Rodrigo Turin

um historiador e acadêmico brasileiro

Rodrigo Turin[onde?][quando?] é um historiador brasileiro, professor associado da Escola de História da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, que dedica-se aos estudos da percepção do tempo na contemporaneidade.[1][2]

Formação editar

Formou-se historiador na Universidade Federal do Paraná, em 2002; mestre em história na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 2005 e doutor em história na Universidade Federal do Rio de Janeiro, sob orientação do professor Manoel Luiz Salgado Guimarães, com um período de estudos na EHESS, sob orientação de François Hartog.[3]

Teoria editar

Para Turin, a contemporaneidade é marcada pela aceleração do tempo a partir da ascensão das novas tecnologias. Ao contrário do que ocorria dos séculos XVIII ao XX, o século XXI é marcado pelo esvaziamento da ideia de "progresso", que entregaria otimismo à perspectiva de futuro; pois o futuro da humanidade agora parece ser catastófico. Por conta disso, vemos na atualidade a ascensão também da nostalgia.[1]

A aceleração também afeta a vida cotidiana, levando desafios às esferas política, econômica, o trabalho e a conformação das subjetividades.[4] A rapidez com a qual o mundo se desenvolve acaba fazendo com que o sentimento de obsolescência aumente. As novas tecnologias ficam velhas rapidamente, exigindo das pessoas cada vez mais habilidades de adaptação ao mundo acelerado:[2]

Não importa mais o “contexto” da informação ou sua dimensão narrativa, mas apenas a informação em si, atomizada, entendida como uma variável econômica. E pelo fato de as coisas estarem a toda hora mudando, como o mercado de trabalho e a tecnologia, surgem conceitos de movimentos como “flexibilidade”, orientado à adaptação constante a essas acelerações.

A pandemia de COVID-19 é outro fator que colabora para este sentimento. Em entrevista para o Jornal de Jundiaí, Turin afirmou:[5]

As pessoas hoje têm dificuldade de fazer planos, de visualizar um futuro mais ou menos concreto. Mas é importante dizer que antes da pandemia já havia uma perda coletiva de rumo, uma desorientação do tempo. A aceleração cada vez maior da sociedade, das tecnologias, das formas de trabalho, já vinha produzindo uma estafa coletiva e um fechamento do futuro, importando cada vez mais apenas o presente imediato. Nossa sociedade tornou-se uma sociedade hiperacelerada, mas uma aceleração sem um sentido claro, como um trem-bala desgovernado.

Ao mesmo tempo em que temos dificuldade de planejar um futuro mais ou menos concreto e otimista, o passado assombra o presente. Discutimos um passado mal resolvido, como nos episódios de derrubadas de estátuas, ao passo que tentamos nos preparar para o futuro incerto do mundo "pós-pandemia". Estas seriam marcas da ação humanidade como agente geológico, período conhecido como Antropoceno.[6]

Referências

  1. a b «Da idade à tecnologia, entenda como diferentes fatores explicam a sensação de que o tempo está voando». BBC News Brasil. Consultado em 10 de outubro de 2021 
  2. a b Pastor, Bruno (7 de junho de 2017). «Pesquisa sobre o impacto da "aceleração do tempo" nas humanidades». Café História. Consultado em 10 de outubro de 2021 
  3. «Rodrigo Turin». historiapensada (em espanhol). Consultado em 10 de outubro de 2021 
  4. «Por que a vida contemporânea parece tão acelerada? Veja os fatores que mudaram nossa relação com o tempo». O Globo. 30 de junho de 2018. Consultado em 10 de outubro de 2021 
  5. Sousa, Nathália (29 de junho de 2021). «Reinício de ano e a irremediável esperança». Jornal de Jundiaí. Consultado em 10 de outubro de 2021 
  6. «Tudo ao mesmo tempo: pandemia nos confinou a diferentes dimensões temporais». tab.uol.com.br. Consultado em 10 de outubro de 2021 
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