Inquice
Inquice,[1][2] enquice,[1] equice[1] ou iquice[1] (em quimbundo: nkisi), no candomblé de rito Congo-Angola, são divindades equivalentes aos orixás iorubás.[3] No panteão dos povos de língua quimbunda originários do Norte de Angola, o deus supremo e criador é Zambi; abaixo dele, estão os minkisi ou mikisi (plural de nkisi: "receptáculo"), divindades da mitologia banta.[4]
Etimologia
editarNkisi é um termo que provém da língua africana quimbundo.[3] Nkisi e seus cognatos em muitas línguas bantas podem se referir a um espírito, um amuleto, um tratamento médico, uma máscara e certos seres humanos especialmente qualificados.[5]
Brasil
editarOs principais inquices no Brasil são:
- Dandalunda - das águas doces, fertilidade, fecundação, vida marinha, das raízes e cachoeiras;[13][14][15][16]
- Gangazumba - da lama, da decomposição e dos pântanos;[17]
- Quitembo - do tempo cronológico e mítico, atmosfera, tempestade e vento. Patrono do Candomblé de Angola; [22][23]
O Deus supremo e Criador é Zambi; abaixo dele, estão os inquices, divindades da mitologia bantu. Essas divindades se assemelham a Olorum e orixás da mitologia iorubá, e a Olorum e orixás do Candomblé Queto.
Vale relembrar que, diferente dos Orixás do Candomblé Queto, que são cultuados como ancestrais divinizados que intercedem por meio das forças da natureza, os inquices apresentam traços anímicos, ou seja, são as próprias forças da natureza em essência. Portanto, apesar do sincretismo que há entre orixá e inquice, os inquices majoritariamente não são atribuídos à energias humanas. Por exemplo, Dandalunda é manifestada como a própria energia das águas, desde a que nutre às raízes até as fontes dos rios; apesar da cor em seu culto ser o amarelo, não é associada a ouro e prosperidade, como Oxum.
Cuba e República Dominicana
editarHaiti e República Dominicana
editarReferências
- ↑ a b c d Houaiss: 'inquice'; sinônimos: 'enquice', 'equice', 'iquice'
- ↑ «Inquice». Michaelis
- ↑ a b FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 949.
- ↑ The Arts of Africa, Dallas Museum of Art
- ↑ MacGaffey, Wyatt (1988). «Complexity, astonishment and power: the visual vocabulary of Kongo Minkisi». Journal of Southern African Studies. 14 (2): 188-203. doi:10.1080/03057078808708170
- ↑ Barros 2007, p. 55; 211.
- ↑ Barros 2007, p. 238-239.
- ↑ Barros 2007, p. 238; 255.
- ↑ Barros 2007, p. 55; 107; 130.
- ↑ Castro 2001, p. 207.
- ↑ Prandi 2007, p. 191.
- ↑ Filho 2016, p. 50.
- ↑ Lima 1996, p. 154.
- ↑ Castro 2001, p. 327.
- ↑ Barros 2007, p. 244; 261.
- ↑ Ferreira 1986, p. 519.
- ↑ Barros 2007, p. 55.
- ↑ Barros 2007, p. 244-245.
- ↑ Barros 2007, p. 220-221.
- ↑ Barros 2007, p. 253-254.
- ↑ Barros 2007, p. 251.
- ↑ Queiroz 2012, p. 34.
- ↑ a b Barros 2007, p. 256-257.
- ↑ Barros 2007, p. 258-260.
Bibliografia
editar- Barros, Elisabete Umbelino de (2007). Línguas e Linguagens nos Candomblés de Nação Angola. São Paulo: Universidade de São Paulo
- Castro, Yeda Pessoa de (2001). Falares africanos na Bahia: um vocabulário afro-brasileiro. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras
- Ferreira, A. B. H. (1986). Novo dicionário da língua portuguesa 2 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira
- Filho, Edmilson Amaro da Hora (2016). Ecopedagogia no Terreiro de Candomblé Angola. Recife: Universidade Federal de Pernambuco
- Lima, Tânia Andrade (1996). Sincretismo Religioso: O Ritual Afro. 4. São Paulo: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana
- Queiroz, Amarino Oliveira de (2012). «Sob a árvore das palavras: oralidade, escrita e memória nas literaturas de língua portuguesa». INTERSEMIOSE Revista Digital
- Prandi, J. Reginaldo; Lira, Joana (2007). Contos e lendas Afro-brasileiros: a criação do mundo. São Paulo: Companhia das Letras
Ligações externas
editar- Ritos de Angola (no Português)