São Martinho da Cortiça

freguesia do município de Arganil, Portugal

São Martinho da Cortiça é uma freguesia portuguesa do município de Arganil, com 31,54 km² de área[1] e 1188 habitantes (censo de 2021)[2]. A sua densidade populacional é 37,7 hab./km².

Portugal Portugal São Martinho da Cortiça 
  Freguesia  
Símbolos
Brasão de armas de São Martinho da Cortiça
Brasão de armas
Gentílico Sãomartinhense
Localização
São Martinho da Cortiça está localizado em: Portugal Continental
São Martinho da Cortiça
Localização de São Martinho da Cortiça em Portugal
Coordenadas 40° 16' 20" N 8° 09' 05" O
Região Centro
Sub-região Região de Coimbra
Distrito Coimbra
Município Arganil
Código 060114
Administração
Tipo Junta de freguesia
Características geográficas
Área total 31,54 km²
População total (2021) 1 188 hab.
Densidade 37,7 hab./km²
Código postal 3300
Outras informações
Orago São Martinho

Está situada no seu extremo noroeste, a 13 km de Arganil, e faz fronteira a sudoeste com o concelho de Vila Nova de Poiares, a noroeste com o de Penacova e a nordeste com o de Tábua.

Localização no município de Arganil

Demografia editar

A população registada nos censos foi:[2]

População da freguesia de São Martinho da Cortiça[3]
AnoPop.±%
1864 1 735—    
1878 2 078+19.8%
1890 2 296+10.5%
1900 1 867−18.7%
1911 1 843−1.3%
1920 1 968+6.8%
1930 1 600−18.7%
1940 2 061+28.8%
1950 2 085+1.2%
1960 1 969−5.6%
1970 1 693−14.0%
1981 1 720+1.6%
1991 1 688−1.9%
2001 1 536−9.0%
2011 1 319−14.1%
2021 1 188−9.9%
Distribuição da População por Grupos Etários[4]
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 241 235 749 311
2011 147 150 683 339
2021 133 94 582 379

Povoações editar

A freguesia é constituída por 24 aldeias:

Ponte da Mucela, Mucelão, Sobreira, Quinta da Cortiça, Cavaleiro , Teixugueira, Carapinhal, Cortiça, São Martinho da Cortiça, Vale de Matouco, Vale de Moinho, Fronhas, Saíl, Fonte Furada, Vale de Espinho, Portela da Urgueira, Urgueira, Pombeiras, Abrunheira, Sanguinheda, Catraia dos Poços, Olival da Mina, Vale de São Martinho e Poços.

Descrição editar

A freguesia é rasgada ao meio pela EN 17., conhecida por estrada da Beira, que tem a sua origem na antiga via romana que ligava Coimbra a Salamanca, passando pela vizinha Bobadela. Desde períodos anteriores à fundação da Nacionalidade que contribui para o aparecimento de povoações à sua beira.Também passa pela freguesia o IC6. junto a Catraia dos Poços a 3 Km de São Martinho da Cortiça.

Já o Rio Alva, que corre a seus pés, não desempenhou aqui o papel que tomou noutras povoações a montante. É que a partir do Sarzedo o curso do rio tornava-se caprichoso, hesitante, atormentado, parecendo em alguns sítios regressivo. O amontoado era tão sinuoso que o rio se desnorteava, ia por onde podia, torcido, afogando-se na paisagem imponente. As povoações ausentaram-se assim das suas margens e tornaram-se pouco dependentes do Alva. Em 1985 com a construção da barragem das Fronhas parte deste belo vale do Alva foi submergido pela sua albufeira. Em seu lugar espraia-se agora um interessante espelho de água, com um potencial turístico ainda pouco aproveitado que os amantes da pesca desportiva bem conhecem.

Estamos na Casconha, onde com excepção dos vales e melhores várzeas, a subjacente ossatura rochosa é revestida por delgada manta de solo arável, coberta muitas vezes por floresta.

História editar

A primeira referência histórica à igreja de S. Martinho, em outro tempo da Sanguinheda, remonta ao ano de 1141, altura em que a freguesia pertencia à herdade de Pombeiro e Souto Seco, instituída pela rainha D. Teresa em 1126. Nesta altura estaria já situada no Passal, um sítio ermo na parte traseira da colina em que assenta a povoação de S. Martinho, entre a Cortiça e a Sanguinheda. Foi construída como tantas outras fora do povoado, ao lado da antiga estrada da Beira, para ficar no meio da sua vasta circunscrição eclesiástica.

Depois de ter pertencido ao senhorio de Arganil, foi incluída em 1355 no senhorio de Pombeiro, concedido por escambo a Martim Lourenço da Cunha pelo rei D. Afonso IV, ao qual se manteve intimamente ligada até meados do século XIX.

Em finais do século XV, Artur da Cunha, senhor de Pombeiro, desmembrou os lugares de Sanguinheda e Carapinha para constituir o senhorio da Sanguinheda, que deu territorial, mas não política nem judicialmente ao seu terceiro filho, Simão da Cunha. A Sanguinheda era então a sede das funções comunais e a partir de 2 de Novembro de 1513, data em que o rei D. Manuel I lhe deu carta de foral, passou a ser sede de concelho. Aí estava o pelourinho e a casa da câmara, onde tinha assento o juiz, o vereador, o escrivão da câmara e outro do judicial e órfãos. As restantes povoações da freguesia continuaram a fazer parte do concelho de Pombeiro, entretanto instituído.

Por volta de 1598, por estar a igreja em sítio descampado, sujeita a roubos e ruína iminente, reformou-se a capela de Santo Amaro da Cortiça, para onde se transferiu o Santíssimo. Aqui esteve por mais de vinte anos, onde se fundou a Irmandade do Santíssimo Sacramento, em 1602. Não sendo, porém, a capela um sítio próprio para a matriz, o prior D. Nuno Castelo Branco, filho bastardo do senhor de Pombeiro, adquiriu e doou o terreno para a construção de um novo edifício na Póvoa de S. Martinho. A igreja foi benzida a 28 de Maio de 1624, transferindo-se definitivamente a sede da freguesia da Sanguinheda para a Póvoa de S. Martinho, actualmente S. Martinho da Cortiça.

Foi freguesia muito fustigada durante a terceira invasão francesa, em 1811, onde se deu luta aos franceses desmontando-se um dos arcos da ponte da Mucela durante a sua retirada, e durante as lutas liberais, onde a povoação da Cortiça foi incendiada em 1832 pelos absolutistas na sequência da “queima da pólvora”, incidente regional em que os liberais fizeram explodir 20 carros de pólvora na Catraia dos Poços.

A 6 de novembro de 1836 foi extinto o concelho da Sanguinheda, assim como o de Pombeiro, passando a freguesia de S. Martinho, até aqui constituída por parte deste e a totalidade daquele, a fazer parte do concelho de Farinha Podre. A freguesia passou depois para o concelho de Tábua a 31 de dezembro de 1853, até que foi transferida definitivamente para o concelho de Arganil a 24 de outubro de 1855.

Em 1843 surgiu a primeira botica, em 1861 o primeiro estabelecimento de ensino primário, e ainda antes de 1884 a primeira delegação postal, primeiros sinais de progresso. Dada a sua localização junto do porto da Raiva foi terra de negociantes e almocreves. As explorações de minérios como a prata e chumbo estão bem documentadas em finais do século passado. A partir da década de quarenta apareceram as primeiras indústrias ligadas à exploração e transformação de resina e madeiras, e mais recentemente indústrias ligadas à pecuária e laticínios e as empresas de construção civil.

Equipamentos editar

A freguesia possui os seguintes equipamentos sociais:

O Centro Escolar inaugurado a 7 de setembro de 2008, Edifício da Extensão de Saúde inaugurado no dia 17 de Junho de 2018, Centro de Dia, Igreja Matriz, Junta de Freguesia e Posto de Correios inaugurado a 14 de setembro de 1952, Centro Cultural de São Martinho, Cemitério, Árvores Classificadas, Campo de Futebol, Pavilhão Gimnodesportivo, Casa do Povo, Multibanco, Zona Industrial do Vale do Fogo, a Barragem das Fronhas, o Pelourinho da Saguinheda e a Capela de Santo Amaro na Cortiça.

Comércio editar

Em termos de pontos comerciais, a freguesia possui: O Talho, Banco, Padaria, Farmácias, Mini Mercados, Florista, Clínica de Analises e Clínica Dentaria, Cafés, Restaurantes, Cabeleireiras, Seguros, Gabinete de Contabilidade o Grupo Desportivo e Cultural de S.Martinho da Cortiça, Associação Projecto Radical, Casa do Povo IPSS e União Recreativa e Cultural da Urgueira, Comissão de Melhoramentos da Cortiça, Associação Clube Recreativo da Sobreira.

Património editar

  • Capelas de Nossa Senhora do Rosário, de S. Nicolau e da Senhora da Guia
  • Fragmentos do pelourinho de Sanguinheda
  • Igreja Matriz de São Martinho

Personalidades célebres editar

Referências

  1. «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 10 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013 
  2. a b Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos» 
  3. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  4. INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022 
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