Subcontinente indiano
O subcontinente indiano é a região peninsular do Sul da Ásia onde se situam os países Índia, Paquistão, Bangladesh, Nepal e Butão. Por razões culturais e tectónicas, a ilha do Sri Lanka e as Maldivas podem também considerar-se como pertencentes ao Subcontinente. Esta região do sul da Ásia foi historicamente conhecida por Hindustão ou Indostão,[1][2] nomenclatura hoje apenas utilizada no contexto da história da relação entre os povos europeus e o subcontinente.
Subcontinente indiano | |
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![]() Localização de Subcontinente indiano no globo terrestre. | |
Países | ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() |
Área | 4 480 000 km² |
Maior país | ![]() |
Menor país | ![]() |
População | 1 640 749 568 hab. |
Densidade | 350 hab./km² |


Geologicamente, a noção de subcontinente baseia-se no facto de que esta região assentar numa placa tectónica própria, separada do resto da Ásia. A parte sul do subcontinente forma uma enorme península enquanto o norte é composto pela cordilheira do Himalaia, que age como barreira geográfica e cultural com a China e com a Ásia Central.
O nome de subcontinente indiano dado à península, muito identificado com a Índia, abrange contudo um território cujos limites geográficos não coincidem com aquele Estado. Apesar de não existir uma definição precisa para a região, e dos seus limites terem variado ao longo da história, em geral também são incluídos os territórios do Bangladesh, do Sri Lanka e das Maldivas, para além de partes dos Estados vizinhos do Afeganistão e da Birmânia.
Historicamente, o Indostão, conceito regional que antecedeu o de subcontinente indiano, incluía toda a região ao sul da Ásia Central, entre o Irã, e a China. Foi uma região de passagem de inúmeros povos e de múltiplas incursões, entre as quais se podem citar o exército de Alexandre, o Grande, as incursões mongóis de Gêngis Cã e a migração dos ciganos, entre tantos outros viajantes.
Foi durante séculos uma região estratégica, ponto de encontro da Rota da Seda, percurso chave para a troca de mercadorias e intercâmbio cultural entre o Império Chinês e o mundo ocidental. Com o advento da abertura do caminho através do Oceano Índico pelos navegadores ocidentais e a abertura de novas rotas e postos de trocas de mercadoria, começa a perder parte da sua estratégica importância económica, social e cultural.
Com a expansão do Islão, parte da população converteu-se a esta religião seguindo maioritariamente a corrente sunita. Composta por diversos reinos, caracterizados pelas suas alianças tribais e às vezes circunscritos apenas ao domínio de uma cidade, com o passar dos tempos acabou fechando-se ao acesso de estranhos. Com a expansão do Império Russo (século XVIII) e do Império Britânico, a sua estrutura e existência começou a ser ameaçada. Na época de Aquebar, o Indostão político ia do Afeganistão até a baía de Bengala e dos Himalaias até ao rio Godavari.
Etimologia
editarMuitas vezes chamado simplesmente do Subcontinente, por ser a única região do mundo à qual esse termo é comumente aplicado, a região era conhecida no Ocidente simplesmente como "Índia" ou "Índias" até 1947,[3] quando a partição da antiga Índia Britânica viu o território dividido entre os estados da União da Índia e do Paquistão.[4] A parte oriental deste último estado seria mais tarde dividida sob o nome de Bangladesh. Muitas pessoas no Paquistão e em Bangladesh rejeitam o termo “subcontinente indiano”, acreditando que o adjetivo “indiano” deve ser aplicado apenas ao estado atual da República da Índia. O termo Hindustão seria mais apropriado devido ao seu uso histórico e origem terminológica, mas raramente é usado hoje em dia. Um nome alternativo para a região é a Ásia Meridional, embora esse nome às vezes também inclua Afeganistão e Irã, e às vezes até Birmânia.
Geografia
editarO subcontinente indiano é geologicamente delimitado dos Himalaias ao norte e pelo Oceano Índico ao sul. Caracteriza-se por uma linha divisória norte-sul entre a Planície Indo-Gangética ao norte, que inclui os sistemas fluviais Indo, Ganges e Bramaputra, e o Planalto de Decão ao sul, cujos principais sistemas fluviais incluem os rios Maanandim, Godavari, Krishna e Kaveri.
A geografia do subcontinente confere-lhe o clima de monções mais pronunciado do mundo. A mudança sazonal na direção do vento leva a uma elevada instabilidade atmosférica com o início das monções de verão, tipicamente em junho, quando o ar quente e húmido do Oceano Índico sopra do sudoeste. Em outubro, a direção do vento inverte-se e traz ar mais frio do nordeste, mas tanto a intensidade como a humidade das monções de inverno são desviadas pelos Himalaias. O resultado é uma estação predominantemente seca.[5]
Ambiente
editarO subcontinente indiano é a região do mundo mais afetada pela poluição do ar. O director executivo da Greenpeace para o Sudeste Asiático, Yeb Sano, explica que “além das perdas humanas, o custo global estimado é de 225 mil milhões de dólares em custos laborais e de biliões em custos médicos”[6]
Ver também
editarReferências
- ↑ Fernandes, Ivo Xavier (1941). Topónimos e Gentílicos. I. Porto: Editora Educação Nacional, Lda.
- ↑ Correia, Paulo (Primavera de 2022). «Indomalásia e Wallaceia — regiões e sub-regiões biogeográficas» (PDF). a folha – Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. Consultado em 27 de julho de 2022
- ↑ «Indian subcontinent | Map, Countries, Population, & History | Britannica». Encyclopædia Britannica (em inglês). 27 de março de 2025. Consultado em 11 de maio de 2025
- ↑ Baker Henry D. (1915). British India With Notes On Ceylon Afghanistan And Tibet (1915). [S.l.: s.n.] Consultado em 11 de maio de 2025
- ↑ «Indian subcontinent | Map, Countries, Population, & History | Britannica». Britannica (em inglês). 27 de março de 2025. Consultado em 13 de maio de 2025
- ↑ «Pollution de l'air. Greenpeace dévoile son classement des villes les plus polluées au monde». Ouest-France.fr (em francês). 6 de março de 2019. Consultado em 13 de maio de 2025