Província alcalina de Goiás
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A província alcalina de Goiás é uma área geológica localizada no estado de Goiás, Brasil. Caracteriza-se por um conjunto de rochas ígneas alcalinas e ultramáficas que datam principalmente do período Cretáceo. Esta província inclui diversos complexos vulcânicos e plutônicos que são de grande interesse para geólogos devido à sua composição mineralógica e importância tectônica.
Geologia e formação
editarA formação da província alcalina de Goiás está associada a eventos tectônicos que resultaram em atividades magmáticas intensas durante o Cretáceo. Esta atividade é parte de um contexto mais amplo de magmatismo alcalino que afetou várias regiões do Brasil, incluindo a província alcalina Alto Paranaíba e a província alcalina de Poços de Caldas. A origem do magmatismo é frequentemente atribuída à ascensão de plumas mantélicas e ao estiramento da litosfera.
A província é composta por uma variedade de rochas ígneas, incluindo sienitos, nefelina sienitos, fonólitos, traquitos, basaltos, kamafugitos, carbonatitos, entre outras. A presença de minerais ricos em elementos incompatíveis e voláteis é uma característica marcante dessas rochas, indicando um magma derivado de uma fonte mantélica enriquecida.
Localização e extensão
editarA província alcalina de Goiás abrange algumas localidades daquele estado. Alguns dos principais complexos alcalinos incluem:
- Complexo Alcalino de Iporá
- Complexo Alcalino de Montes Claros de Goiás
- Complexo Alcalino de Santo Antônio da Barra
- Complexo Alcalino de Dioritos de Itapuranga
Essas áreas são conhecidas por suas intrusões plutônicas e derrames vulcânicos que se estendem por centenas de quilômetros quadrados.
Mineralogia
editarA mineralogia da província alcalina de Goiás é diversa e inclui minerais como:
- Nefelina (Na3K(Al4Si4O16)): Um feldspatoide encontrado em rochas alcalinas.
- Leucita (KAlSi2O6): Um mineral comum em rochas vulcânicas alcalinas.
- Sodalita (Na8(Al6Si6O24)Cl2): Um feldspatoide encontrado em rochas ígneas alcalinas.
- Olivina ((Mg,Fe)2SiO4): Comumente presente em peridotitos e outros ultramáficos.
- Clinopiroxênio (Ca(Mg,Fe)Si2O6): Inclui diopsídio e augita.
- Flogopita (KMg3(AlSi3O10)(F,OH)2): Um tipo de mica rica em magnésio.
- Perovskita (CaTiO3): Encontrada em rochas ígneas ultramáficas.
A presença desses minerais, especialmente os feldspatoides e a olivina, indica a natureza alcalina e ultramáfica das rochas.
Importância econômica
editarA província alcalina de Goiás possui importância econômica devido à presença de minerais raros e depósitos de metais preciosos. Alguns dos recursos minerais explorados na região incluem:
- Nióbio: Usado em ligas metálicas de alta resistência.
- Fosfatos: Importantes para a produção de fertilizantes.
- Terras-raras: Utilizadas em tecnologias avançadas e eletrônicos.
- Ouro e prata: Encontrados em quantidades menores, mas economicamente viáveis.
Esses recursos tornam a província um foco de atividades de mineração e pesquisa geológica.
Estudos Geocronológicos
editarEstudos geocronológicos realizados na província alcalina de Goiás têm revelado idades variando entre 80 e 90 milhões de anos, situando a maioria dos eventos magmáticos no Cretáceo Superior. Métodos como datação U-Pb em zircões e análises de isótopos de Sr-Nd foram utilizados para determinar a idade e a evolução dos magmas. Esses estudos são cruciais para entender a cronologia dos eventos tectônicos e magmáticos na região.
Tectônica e Magmatismo
editarA relação entre o magmatismo da província alcalina de Goiás e os eventos tectônicos regionais é um tema de grande interesse científico. A atividade magmática está associada ao rifteamento continental e à ascensão de plumas mantélicas. Este contexto tectônico é evidenciado pelas estruturas geológicas regionais, como falhas e dobras, que indicam estiramento e subsidência da litosfera.
A tectônica de rifteamento facilitou a ascensão de magmas alcalinos a partir do manto, resultando em uma ampla variedade de rochas ígneas. A heterogeneidade composicional das rochas da província reflete a complexidade dos processos de fusão parcial e diferenciação magmática no manto superior.
Referências
Bibliografia
editar- Sgarbi, Patrícia Barbosa de Albuquerque (1998). Mineralogia e Petrologia dos Kamafugitos da Região de Santo Antônio da Barra, Sudoeste de Goiás (PhD thesis). Brasília: Universidade de Brasília
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- Rogers, N. W. (1992). «The Geochemistry of Kamafugites and Carbonatites from Western Uganda». Journal of African Earth Sciences. 14 (1): 29-38
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- Junqueira-Brod, T. C. (2000). «Geochemistry of Santo Antônio da Barra Kamafugites, Goiás, Brazil». Journal of Petrology. 30 (3): 408-412