). Simon & Schuster's Guide to Shells. An Easy-to-Use Field Guide, With More Than 1230 Illustrations (em inglês). New York: Simon & Schuster. p. 184. 512 páginas. ISBN 0-671-25320-4 
  12. a b Wieneke, Ulrich (21 de setembro de 2014). «Mirabilistrombus listeri» (em inglês). Gastropoda Stromboidea. 1 páginas. Consultado em 21 de agosto de 2016 
  13. a b FERRARIO, Marco (1992). Guia del Coleccionista de Conchas (em espanhol). Barcelona, Espanha: Editorial de Vecchi. p. 82. 220 páginas. ISBN 84-315-1972-X 
  14. SAUL, Mary (1974). Shells. An Illustrated Guide to a Timeless and Fascinating World (em inglês). London: Country Life. p. 47. 192 páginas. ISBN 0-600-38048-3 
  15. LINDNER, Gert (1983). Moluscos y Caracoles de los Mares del Mundo (em espanhol). Barcelona, Espanha: Omega. p. 144. 256 páginas. ISBN 84-282-0308-3 
  16. «Doxander vittatus (Linnaeus, 1758)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 14 de abril de 2021 
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