Pedro Pablo Kuczynski

economista e político peruano, Ex-presidente do Peru
(Redirecionado de PPK)

Pedro Pablo Kuczynski Godard (Lima, 3 de outubro de 1938) é um economista e político peruano, presidente de seu país de 28 de julho de 2016 até 23 de março de 2018, quando renunciou.[1] Foi o primeiro-ministro do Peru entre 2005 e 2006. De tendência centro-direita,[2] Kuczynski conquistou a presidência do Peru em 5 ou 6 de junho de 2016, derrotando Keiko Fujimori.[3] É comumente conhecido pela sigla PPK.[4] Ganhou mais notoriedade por ter consagrado solenemente o Peru, ele mesmo e sua família ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria,[5] algo que raramente é feito por algum chefe de Estado ou de Governo. O mesmo feito também foi realizado pelo presidente do Equador, na época, Gabriel García Moreno.

Pedro Pablo Kuczynski
Pedro Pablo Kuczynski
95.° Presidente do Peru
Período 28 de julho de 2016
a 23 de março de 2018
Vice-presidente Martín Vizcarra
Antecessor(a) Ollanta Humala
Sucessor(a) Martín Vizcarra
Primeiro-ministro do Peru
Período 14 de agosto de 2005
até 28 de julho de 2006
Antecessor(a) Carlos Ferrero Costa
Sucessor(a) Jorge Alfonso Del Castillo
Dados pessoais
Nascimento 3 de outubro de 1938 (85 anos)
Lima, Peru
Religião Católico Romano
Profissão Economista e político
Assinatura Assinatura de Pedro Pablo Kuczynski

Biografia editar

Kuczynski nasceu em Lima no ano de 1938, filho de um médico alemão de ascendência judaico-polaca que fugiu da perseguição nazista e se estabeleceu, junto de sua esposa, na Amazônia peruana no início da década de 1930. Kuczynski é primo, por parte de mãe, do cineasta francês Jean-Luc Godard.[6]

Em 1956 ganhou uma bolsa para estudar "Política, Filosofia e Economia" em Oxford. Ele também obteve um mestrado em Administração Pública na Universidade de Princeton.[7]

Entre 1966 e 1968 foi gerente-geral do Banco Central de Reserva do Peru, deixando o cargo após o golpe de Estado de 1968. Durante a ditadura militar ele viveu nos Estados Unidos e serviu como Chefe de Planejamento e Política do Banco Mundial. Retornou ao Peru em 1980 para apoiar a campanha eleitoral de Fernando Belaúnde Terry, que ao assumir nomeou-o ministro de Minas e Energia.[8]

Em 2001, no governo de Alejandro Toledo, foi nomeado Ministro da Economia e Finanças. Em 2005, foi nomeado para o cargo de Presidente do Conselho de Ministros (ou Primeiro-Ministro).[9]

Ele foi também presidente do partido "Peruanos Por el Kambio" (PPK). A palavra "Kambio" é escrita com "K" intencionalmente, de modo que o partido tem as mesmas iniciais que o seu líder Pedro Pablo Kuczynski.

Em 2011 foi candidato a presidência de seu país, obtendo 18,5% dos votos no primeiro turno e ficando em terceiro lugar, atrás de Keiko Fujimori e Ollanta Humala. No segundo turno apoiou Keiko Fujimori.

Candidatou-se novamente para o mesmo cargo nas eleições de 2016. Durante a campanha, PPK obteve o apoio de Mario Vargas Llosa e de Javier Pérez de Cuéllar. Também recebeu respaldo de alguns de seus rivais no primeiro turno.

Ele é o candidato das elites e dos empresários, cuja conferência anual (Cade 2015) lhe concedeu 84% de aprovação, ultrapassando de longe todos os outros candidatos. No entanto, ele terá dificuldade em unir o interior do país. Muitos não perdoam suas observações racistas em relação aos habitantes dos Andes, os quais ele acusou em 2006 de “não terem oxigênio suficiente no cérebro”.[10]

Kuczynski obteve 50,12% dos votos contra 49,87% de sua rival, Keiko Fujimori.[11]

Kuczynski é casado com a americana Nancy Ann Lange, prima da atriz Jessica Lange.[12]

Processos de impeachment e renúncia editar

Em dezembro de 2017 foi aberto um processo de impeachment contra Kuczynski, após a denúncia de que suas empresas de consultoria teriam recebido propinas da construtora brasileira Odebrecht (atual Novonor).[13] Contudo, o processo de afastamento do presidente peruano não prosperou, a despeito da maioria oposicionista no Congresso.[14] Na votação do impeachment, foram 78 votos a favor, 9 a menos do que o necessário para aprovar a cassação, 19 contra e 21 abstenções.[15]

Entretanto, a 20 de março de 2018, o partido Força Popular apresentou vídeos que comprovaram que houve compra de votos para evitar a cassação.[16][17] Um novo processo de impeachment foi aberto, mas antes que houvesse qualquer votação, Kuczynski renunciou ao cargo de presidente em 21 de março.[18][19] Em outra votação, o Congresso aceitou (formalmente) a renúncia por 105 votos a favor, 12 contra e quatro abstenções.[20]

Ver também editar

Referências

  1. «Presidente do Peru renuncia antes de sofrer impeachment por elo com a empresa Odebrecht - Internacional - Estadão». Estadão 
  2. Carlos E. Cué (3 de junho de 2016). «Pedro Pablo Kuczynski confia em impulso final do antifujimorismo no Peru». El País. Consultado em 10 de junho de 2016. Cópia arquivada em 10 de junho de 2016 
  3. «Kuczynski vence eleição presidencial no Peru com 50,12% dos votos». UOL notícias Internacional. 9 de junho de 2016. Consultado em 10 de junho de 2016. Cópia arquivada em 10 de junho de 2016 
  4. «PPK vence eleições no Peru e a internet brasileira não está reagindo bem - Bad, bad server». Bad, bad server. 9 de junho de 2016 
  5. «VIDEO: Presidente Kuczynski consagra el Perú al Sagrado Corazón de Jesús» 
  6. «Personajes Ilustres | Biografía de Maxime Kuczynski - Godard  | Universidad Nacional Mayor de San Marcos | UNMSM». www.unmsm.edu.pe. Consultado em 10 de junho de 2016 
  7. «Biografía». PPK (em espanhol). 11 de julho de 2014. Consultado em 10 de junho de 2016. Arquivado do original em 8 de julho de 2016 
  8. «BIOGRAFÍA - PPK, PPK Lima Metropolitana». PPK, PPK Lima Metropolitana (em espanhol). Consultado em 10 de junho de 2016. Arquivado do original em 28 de maio de 2016 
  9. Breno Salvador (5 de junho de 2016). «Kuczynski e Keiko: entre experiência, polêmicas e conservadorismo». O Globo. Consultado em 11 de junho de 2016. Cópia arquivada em 5 de junho de 2016 
  10. Amanda Chaparro. «Duas opções: direita ou direita». diplomatique.org.br. Consultado em 30 de julho de 2019 
  11. «PPK completa longa trajetória política com vitória no Peru». (EFE +) O Dia. 10 de junho de 2016. Consultado em 11 de junho de 2016. Cópia arquivada em 11 de junho de 2016 
  12. «PPK: Nancy Ann Lange, la nueva primera dama de la Nación» (em espanhol). Radio Capital. 9 de junho de 2016. Consultado em 11 de junho de 2016 
  13. «Deputados peruanos pedem saída do presidente Kuczynski por 'incapacidade moral'». G1 
  14. «Peru: Congresso rejeita impeachment do presidente Kuczynski». Terra 
  15. «Congresso peruano rejeita impeachment do presidente Pedro Pablo Kuczynski». G1 
  16. LR, Redacción (20 de março de 2018). «Videos demostrarían supuesta compra de votos para evitar vacancia de PPK | LaRepublica.pe» (em espanhol) 
  17. LR, Redacción (21 de março de 2018). «PPK emitirá pronunciamiento ante crisis presidencial por 'keikovideos' | LaRepublica.pe» (em espanhol) 
  18. «Presidente do Peru, PPK apresenta renúncia após escândalo envolvendo Odebrecht - Notícias - Internacional». Internacional 
  19. «Pedro Pablo Kuczynski apresenta renúncia à presidência do Peru». G1 
  20. «Congresso do Peru aceita renúncia de Kuczynski por 105 votos a 12». Associated Press + Agência Estado + O Liberal. 23 de março de 2018. Consultado em 30 de março de 2018. Cópia arquivada em 30 de março de 2018 

Precedido por
Carlos Ferrero Costa
Primeiro-ministro do Peru
2005 - 2006
Sucedido por
Jorge Del Castillo
Precedido por
Ollanta Humala
Presidente do Peru
2016 - 2018
Sucedido por
Martín Vizcarra
 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Pedro Pablo Kuczynski