Plutarco de Atenas

Plutarco de Atenas (ca. 350-431) foi um filósofo grego neoplatonista que lecionou em Atenas, no início do século V. Ele restabeleceu a Academia Platônica e lá tornou-se seu líder. Escreveu comentários sobre Aristóteles e Platão, enfatizando as doutrinas que eles tinham em comum.[1]

Plutarco de Atenas
Plutarco de Atenas
Portrait of a philosopher, early 5th century AD. The portrait most likely represents the Neo-Platonic philosopher Plutarch of Athens, who revived the Platonic Academy in Athens, and who sponsored the procession of the Great Panathenaia on three occassions
Pseudônimo(s) Plutarco
Nascimento 350
Atenas
Morte década de 430
Atenas
Cidadania Império Bizantino
Filho(a)(s) Asclepigênia, Hiério de Atenas
Ocupação filósofo

Vida editar

Era o filho de Nestório e pai de Hiério e Asclepigênia de Atenas, que também frequentavam a escola. A origem do neoplatonismo em Atenas não é conhecida, mas Plutarco é geralmente visto como a pessoa que restabeleceu a Academia de Platão, na forma neoplatonista. Plutarco e seus seguidores alegou ser discípulo de Jâmblico, e assim de Porfírio e Plotino. Contados entre os seus discípulos, está Siriano, que o sucedeu como chefe na escola e Proclo.[2][3]

Filosofia editar

É necessário esclarecer que a escola platônica de Atenas, a de Plutarco de Atenas, de Siriano e de Proclo, do século IV ao VI, é uma instituição privada, sustentada pelos subsídios de ricos pagãos, que nada teve a ver com a cátedra imperial de platonismo fundada por Marco Aurélio. O ensino da filosofia de Plutarco consiste em explicar os textos das "autoridades", por exemplo os diálogos de Platão os tratados de Aristóteles, as obras de Crisipo e seus sucessores.[4]

Plutarco era versado em todas as tradições teúrgicas da escola e acreditava, juntamente com Jâmblico, na possibilidade de alcançar a comunhão com a Divindade por meio dos ritos teúrgicos. Ao contrário dos alexandristas e os primeiros escritores da Renascença, ele afirmou que a alma, que é ligada ao corpo por laços de imaginação e sensação, não perece com os meios de comunicação de sensações corporais.[5]

Na psicologia, acreditou que a razão é a base e o fundamento de toda a consciência, ele interposta entre a sensação e o pensamento a faculdade da imaginação, que, como distinto de ambos, é a atividade da alma sob o estímulo da sensação incessante. Em outras palavras, o pensamento fornece a matéria-prima para o funcionamento da Razão. A razão está presente em crianças, como uma potencialidade inoperante, em adultos funcionam através de dados de sensação e imaginação, e, em sua atividade pura, é a transcendência ou inteligência pura de Deus.[6][7]

Referências

  1. Reinholdo Aloysio Ullmann. Plotino: um estudo das Enéadas. [S.l.]: EDIPUCRS. p. 203. ISBN 978-85-7430-766-4 
  2. Frederick Copleston (1 de junho de 2003). History of Philosophy Volume 1: Greece and Rome. [S.l.]: Continuum International Publishing Group. p. 477. ISBN 978-0-8264-6895-6  (em inglês)
  3. Damaskios; Polymnia Athanassiadi (1999). The philosophical history: text with translation and notes. [S.l.]: Apamea Cultural Association. p. 173. ISBN 978-960-85325-2-6  (em inglês)
  4. Pierre Hadot (1999). Que é a filosofia antiga (O). [S.l.]: LOYOLA. p. 215. ISBN 978-85-15-01785-0 
  5. Andron, Cosmin (2008), Ploutarchos of Athens,The Routledge Encyclopedia of Ancient Natural Scientists, eds. Georgia Irby-Massie e Paul Keyser, Routledge. (em inglês)
  6. Fótio, Bibliotheca, 242.
  7. Marino, Vita Procli, 12.