Pecchio é uma antiga família nobre italiana, oriunda de Milão, que ganhou grande proeminência entre fins do século XV e o século XVII, assumindo as mais altas magistraturas cívicas e fazendo parte de um pequeno grupo de famílias que neste período monopolizou o poder. Lançaram ramos em várias outras cidades italianas, bem como na Espanha e no Brasil. O sobrenome da família foi grafado de muitas formas, como Pecchi, Pegii, Pezzi e outras.

O brasão milanês com a grafia dominante até o século XV, no manuscrito Insignia urbium Italiae septentrionalis: Nobilium Mediolanensium, Bayerische Staastbibliotek. A águia negra é um acréscimo tardio, derivada do recebimento de privilégios imperiais.

Origens editar

Suas origens estão envoltas em lendas e incerteza. Uma tradição recolhida no século XVI alegava que descendiam de uma gens romana chamada Pectia,[1] mas não há documentação que a sustente. Segundo Franca Leverotti, eles faziam parte de um grupo de famílias de tradição mercantil que ganhou nobreza por serviços prestados ao soberano,[2] mas de acordo com Felice Calvi, uma tradição mercantil não é compatível com os cargos que assumiram a partir do século XIV, que vedavam o acesso a famílias desta extração, e as características do seu brasão sugerem uma origem feudal.[3] Seja como for, segundo Bernardino Corio, em 1228 já eram “poderosos", e por isso deviam ser nesta altura já bastante antigos.[1]

 
Variante do brasão. A partir desta variante a comuna de Cassina de' Pecchi tomou de empréstimo a faixa com as abelhas para o seu brasão.

A grafia do sobrenome sofreu muitas transformações, gerando uma grande quantidade de variantes: De Pectis e De Pezzis são as mais antigas, logo ultrapassadas por De Pegiis, que predominou até o século XV, seguida por Pecchio, que se estabilizou como a grafia moderna a partir de meados do século XVI. Há diversas outras variantes mais raras: (de) Peggiis, Pegijs, Peghi, Pegio, Pezzi, Pezis, Pezziis, Pezzijs, Peciis, Pighii, Pecijs, Petti e Pecchi. Várias fontes atestam a identidade entre todas,[1][4][5][6] e muitos personagens foram registrados com mais de uma, a exemplo de Federico, registrado como Pezzis, Pezzi, Petiis, Peciis, Pecijs, Pegiis; Giacomo (Pegiis, Pechio, Peghi); Caterina (Pecchis, Pecchio, Pecci), ou Girolamo (Pegiis, Pecchio, Pecchius), todos com e sem a partícula "de" antes do sobrenome.[7]

Sua base primitiva se localizava no distrito de Martesana, onde tinham uma grande propriedade rural, que evoluiu para uma vila. Ali ergueram uma igreja no século XVI dedicada a Santa Maria Assunta. Em 1870 esta área foi desmembrada de Milão e emancipada, formando o núcleo da nova municipalidade de Cassina de' Pecchi, denominação que homenageia a família.[8][9]

Antes de fins do século XIII já haviam sido confirmados como nobres, e obtiveram o patriciado em data incerta. Diz Vittorio Spreti que isso só ocorreu no fim do século XVI,[10] mas de fato somente nesta época o patriciado foi articulado como uma classe definida,[2][3] passando a ser concedido exclusivamente por decreto do Conselho dos Decuriões (o conselho municipal). Mas antes desta data ele podia ser obtido por solicitação ao Tribunal de Provisões, sem passar pelo Conselho, ou podia ser ganho automaticamente pelo desempenho de cargos públicos da categoria de decurião (conselheiro) ou superior.[3] Há registros atestando a ocupação de tais cargos muito antes do século XVI, como é o caso de Gafoynus de Pegiis, que entre 1335 e 1340 era decurião,[1][7] e o de Arrigo, que antes de 1388 era senador, a mais ilustre das magistraturas cívicas.[1] A família foi muito prolífica e é possível que os vários ramos tenham sido admitidos em datas diferentes, mas de qualquer maneira, segundo o testemunho de Giovanni de Crescenzi, todos os ramos "foram admiráveis em antiguidade, esplendor e valor" e no século XVII todos já gozavam de "uma completíssima nobreza".[1]

 
Fachada da Cartuxa de Pávia.

Em torno de 1350 a família começou a produzir uma série de juízes, cargo que, de acordo com Crescenzi, exigia ser membro de uma família com nobreza confirmada e residência na cidade há pelo menos 120 anos, e concedia o estatuto de cavaleiro. Juízes agregados ao Colégio de Juízes recebiam estatuto adicional de cavaleiro da Igreja e conde palatino. Médicos colegiados recebiam as mesmas prerrogativas.[1] Ver nota: [11] Em 1364 Bernabos Nicorolo de Pegiis era co-castelão do castelo de Tricio em Piacenza.[12] Em 1381 Achille de Pegiis, filho do dominus Cailloto, era notário municipal.[13] Em 1388 os domini Petrolus e Dionigio de Pegiis eram decuriões; Dionigio de 1396 a 1404 foi um dos integrantes do Conselho dos XII ou Conselho de Provisões, que eram nomeados diretamente pelo duque de Milão, órgão de grande poder ao qual competia escolher os decuriões.[14][15] A partir de 1396 o dominus Galeazzo de Pegiis (Pecchio, Pecchi), familiaris do duque Gian Galeazzo Visconti, foi o primeiro fabriqueiro do complexo monumental da Cartuxa de Pávia.[16]

Em 1419 Cristoforo de Peggi era podestà de Gravedona.[1] Pouco depois floresceu o illustrissimo domino Federico de Pezzis, começou sua carreira como escudeiro do duque Filippo Maria Visconti, e depois tornou-se seu familiaris e embaixador na corte imperial, em Roma e possivelmente na Turquia, enviado em diversas missões diplomáticas, muito elogiado pelo duque.[7] Em 1444 Andrea de Pegis era administrador da Diocese de Como.[17] Cristophoro de Pegiis foi notário entre 1447 e 1450, tinha uma fábrica de vidro e foi um dos fornecedores de vitrais para a Catedral de Milão na década de 1450-60.[18]

Apogeu editar

Em meados do século XV inicia a fase mais brilhante da família. O dominus Gaspare Pecchio foi capitão de Monza.[19] Seu filho, o spectabilis egregius dominus Giacomo de Pegiis (Pechio, Peghi), em 1450 era coadjutor do Fisco ducal. Foi comissário ducal e podestà de Bellinzona em 1461-62 e 1470, foi referendário em Novara em 1468 e 1472, quando recebeu ordem do duque Galeazzo para derrubar a fortaleza que estava em ruínas e fortificar as portas da cidade.[20][21][22] Battista de Pegiis (Pegis) foi tesoureiro de Milão em 1468, depois responsável pelo abastecimento de sal e em 1471 era juiz dos impostos.[23] Pietro Paolo de Pegiis foi secretário e orador ducal, em 1477 foi legado ducal junto ao marquês de Saluzzo, depois legado para a Suíça, e em 1479 era legado junto ao duque da Áustria.[24][25][26] Nesta época Achille de Pegiis foi podestà de Felizzano.[27] No fim do século Cristophoro e Battista de Pegiis foram decuriões, e Giovanni Enrico de Pegiis (Pecchio) foi senador.[1][28]

Giovanni Ambrogio Pecchio foi médico colegiado, decurião, cavaleiro da Igreja e conde palatino. seu filho Vittorio foi juiz colegiado, cavaleiro da Igreja, conde palatino de Latrão, conde palatino imperial.[1] Giovanni Battista Pecchio foi juiz colegiado, cavaleiro imperial e cavaleiro da Igreja, conde palatino, cavaleiro da Ordem de Santo Estêvão da Toscana, advogado fiscal do Estado, vigário das Provisões, protetor dos presos, senador e podestà em 1533.[1][29][30][31] Seu filho, Girolamo Pecchio, foi senador de 1475 a 1513, juiz colegiado de 1483 a 1523 e membro do Conselho de Provisões de 1491 a 1516.[1][32][33]

Girolamo Pecchio (Peggio) foi condottiero comandando tropas venezianas na Guerra da Liga de Cambrai, participou da defesa de Pádua, Cittadella, Bassano, Marostica, Primolano e Treviso, depois serviu o rei da França e pelos seus méritos militares obteve um feudo, mas em 1500 participou de uma revolta contra os franceses e foi despojado dele. Em 1513 era governador de Alessandria e em 1523 era capitão de Justiça com jurisdição sobre todo o ducado, com os títulos de magnifico e prestantissimo. Em 1524 recebeu o título de conde.[34][35][36][37]

 
Retrato de Giovanni Battista Pecchio, conde de Monte.

Nesta altura alcançavam seu apogeu, que se prolongaria até o fim do século XVII, quando exercem grande influência política e social. São incluídos em várias listas das famílias mais ilustres de Milão, em 1518, quando os franceses tomaram a cidade, a família foi incluída em um longo panegírico proferido diante do Senado por Odet de Foix, delegado do rei da França, exaltando as famílias locais de mais antiga nobreza e de maior distinção ainda florescentes,[1] já haviam obtido os mais altos postos na administração pública,[38] faziam parte de um pequeno grupo de 23 famílias que constituíam o núcleo mais sólido do patriciado,[39] e com elas monopolizavam o poder.[40] Essa concentração de poder foi favorecida e em parte deliberadamente buscada através de uma profunda reestruturação da classe dirigente. O governo francês havia extinto o antigo Conselho, que era composto por 900 membros, que tinham um mandato de um ano. Desde então o Conselho passou a ser formado por apenas 60 membros, cujo mandato passou a ser vitalício. Pouco depois o cargo de decurião se tornou hereditário e exclusivo de famílias patrícias reconhecidas formalmente. Ao mesmo tempo, a classe dos patrícios foi reorganizada e formalizada, e os critérios de reconhecimento do estatuto passaram a ser muito mais rigorosos e excludentes. Uma série de outros cargos judiciais e administrativos também passou por uma reforma. Com isso, o âmbito de influência dos decuriões se expandiu enormemente, e os patrícios, que nesta época já monopolizavam as nomeações para a cátedra arquidiocesana, o Capítulo da Catedral, a Vigararia das Provisões, o Senado e os colégios dos médicos e juízes, passaram a dominar todas as posições importantes.[3][41]

Francesco Pecchio foi decurião, vigário das Provisões e podestà de Milão em 1530.[1][29] Lodrisio Pecchio foi comissário ducal em Monza em 1546, encarregado de fazer o censo. Benedetto foi vigário das Provisões e podestà em 1555.[29] Girolamo foi juiz colegiado, cavaleiro da Igreja, conde palatino, procurador do Colégio dos Mercadores, vigário das Provisões e podestà em 1552, régio advogado-geral do Fisco em 1555, régio questor do magistrado ordinário, e em 1573 foi admitido no conselho de decuriões vitalícios. Em 1551 foi o encarregado da delicada e bem sucedida missão de reverter a excomunhão lançada sobre a cidade por seus cidadãos terem violado a imunidade eclesiástica. Também foi encarregado em 1553 de uma embaixada junto ao imperador Carlos V para obter o privilégio de reservar os ofícios e prebendas eclesiásticos da cidade aos cidadãos milaneses, ao mesmo tempo pleiteando a revogação da proibição do comércio com a cidade de Lyon, e de outra pleiteando a reforma nos estatutos referentes ao Estimo (levantamento fundiário e patrimonial). Faleceu em 1577.[1][42][43][44][45][46] Seu irmão Benedetto foi juiz colegiado, cavaleiro da Igreja, conde palatino, embaixador na Inglaterra, vigário das Provisões e podestà em 1555, e participou da embaixada referente ao Estimo.[1][47] Pietro Paolo, Galeazzo, Marco Antonio e Giovanni Ambrogio Pecchio foram juízes das Provisões. Antonio Francesco foi juiz colegiado, cavaleiro da Igreja, conde palatino de Latrão e conde palatino imperial.[1]

 
Retrato do conde Francesco Pecchio, benfeitor do Luogo di Loreto e do Ospedale Maggiore.

Em 1601 Aluigi era abade e procurador do Colégio dos Comerciantes de Aves, Peixes e Animais Selvagens.[48] Em 1604 o jesuíta Giulio Pecchio era visitador, delegado pelo cardeal Federico Borromeo.[49] Em 1621 Marco Antonio Pecchio foi prior da entidade beneficente Monte di Pietà, e em 1628 o conde Ambrosio Pecchio ocupou a função.[50]

No século XVII Giovanni Battista Pecchio (de Petiis) foi destacado militar, decurião, comandante do regimento do Terço de Rho, combateu na Valtellina e foi mestre-de-campo de Gildarena, quando comandou um exército composto por diversos regimentos napolitanos nas lutas contra os hereges, deixando atrás de si um rastro sangrento e duas mil casas arrasadas. Os católicos da região o festejaram e foi recompensando com a Ordem de Malta. Também serviu o rei da Espanha e participou da tomada da vila de Monte, onde havia um antigo castelo. Em 1627 o rei erigiu a vila em um condado e o deu como feudo para Giovanni Battista. Seus descendentes conservaram a posse do castelo até 1782.[51][52][53]

Em 1652 Giovanni Battista Pecchio era membro do Colégio dos Barbeiros-Cirurgiões, e Hieronymo e Benedetto Pecchio (Pecchius) eram vigários das Provisões, participando da aprovação dos Estatutos do Colégio.[54] Em 1670 o conde Aluigi Pecchio era juiz e em 1679 foi vigário das Provisões e podestà de Milão.[29][55] No fim do século XVII Francesco Pecchio recebeu o título de conde. Foi deputado do venerando Luogo Pio della Beata Vergine Maria dell'Abito del Carmine de 1705 a 1729 e administrador e deputado do Luogo Pio di Nostra Signora di Loreto. Faleceu sem herdeiros em 1733, doando um vasto patrimônio para o Luogo di Loreto. Deixou também a fortuna de 40 mil liras para o Ospedale Maggiore de Milão. Para homenageá-lo, o Capítulo ordenou a pintura de um retrato para sua galeria de benfeitores.[56]

Declínio editar

No século XVIII inicia o declínio da família, mas ainda surgiriam diversos personagens de relevo. Em 1719 o conde Giovanni Battista Pecchio era decurião.[57] Em 1738 Laura Giovanna Pecchio era superiora do Mosteiro de Santa Catarina.[58] Giuseppe de Peciis foi conselheiro imperial.[59] Em 1827 o conde Giovanni Edoardo de Pecis (de Pegis) fez uma grande doação de pinturas, estátuas e objetos de arte para a Pinacoteca Ambrosiana, aumentada em 1835 pela sua irmã Maria.[60] Em 1836 Giovanni Pecchio era ouvidor do Tribunal de Primeira Instância do Cível.[61] Pietro Pecchio, engenheiro e arquiteto, em 1836 era diretor da Real e Imperial Contabilidade Central, em 1850 era imperial e real conselheiro de Governo, diretor emérito da Real e Imperial Contabilidade e membro da comissão administrativa da Caixa de Poupança, da qual foi deputado em 1854.[62] Em 1854 Angelo Pecchio era sacerdote da Veneranda Penitenzieria, Luigi Pecchio era sacerdote e catequista da escola da paróquia de Gustalla, e Enrico Pecchio era pároco de Sant’Agata.[63]

 
Giuseppe Pecchio.

O conde Giuseppe Pecchio (1785-1835), filho de Antonio e Francesca Goffredo, político, economista, educador, escritor, poeta e patriota, foi provavelmente o mais famoso membro da família e uma figura relevante no processo de libertação e unificação italiana. Começou sua carreira aos 25 anos como assistente do Conselho de Estado do Reino da Itália napoleônico, atuando nos departamentos de Finanças e Interior, sendo demitido com a queda do reino em 1814. Frequentou o salão de Matilde Dembowski, o reduto dos liberais, e colaborou com o jornal Conciliatore, escrevendo dezenas de artigos contra a política do governo de ocupação austríaco, tendo censurada a publicação do seu Saggio storico sulla amministrazione finanziaria dell’ex Regno d’Italia dal 1802 al 1814. Neste período, junto com Federico Confalonieri e Luigi Lambertenghi, introduziu na Lombardia o método de ensino lancasteriano. Entrou para o grupo dos Federati e se refugiou em Florença, onde se uniu a conspiradores toscanos. Em 1819 foi nomeado deputado da Congregazione Provinciale de Milão, mas foi sempre mantido sob vigilância. Viajou por muitas cidades italianas e estrangeiras buscando apoios, e participou das insurreições lombardas. Em 1823 foi processado e condenado à morte por alta traição, mas conseguiu fugir, passando a perambular pela Suíça, Espanha, Portugal e Grécia, período em que escreveu algumas das suas principais obras, como Sei mesi in Ispagna nel 1821, Lettere di Giuseppe Pecchio a Ledi G. O., Tre mesi in Portogallo nel 1822 e The Journal of military and political events in Spain during the last twelve months. Acabou se radicando na Inglaterra, onde desempenhou um papel importante como intermediário entre os conspiradores e o governo britânico e como uma das principais autoridades sobre o tema dos exilados políticos italianos. Lá publicou, entre outras obras, Relazioni degli avvenimenti della Grecia nella primavera del 1825, que foi um sucesso de público e lhe garantiu a cátedra de Línguas Modernas no Manchester College de York.[64] Além desse papel político, segundo Maurizio Isabella, Giuseppe Pecchio "pode ser considerado o fundador da economia política do Risorgimento. Seguindo a linha de Pietro Custodio, Pecchio popularizou na Itália e na Europa o pensamento econômico italiano do Iluminismo, atualizando o seu significado à luz das necessidades do Risorgimento. De fato, ele legou para as gerações seguintes a ideia de economia pública como uma ‘ciência do amor à Pátria’. Embora seu quadro teórico e conceitual permanecesse ainda parcialmente ligado às idéias dos economistas italianos do século XVIII, era um grande admirador de Adam Smith e Thomas Malthus, e em seus escritos comemorou o modelo de desenvolvimento inglês, defendendo-o contra seus detratores".[65] Foi elogiado por Lord Byron, que deixou longo testemunho sobre ele, do qual segue um trecho:

“Giuseppe Pecchio, um lombardo e milanês, foi o único revolucionário ou liberal italiano de quem eu realmente gostei, ou com quem eu poderia manter uma intimidade e amizade ininterrupta até o fim. Ele tinha mais inteligência, mais informação geral e mais genialidade do que todo o resto dos Liberali juntos. Ele também era um sujeito pequeno, espirituoso e viril, extremamente ativo, empreendedor e cheio de recursos e coragem. Pecchio foi sempre franco, sincero e direto. A maioria dos refugiados italianos na Inglaterra dizia que nunca haviam feito nada para merecer de seus vários governos o exílio ou qualquer outra dor ou pena; que haviam sido injustamente condenados pela evidência de testemunhas subornadas e contratadas; que eram tão inocentes quanto tantos cordeiros balidos, e que a infâmia eterna repousaria sobre seus príncipes e governos por sua condenação, exílio e sofrimento em uma terra estrangeira. [...]
“Giuseppe Pecchio estava muito acima desse equívoco e duplicidade. Ele confessou francamente que havia conspirado contra o governo lombardo-veneziano-austríaco e fizera tudo o que pôde para derrubá-lo, embora nunca recorrendo a assassinatos ou insurreições populares violentas, e se os austríacos o tivessem apanhado quando ele estava fugindo do país, eles teriam sido justificados pelas leis do Império ao enforcá-lo, ou ao mandá-lo para as masmorras de Olmutz ou Spielberg, para ficar em companhia de seus amigos, o Conde Gonfaloniere e Silvio Pellico".[66]

Outros ramos editar

Vercelli editar

 
Retrato do conde Luigi Pecchio Ghiringhelli, benfeitor do Ospedale Maggiore.

Um grupo viveu em Vercelli, ao qual pertencia o condottiero Girolamo. Ali foram patronos da Igreja de Santa Balbila e foram recebidos no patriciado local. O sobrenome nesta cidade geralmente conservou a grafia antiga De Pectis, mas também ocorre como Pecchio e Petti. Seu brasão é idêntico ao milanês.[67] São registrados ainda Arcangelo de Pectis, radicado na Inglaterra, que em torno de 1436 recebeu o arrendamento dos bens da Igreja de Santo André em Chesterton;[68] Giorgio de Pectis, cônego, prior de S. Maria di Creae e vigário-geral em 1466;[69] Hieronymo de Pectis, testemunha na constituição do protonotário apostólico em 1491,[70] Abramo de Pectis, conselheiro em 1515;[71] Francesco de Pectis (Pecchio), capitão do ducado de Milão em torno de 1530, patrono de uma pintura instalada na igreja de São Lourenço.[72] Francesco se tornou notório pela sua vida de sofrimento. Depois de executar uma ordem de Carlos III contra o marquês de Masserano, em 1557 foi raptado por asseclas do marquês, que tiveram o cuidado de fazer parecer que havia sido assassinado, deixando suas roupas ensanguentadas no local. Foi levado a um castelo distante e encerrado em uma solitária, sendo tratado barbaramente. Acabou sendo dado como morto pelos seus parentes e seu filho assumiu a herança. Depois de vinte anos no calabouço, por acaso foi encontrado e resgatado por uma tropa francesa, estando a esta altura com a aparência de um selvagem. Voltando a Vercelli seu filho não o reconheceu, e ele iniciou uma longa batalha judicial para recuperar seus bens e direitos civis. Sua história foi muito comentada e gerou literatura.[73]

Lodi editar

 
Brasão do ramo Pecchio-Ghiringhelli-Rota.

Andrea de Pegii casou com Beatricia Ghiringhelli, fundando o ramo Pecchio-Ghiringhelli, que estabeleceu sua base principal em Lodi e ganhou o título de condes e um brasão aumentado. Francesco foi referendário ducal em 1495; seu filho Giovanni Pietro foi preboste em Fiorenzuola Piacentina e ali recebeu o título de comendador perpétuo, mas abandonou a Igreja para casar-se com Francesca Calchi, e da sua prole surgiram decuriões, juízes, médicos e cavaleiros das ordens de Malta e Santo Estêvão.[1] Em 1588 este ramo obteve o monopólio da eleição dos cônegos da Colegiada de Santa Balbila.[74] O conde Luigi Pecchio Ghiringhelli, filho do conde e decurião Giovanni Battista e da domina Laura Calderari, foi feudatário de Monte, decurião de Milão e juiz das estradas, deixou o vultoso legado de 81 mil liras para o Ospedale Maggiore de Milão, sendo homenageado com um retrato na galeria dos benfeitores.[75] Francesco Maria Pecchio Ghiringhelli Rota, morto em 1710, foi engenheiro colegiado e cavaleiro de Malta; seu filho Antonio Maria foi engenheiro colegiado, assim como seu neto Camillo.[76] No século XIX Gerolamo Pecchio Ghiringhelli foi arcipreste de Santa Balbila e Francesco Maria Pecchio Ghiringhelli Rota foi preposto de Santa Balbila.[77][61] Aristide Pecchio Ghiringhelli Rota foi cavaleiro, jornalista, advogado, professor de língua italiana, empresário e cônsul em Caracas.[78] A nobreza deste ramo foi confirmada em 1788 e 1817.[10]

Veneza editar

 
Brasão do ramo Pechis-Pichi de Veneza.

Outro ramo se fixou em Veneza, onde foi grafado principalmente Pechis e Pichi. Viveram como comerciantes. Adotaram um brasão diferente, com seis rosas, cujas cores foram perdidas. Chegaram com a fama de serem família distinta, em 1440 foram recebidos na classe dos cittadini originarii e, segundo o cronista Emmanuele Cicogna, se tornaram respeitados como uma família ilustre pela nobreza e por méritos de serviço. O fundador deste ramo é Lodrisio Pecchi, pai de Giovanni Ambrogio, pai de Lodrisio, pai de Ambrogio, pai de Giovanni Luigi Pecchio, casado com Giulia Rho, morto em 1485 e enterrado na Igreja de São Sebastião.[79] Francesco filho de Luigi era notário em 1667. Giuseppe, morto em 1755, foi descrito por Cicogna como "amantíssimo das antiguidades, reunindo uma importante coleção. Não menos excelente era sua poesia, escrita na língua rústica paduana e no dialeto vêneto. Deixou uma comédia e outras obras, parte em manuscrito, parte impressas, mas especialmente o vivo Divertimento autunnale impresso por Conzatti em Pádua em 1747, o qual subtitulou como Tradução do Toscano para a Língua Veneziana, de Bertoldo, Bertoldin e Cacasenno. Ver nota: [80] Ao morrer deixou manuscrita uma nova tradução dos seis primeiros livros da Eneida em língua veneziana".[81]

Trentino editar

 
Carta de admissão de Antonio Endrizzi à vicinia de Dercolo. Os nomes de Pietro, regolano, e Simon Pezzi, cônsul (giurato) estão em realce, 1792.
 
Abramo Pezzi, nativo de Dercolo e um dos pioneiros de Caxias do Sul

Um grupo se estabeleceu no Trentino, fundado pelo nobre Dominico, alcunhado Il Milano, sua esposa a domina Margherita, e Alberto de Pezzis. Fixaram-se inicialmente em Cressino, e em 1577 compraram um latifúndio entre Sporminore e Spormaggiore, ao qual deram o nome de Maso Milano, e em cuja sede inscreveram "Milano 1577", em memória de suas origens milanesas.[82] A maioria dos seus descendentes permaneceu em Cressino, onde fundaram uma grande ferraria ativa até o século XIX, e o grupo que administrava o Maso Milano vendeu a propriedade e mudou-se para Dercolo no século XVII. No Trentino o sobrenome fixou-se como Pezzi.[83]

Dominico foi citado com um título de nobreza, mas os Pezzi eram estrangeiros e não há registro de que tenham tido sua nobreza milanesa oficialmente reconhecida no Principado de Trento, e Dominico deve ter usado o título enquanto viveu por cortesia. Mas nenhum dos seus descendentes foi chamado de nobre. Além disso, Dercolo não tinha uma classe de nobres e havia se organizado politicamente de forma democrática pelo sistema da vicinanza. Em contrapartida, seus descendentes receberam a cidadania local, o que lhes dava direitos políticos, e entraram para a governança comunal assumindo lugares hereditários no Conselho e desempenhando vários cargos públicos.[83] Em 1681 Bartolomeo Pezzi era o regolano de Dercolo (presidente do Conselho, juiz e chefe do Executivo). Em 1725 a comuna reestruturou sua Carta de Regras (a constituição estatutária da comuna), participando dos trabalhos os conselheiros Bartolomeo Pezzi, ferreiro, mais Giovanni, tecelão e saltario (oficial com atribuições de provedor, fiscal, polícia e custódio dos bens públicos). Poucos meses depois foram acrescentados novos artigos à Carta, com a participação dos conselheiros Giovanni e Bartolomeo. No ano seguinte a Carta sofreu outras alterações, e na assembleia estavam presentes Bartolomeo, na posição de cônsul, tendo como conselheiros Andrea e Giacomo.[84]

Em 1792 Pietro Pezzi era regolano e Simon Pezzi era cônsul.[83] O domino Bortolo foi conselheiro e em 1804 foi eleito como sagravo (saltario extraordinário) responsável pela custódia dos bosques, junto com Giuseppe, sagravo das estradas, e Giacomo, saltario dos campos. Andrea, irmão de Bortolo, foi padeiro e o responsável pela primeira padaria pública de Dercolo. Em 1842 outro Bartolomeo, padre, mandou erguer a Capela dell'Addolorata em Cressino, financiando pessoalmente toda a despesa. A capela foi consagrada no ano seguinte pelo pároco de Denno como oratório privado, concedendo-lhe o privilégio de ter missa nos dias de festa. Pouco depois foi dotada de um fundo para sua conservação e ganhou o estatuto de capela pública.[83] Giovanni, filho de Pietro, nascido em Dercolo em 1847, herdou a cantina do pai e foi grande industrial do vinho e destilados, premiado em várias exposições, também com interesses na agricultura e águas minerais, figura ilustre e benemérita da comunidade e fundador de um orfanato, chegou a ocupar os cargos de vice-podestà de Mezzolombardo, sindico apostólico do convento e conselheiro da Câmara de Comércio e Indústria de Rovereto.[85] Em 1895 don Elvio foi cura de Sporminore, fundou a Caixa Rural de Poupança e Empréstimos de Sporminore e foi seu primeiro presidente, e em 1902 fundou a Escola da Infância no antigo Maso Milano. Ainda hoje a família floresce com grande número de membros.[86]

Renzo e Rosanna foram recentemente conselheiros de Campodenno (comuna nova que absorveu Dercolo), Ivano foi conselheiro e vice-prefeito de Campodenno e vice-presidente do Parque Natural Adamelo Brenta.[87][88][89] Flavio foi conselheiro de Campodenno por quatro legislaturas e por dez anos foi presidente da Confederação de Agricultores do Trentino, tem um hotel e uma fazenda de mel premiado com primeiro lugar na 10ª edição do festival regional Pomaria.[90][91]

Brasil editar

 
Placa comemorativa na pedra fundamental da Sociedade Igreja de São Romédio, que estruturou a Comunidade.

Contudo, ao longo do século XIX Dercolo passou por repetidas crises e privações, que levaram a um empobrecimento generalizado, desencadeando um grande êxodo emigratório no qual perdeu dois terços da sua população.[83] Entre 1876 e 1879 várias famílias Pezzi saíram de Dercolo em direção ao Brasil, a maioria delas descendente do padeiro Andrea,[92] fixando-se principalmente em Caxias do Sul, onde estiveram entre os pioneiros da colonização e deram origem a uma das mais tradicionais e ilustres famílias locais,[93] produzindo muitos políticos, vereadores, empresários, beneméritos e promotores da cultura. O grupo maior se radicou na zona rural, estando entre os fundadores da Comunidade de São Romédio, onde se dedicaram principalmente à agricultura e à indústria do vinho, com grandes produtores como Pietro, Emílio e José Pezzi. Pietro foi um dos líderes comunitários, e junto com suas irmãs Angela e Teresa, foi um dos fundadores da Igreja de São Romédio, declarada patrimônio histórico estadual.[92]

Um grupo menor, porém mais notório, se fixou na sede urbana, fundado por Abramo Pezzi, celebrado professor. Segundo Mário Gardelin, "os Pezzi por muitos anos, na fase heroica de Caxias do Sul, se fariam presentes no seu Conselho ou na Câmara de Vereadores. É uma família que conquistou lugar indelével nas lembranças de nossa comunidade, assim como ocorreu na Câmara de Indústria e Comércio".[94] Ruas, escolas, monumentos e publicações preservam o nome da família. A família se tornou muito populosa, e de Caxias partiram novos ramos para Porto Alegre, São Marcos, São Francisco de Paula, Farroupilha e várias outras cidades brasileiras.[92]

Ver também editar

 
Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Pecchio

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p q r Crescenzi, Giovanni Pietro de. Anfiteatro Romano, parte prima. Malatesta, 1648
  2. a b Leverotti, Franca. “L’aristocrazia lombarda e la casa sforzesca”. In: Maspoli, C. Stemmario Trivulziano. Milano, 2000
  3. a b c d Calvi, Felice. Il patriziato milanese. Mosconi, 1865
  4. Cerioni, Lydia. La Diplomazia sforzesca nella seconda metà del Quattrocento e i suoi cifrari segreti. Il centro di ricerca, 1970
  5. Calleri, Marta & Mangini, Marta Luigina. “Il Centro studi interateneo Notariorum Itinera”. In: Albini, Giuliana (ed.). Studi di Storia Medioevale e di Diplomatica, 2017; Nuova Serie I
  6. Godi, Carlo. Bandello: narratori e dedicatari della prima parte delle Novelle. Bulzoni, 1996.
  7. a b c Osio, Luigi. Documenti Diplomatici Tratti dagli Archivj Milanesi. Bernardoni, 1869
  8. Città metropolitana di Milano. Comune di Cassina de' Pecchi.
  9. Lombardia Beni Culturali. Chiesa di S. Maria Assunta (ex).
  10. a b Spreti, Vittorio. Enciclopedia storico-nobiliare italiana, vol. V. Milano, 1928-32
  11. Os juízes colegiados não podiam pertencer a famílias de comerciantes ou que tivessem membros cobertos por infâmia pública, e também tinham o privilégio de carregar o baldaquino dos legados papais e imperiais nas procissões solenes de entrada na cidade, quaisquer ofensas recebidas eram punidas com severidade, e se houvessem recebido ferimento os autores tinham a mão decepada. A partir do século XVI receberam a precedência sobre todos os cavaleiros, passaram a poder conferir títulos de doutor de qualquer ciência ou arte, podiam legitimar bastardos, nomear notários e juízes ordinários, e dentre seus membros eram escolhidos os fiscais do podestà, os protetores dos presos, dois assessores do Tribunal de Provisões, dois jurisconsultos, o vigário do Pretório e o delegado régio. Cf. Calvi, op. cit.
  12. Bollettino storico piacentino, 1919
  13. Sala, Aristide. Documenti per la storia della diocesi di Milano conservati nell'archivio della veneranda curia arcivescovile. Agnelli, 1855
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  28. Scozia, Johannes de Sitoni de. Theatrum equestris nobilitatis secundae Romae seu chronicon insignis collegii J. P.P. judicum, equitum, et comitum inclytae civitatis Mediolani. Malatesta, 1706
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  52. Ballarini, Francesco. Gli felici progressi de’ Catholici nella Valtellina per estirpatione dell'Heresie. Malatesta, 1613
  53. Comune di Montecino. Le origine.
  54. Vellia, Giovanni Domenico. Ordini, et statuti dell'Vniuersità, & collegio de' barbieri della presente città di Milano, con li suoi priuilegij, confirmationi, ed aggiunta di nuouo fatta alla giurisdittione loro dall'eccellentiss. Senato di Milano. Monza, 1652
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  56. Francesco Pecchio (+ 1733). L’Officina dello Storico – Laboratorio di ricerca storica e di didattica dele fonti documentarie, artistiche e del territorio, 2011
  57. Saxio, Joseph Antonio. Possessio ss. corporum Gervasii, et Protasii martyrum Mediolano vindicata. Malatesta, 1719
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  80. Bertoldo, Bertoldin e Cacasenno é o título de um popularíssimo ciclo de três novelas burlescas escritas por Giulio Cesare Croce (duas primeiras) e Adriano Banchieri (a última) e publicadas em 1620, recebendo múltiplas edições posteriores.
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