Pāua (em inglês paua, sem acento) é a denominação vernácula dada em língua maori[3] a três espécies[4] de moluscos gastrópodes marinhos do gênero Haliotis,[5] conhecidos em outros locais por abalones,[6] pertencentes à família Haliotidae e endêmicas da zona nerítica da costa da Nova Zelândia,[4] no sudoeste do Pacífico: Haliotis australis,[7] Haliotis iris[8] e Haliotis virginea;[9] as três classificadas por Johann Friedrich Gmelin no ano de 1791.[4]

Cinco vistas da concha do blackfoot pāua (Haliotis iris).[1] A maior, a mais comum e a mais conhecida espécie de pāua da Nova Zelândia.[2]

Suas conchas perfuradas, nacaradas e planispirais,[10] já eram utilizadas pelos maoris como recipientes para a realização e mistura de pigmentos, também sendo usadas em ornamentos de adorno pessoal, elementos decorativos em esculturas,[11] como olhos,[12] e uso em artigos como anzóis; assim como o animal sendo a sua fonte de alimentação.[11]

Dentre as três espécies de pāua, H. iris é a maior,[2] com quase 20 centímetros,[13] a mais comum e a mais conhecida (com H. virginea, de até 7 centímetros,[14] sendo a menor e a menos coletada),[2] participando da atividade econômica da região através do consumo de sua carne, em iguarias de verão,[1] de suas pérolas cultivadas e de adornos e adereços, graças a seu nácar.[12] É também a única espécie de abalone cultivada no país.[6]

Existem restrições legais para protegê-los de sua sobrepesca, sendo possível coletar apenas dez pāua por dia. Conchas de dimensões menores que 12,5 centímetros devem ser retornadas ao mar. Não há permissão para pescá-los com equipamento de mergulho. Apenas uma faca de lâmina fina é necessária para retirá-los das rochas, onde vivem e se fixam, se alimentando de algas. Os maiores, e mais procurados H. iris, por sua carne e concha, provém da ilha Stewart.[11] No entanto, mesmo com todas essas restrições em vigor, a negociação no mercado negro, sobre coletas ilegais, é enorme.[12]

Espécies de pāua e sua nomenclatura vernácula

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Nome em inglês Nome científico Outros nomes vernáculos em inglês Nomes vernáculos em maori
blackfoot pāua[1] Haliotis iris pāua,[15] rainbow abalone,[14] sea opal[12] pāua, com o juvenil denominado kararuri[16]
yellowfoot pāua[1] Haliotis australis silver pāua, queen pāua,[15] austral abalone[14] pāua, koeo, mariri, karahiwa, korohiwa, hihiwa, karariwha, kororiwha, pāua korohiwa, kāhiwahiwa[16]
whitefoot pāua[1] Haliotis virginea virgin pāua,[15] virgin abalone[14] koio, marapeka, marariwha[16]

As três espécies de pāua neozelandesas receberam a nomenclatura blackfoot, yellowfoot e whitefoot, devido à coloração de seu pé (dispositivo de locomoção ventral), sendo este respectivamente negro, alaranjado e esbranquiçado nas três espécies referidas.[14][15] Maoris identificam pedaços de conchas por huatea e huauri.[16] Apenas H. virginea possui subespécies, em número de 5: crispata, huttoni, morioria, stewartae e virginea.[4]

Galeria de imagens

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Ligações externas

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Referências

  1. a b c d e «Summer Series 5: Paua is a summer delicacy. Dig deep for the blackfoot sea snail!» (em inglês). Te Kūwaha - Māori Environmental Research (NIWA). 22 de janeiro de 2013. 1 páginas. Consultado em 25 de maio de 2016 
  2. a b c «The story of NZ Paua» (em inglês). Paua World. 2016. 1 páginas. Consultado em 25 de maio de 2016 
  3. «Maori Nomenclature» (em inglês). Papers Past. Consultado em 25 de maio de 2016 
  4. a b c d Spurgeon, Andrew (2007). «Gastropoda - Vetigastropoda - (Vetigastropoda) - Family: Haliotidae» (em inglês). New Zealand Mollusca. 1 páginas. Consultado em 25 de maio de 2016. Arquivado do original em 25 de junho de 2016 
  5. «Haliotis» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 25 de maio de 2016 
  6. a b Heath, Philip. «Paua» (em inglês). Te Kūwaha - Māori Environmental Research (NIWA). 1 páginas. Consultado em 25 de maio de 2016 
  7. «Haliotis australis» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 25 de maio de 2016 
  8. «Haliotis iris» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 25 de maio de 2016 
  9. «Haliotis virginea» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 25 de maio de 2016 
  10. Ver Haliotidae (artigo)
  11. a b c «Paua (Haliotis iris (em inglês). Museum of New Zealand Te Papa Tongarewa. 1 páginas. Consultado em 25 de maio de 2016. Text originally published in Tai Awatea, Te Papa's onfloor multimedia database (1998) 
  12. a b c d e Brooke, Carly (31 de maio de 2013). «Pāua Abalone: the Spectacular Mollusc Revered by the Māori of New Zealand» (em inglês). Featured Creature. 1 páginas. Consultado em 25 de maio de 2016 
  13. Caro, Olivier. «Haliotis iris Gmelin, 1791» (em inglês). Idscaro. Consultado em 25 de maio de 2016 
  14. a b c d e ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 20. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  15. a b c d «About Paua Shell» (em inglês). Southern Paua Ltd. 2010. 1 páginas. Consultado em 25 de maio de 2016. Arquivado do original em 22 de janeiro de 2016 
  16. a b c d LAMBERT, Sally-Anne (2007). New Zealand Māori Word Encyclopedia (em inglês). Auckland: WE International Ltd. / Google Books. p. 299. ISBN 9780473111984. Consultado em 26 de maio de 2016 
  17. Pilsbry, H. A. (1890). «Manual of Conchology XII» (PDF) (em inglês). Internet Archive. 1 páginas. Consultado em 25 de maio de 2016