Ciganos

grupo étnico indo-ariano

Ciganos é um exônimo para romani,[20][21] (também conhecidos por: roma, boêmios, gitanos, calons,[22] quicos,[23][24][25] calés ou calós) que designa um conjunto de populações que têm em comum a origem indiana e a língua romani, originária do noroeste do subcontinente indiano.

Povo Rom
Bandeira do povo rom
Mapa da diáspora cigana ao redor do mundo.
População total

2 a 5 milhões [1]
6 a 11 milhões (1987)[2]

Regiões com população significativa
Roménia 1.850.000
(8,32%)
[3]
 Estados Unidos 1 000 000
(0,32%)
[4]
 Brasil 800 000
(0,41%)
[5]
Espanha 650 000
(1,62%)
[6]
 Turquia 500 000
(0,72%)
[7]
 França 500 000
(0,79%)
[8]
 Bulgária 370 908
(4,67%)
[9]
 Hungria 205 720
(2,02%)
[10]
 Grécia 200 000
(1,82%)
[11]
 Rússia 182 766
(0,13%)
[12]
 Sérvia 108 193
(1,44%)
[13]
 Reino Unido 90 000
(0,15%)
[14]
 Eslováquia 89 920
(1,71%)
[15]
Macedónia do Norte Macedônia do Norte 53 879
(2,85%)
[16]
Portugal Portugal 30 737
(0,3%)
[17]
Línguas
Romani e línguas locais
Religiões

Igreja Ortodoxa
Catolicismo romano
Protestantismo
Islão

Shaktismo[18]
Etnia
Indo-europeus[19]
Grupos étnicos relacionados
Romnichals, Pavee

Essas populações constituem minorias étnicas em numerosos países e são conhecidas por vários exônimos. O endônimo "rom" foi adotado pela "União Romani Internacional" (em romani: Romano Internacionalno Jekhetanipe) e pela Organização das Nações Unidas.[26] No primeiro Congresso Mundial Romani em 1971, foi votado por unanimidade rejeitar todos os exônimos do povo Romani, incluindo Cigano/a por suas conotações negativas e estereotipadas e etimologias controversas.[27]

Na Europa, esses povos, de origem indiana e língua romani, são subdivididos em diversos grupos étnicos:

  • Roma (em singular: rom, termo que, traduzido para o português, significa "homem"), presentes na Europa centro-oriental e, a partir do século XIX, também em outros países europeus e nas Américas;
  • Sinti, encontrados na Alemanha, bem como em áreas germanófonas da Itália e da França, onde também são chamados manoush;
  • Caló, os ciganos da Península Ibérica, embora também presentes em outros países da Europa e na América, incluído o Brasil.
  • Romnichals, principalmente presentes no Reino Unido, inclusive colônias britânicas, nos Estados Unidos e na Austrália.

Além de migrarem voluntariamente, esses grupos também foram historicamente submetidos a processos de deportação, subdividindo-se vários clãs, denominados segundo antigas profissões e procedência geográfica, que falam línguas ou dialetos diferentes.[28]

Segundo um estudo feito pela revista Current Biology, a diáspora dos ciganos começou há 1500 anos no Noroeste da Índia.[29][30]

Etimologia editar

O termo "cigano" provém de termos do grego bizantino "atzinganos" ou "athígganos", que representa "intocável";[25][31][32] "gitano", que provém do castelhano "gitano",[33] e este de "egiptano", pois acreditava-se terem origem no Egito;[34] "boêmio" é uma referência à antiga crença da etnia ser originária da Boêmia, região histórica da Europa Central (atual República Tcheca);[35] Também são conhecidos no Brasil pelos termos "calon",[22] "quico" (em Minas Gerais e São Paulo),[23][24][36] calé ou caló.

História editar

 
Rotas migratórias do povo cigano pela Europa
 Ver artigo principal: História do povo cigano

Em razão da ausência de uma história escrita, a origem e a história inicial dos povos roma foram um mistério por muito tempo. Até meados do século XVIII, teorias da origem dos roma se limitavam a especulações. No final do século, antropólogos culturais levantaram a hipótese da origem indiana dos roma, baseada na evidência linguística — o que foi posteriormente confirmado pelos dados genéticos.

Em 1777, Johann Christian Cristoph Rüdiger, professor da Universidade de Halle, na Alemanha, em carta ao linguista Hartwig Bacmeister, sugere uma possível ligação entre o romani e as línguas da Índia. Rüdiger baseava suas conjecturas em pistas fornecidas pelo próprio Bacmeister e por seu professor, Christian Büttner, mas também na sua própria pesquisa, realizada com a ajuda de uma falante de romani, Barbara Makelin, e apoiada em gramáticas hindustani. A hipótese teve ampla circulação entre seus colegas acadêmicos. Em 1782, Rüdiger publicou um artigo intitulado "Sobre o idioma indiano e a origem dos ciganos",[37] no qual compara as estruturas gramaticais do romani com as do hindustani. Trabalhos seguintes deram apoio à hipótese de que a língua romani possuía a mesma origem das línguas indo-arianas do norte da Índia. Baseado no dialeto sinti, este é o primeiro esboço gramatical acerca de uma variedade do romani, e é também a primeira comparação sistemática do romani com outra língua indo-ariana.[38]

Origem e migrações editar

Os povos ciganos originaram-se de populações do noroeste do subcontinente indiano, das regiões do Punjab e do Rajastão, obrigadas a emigrar em direção ao ocidente, possivelmente em ondas, entre c. 500 e 1000 d.C. Iniciaram a sua migração para a Europa e África do Norte, pelo planalto Iraniano, no século XI, por volta de 1050. A saída da Índia provavelmente ocorreu no contexto das invasões do sultão Mahmud de Ghazni (região do atual Afeganistão).[39] Mahmud fez várias incursões no norte da Índia, capturando os povos que ali viviam. Segundo o antropólogo José Pereira Bastos, professor da Universidade Nova de Lisboa, no inverno de 1019–1020, o sultão saqueou a cidade sagrada de Kannauj, que era então "uma das mais antigas e letradas da Índia, capturando milhares de pessoas, e vendendo-as em seguida aos persas". Estes, por sua vez, venderam os prisioneiros como escravos na Europa. No Leste Europeu, cerca de 2300 deles foram para a zona dos principados cristãos ortodoxos da Transilvânia e da Moldávia, onde foram convertidos em escravos do príncipe, dos conventos e dos latifundiários.[40]

Por volta do século XI, a língua romani já apresenta claros traços de línguas indo-arianas modernas.[41]

Já no século XIV, devido à conquista territorial e política de estados indianos, muitas caravanas rom partiram para a Europa, Oriente Médio e Norte da África. É a segunda onda migratória que os roma denominam Aresajipe. Um primeiro grupo tomou rumo oeste e atingiu a Europa através da Grécia; o segundo partiu para o sul, adentrando o Império Bizantino e chegando à Síria, Egito e Palestina.

Na Europa, em razão de clivagens internas e da interação com as várias populações europeias, os roma emergiram como um conjunto de grupos étnicos distintos, dentro de um conjunto maior. Alguns desses grupos foram escravizados nos Bálcãs, no território da atual Romênia, enquanto outros puderam se movimentar, espalhando-se principalmente pela Hungria, Áustria e Boêmia, chegando à Alemanha em 1417. Em 1422, chegaram a Bolonha. Em 1428, já havia ciganos na França e na Suíça. Em 1500, surgiram os primeiros ciganos ingleses.

A terceira onda migratória deu-se entre o século XIX e início do século XX, da Europa para as Américas, após a abolição da servidão na Europa Oriental, entre 1856 e 1864. Alguns estudiosos apontam, ainda, a ocorrência de uma outra grande migração, proveniente da Europa Oriental, desde a queda do Muro de Berlim em 1989.[42]

Ciganos em Portugal e suas colónias editar

Os ciganos terão entrado em Portugal na segunda metade do século XV, pela fronteira da Estremadura espanhola, e rapidamente ganharam uma má reputação entre os portugueses. Em 1526, D. João III foi o primeiro rei a institucionalizar a descriminação contra os ciganos, ordenando que fossem expulsos os que estavam no Reino e que fosse impedida a entrada de mais. No ano da morte de D. João III (1557), a sua mulher Dona Catarina voltou a ordenar a sua expulsão, e, em 1573, o seu neto D. Sebastião anulou as licenças de permanência obtidas por alguns e deu-lhes um mês para abandonar o Reino.[43] No ano seguinte, foi documentada a primeira migração de ciganos para o Brasil, quando o cigano João Torres, a sua mulher e filhos foram degredados para essa colónia.[44]

A União Ibérica não trouxe alívio à situação dos ciganos, com os Filipes a reiterar a expulsão dos ciganos e a implementar a pena de morte para os que contrariassem estas ordens. Na verdade, estas políticas só começaram a ser revertidas no século XVII, quando D. Pedro II começou a fazer distinção entre os ciganos vindos do estrangeiro e os naturais ou descendentes de portugueses, mandando exterminar os primeiros, e impondo aos outros que falassem e se vestissem como os restantes habitantes do reino. D. João V insistiu na política de assimilação cultural forçada e condenou muitos ciganos ao degredo por não cumprirem com o estipulado.[43]

Nas colónias, a reação era bastante diferente: enquanto no Brasil não faltavam queixas, em Angola, o governador António Álvares da Cunha pedia que lhe enviassem mais, uma vez que resistiam melhor ao clima. No final de contas, muitos dos que foram inicialmente para o Brasil acabaram em Angola. Finalmente, com o início do Liberalismo no século XIX, Portugal reconheceu a todos os nascidos no seu território o direito de serem portugueses.[43]

Perseguições editar

 
Johann Trollmann (1907–1943): alemão cigano sintti campeão nacional de boxe da Alemanha, morto no campo de concentração de Neuengamme.

Enquanto ocorriam as perseguições do século XV, contra judeus e muçulmanos, começa também a caça aos ciganos. Segundo o antropólogo José Pereira Bastos, professor da Universidade Nova de Lisboa, "eram considerados vagabundos e delinquentes. Na Alemanha e nos Países Baixos, eram exterminados a tiros por caçadores pagos por cabeça. Na Europa, o propósito de extermínio dos ciganos sempre foi muito claro".[40] Os anos de 1555 e 1780 são particularmente marcados por atos de violência contra os ciganos, em vários países.

A falta de uma ligação histórica precisa a uma pátria definida ou a uma origem segura não permitia que fossem reconhecidos como grupo étnico bem individualizado, ainda que por longo tempo tenham sido qualificados como egípcios. O clima de suspeitas e preconceitos se percebe no florescimento de lendas e provérbios tendendo a pôr os roma sob mau prisma, a ponto de recorrer-se à Bíblia para considerá-los descendentes de Caim, e portanto, malditos, feiticeiros e hedonistas tanto por católicos como por luteranos e demais protestantes.[45][46][47] Difundiu-se, também, a lenda de que eles teriam fabricado os pregos que serviram para crucificar Jesus (ou, segundo outra versão, que eles teriam roubado o quarto prego, tornando, assim, mais dolorosa a crucificação). Caracterizados pelo nomadismo, o modo de vida dos ciganos e suas condições de subsistência são sempre determinados pelo país em que se encontram: os mais ricos são os ciganos suecos e os mais pobres encontram-se nos Bálcãs e no sul da Espanha.

Embora mantendo sua identidade, em alguns aspectos os roma revelam grande capacidade de integração cultural: sempre professam a religião local dominante, da mesma forma que suas danças, músicas, narrativas e provérbios manifestam a assimilação cultural no meio em que vivem. Sua capacidade de assimilar a música folclórica permitiu que muitas peças fossem salvas do esquecimento, principalmente as do Oeste Europeu. Excluindo as publicações soviéticas sobre o assunto, existem apenas nove livros[quais?] escritos em romani.[carece de fontes?]

 
Sinti e Roma, na cidade alemã de Asperg, prestes a serem deportados pelos nazis durante a II Guerra Mundial (1940).

Durante a Segunda Guerra Mundial (1939–1945), entre 200 000 e 500 000 ciganos europeus teriam sido exterminados nos campos de concentração nazistas. Entre os roma, o massacre é denominado de porajmos e começou a ser recuperado pela historiografia apenas a partir dos anos 1970.[48]

No dia 2 de abril de 2009, o presidente do Parlamento Europeu, Hans-Gert Pöttering, recebeu um prêmio pelo trabalho desenvolvido pelo Parlamento Europeu na defesa dos direitos da comunidade rom na Europa. O prêmio foi entregue por representantes das principais organizações europeias, em nome da comunidade rom, antes do Dia Internacional dos Roma, que se celebra no dia 8 de abril.[49] Dos 12 a 15 milhões de roma que vivem na Europa, 10 milhões vivem em Estados-Membros da União Europeia, a maioria dos quais adquiriu a cidadania europeia com o alargamento de 2004 e a adesão da Romênia e da Bulgária em 2007.

Deportação de ciganos da França em 2010 editar

Em fins de julho de 2010, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, decidiu, após dois incidentes envolvendo membros franceses da comunidade cigana, promover o retorno em massa dos roma à Romênia e Bulgária,[50] o que suscitou uma grande polêmica.[51]

Polêmica envolvendo o termo editar

Em 2012, o Ministério Público Federal (MPF) do Brasil ajuizou, no dia 22 de fevereiro uma ação civil pública contra a Editora Objetiva e o Instituto Houaiss, solicitando a imediata retirada de circulação, suspensão de tiragem, venda e distribuição das edições do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, sob a alegação de que a publicação é discriminatória e preconceituosa em relação à etnia cigana.[52][53][54][55][56][57] A palavra "cigano" tem, no dicionário, como um de seus significados, "que ou aquele que trapaceia; velhaco, burlador" e "que ou aquele que faz barganha, que é apegado ao dinheiro; agiota, sovina". Estes termos são expressos para uso da palavra cigano de forma pejorativa, ou seja, de forma depreciativa.[58][59][60][61][62]

Genética editar

Estudos genéticos confirmam a Índia como sendo o local de origem dos ciganos. De acordo com um estudo genético, a análise de linhagens uniparentais revela com consistência o Noroeste da Índia como sendo a região de origem dos ciganos.[63]

Um estudo genético de 2012 também chegou à mesma conclusão, tendo inferido que a origem dos ciganos teria se dado por volta de 1500 anos atrás, sendo que após rápida migração os ciganos teriam alcançado a Europa aproximadamente 900 anos atrás.[64]

Um estudo genético de 2011, focado no estudo de linhagens maternas (DNA mitocondrial), também verificou a origem indiana dos ciganos, tendo apontado o estado do Punjab como a fonte de origem deles.[65]

Assim, tanto no sentido cultural, como a sua associação genética aos demais grupos indo-europeus, desqualifica todos os argumentos defendidos pelos nazistas no século XX de que os ciganos não fossem reconhecidos como "arianos".

Demografia editar

 
Os roma na Europa

Religião editar

Os roma não têm uma religião própria, um deus próprio, sacerdotes ou cultos originais. Parece singular o fato de que um povo não tenha cultivado, no decorrer dos séculos, crenças em uma divindade particular, nem mesmo primitiva, do tipo antropomórfico ou totêmico. O mundo do sobrenatural é constituído pela presença de uma força benéfica, Del ou Devél, e de uma força maléfica, Beng, contrapostas, numa espécie de zoroastrismo, provável resíduo de influências que esta crença teve sobre grupos que, em época remota, atravessaram o Irã. Ademais, as crenças ciganas incluem uma série de entidades, cuja presença se manifesta sobretudo à noite. Mas, em geral, os roma parecem ter-se adaptado, ao longo da história, às confissões vigentes nos países que os hospedaram, embora sua adesão pareça ser exterior e superficial, com maior atenção aos aspectos coreográficos das cerimônias, como as procissões e as peregrinações, próprias de uma religiosidade popular, sobretudo católica.

Um sinal de mudança se dá pela difusão do movimento pentecostal, ocorrida a partir dos anos 1950, através da Missão Evangélica Cigana, surgida na França. Em seguida a isso, registram-se, todavia, profundas lacerações no interior de muitas famílias, devido às radicais mudanças de costume que ocorrem com a conversão a essa visão cristã. Os ciganos são também uma linha cultuada e praticada na umbanda brasileira.[66]

Idiomas editar

 
Distribuição histórica dos povos de Língua romani na Europa

A maioria dos roma fala algum dialeto do romani, língua muito próxima das modernas línguas indo-europeias do norte da Índia e do Paquistão, tais como o prácrito, o marati e o punjabi.

Tanto o sistema fonológico como a morfologia podem ter sua evolução facilmente reconstruída a partir do sânscrito. O sistema numeral também reflete parcialmente o vocabulário sânscrito. Com as migrações, os roma levaram sua língua a várias regiões da Ásia, da Europa e das Américas, modificando-a. De acordo com as influências recebidas, distinguem-se dialetos asiáticos de europeus. Entre as línguas que mais influenciaram nas formas modernas do romani estão o grego, o húngaro e o espanhol.[carece de fontes?]

Educação editar

Segundo o relatório de Ofsted de 1999, os alunos ciganos de famílias itinerantes apresentam resultados mais baixos que os de qualquer grupo étnico minoritário e são o grupo de maior risco no sistema de ensino no Reino Unido. O relatório Swann revela diversos factores que influenciam a formação de crianças ciganas da mesma forma que influenciam outros grupos minoritários étnicos. Entre estes factores, os que têm maior peso foram identificados como o racismo e discriminação, mitos, estereótipos e a necessidade de uma maior ligação das escolas com os pais das crianças ciganas.[67][68][69][70][71]

No Brasil, Mirian Stanescon foi a primeira cigana a se formar num curso superior. Formou-se em direito na Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro, em 1973.[72]

Maiores concentrações no mundo editar

Os ciganos representam a maior minoria da Europa, cerca de 11 milhões.[73]

País População rom (est.) Referência
Albânia 70 000 [74]
Alemanha 110 000–130 000 [75]
Argentina 300 000 [76]
Brasil 678 000 (est. do governo)–1 000 000 [77][78]
Bulgária 370 908 (censo) ou 700 000–800 000 [79][80]
Canadá 80 000 [81]
Espanha 600 000–800 000 [82]
Estados Unidos 1 000 000 [83]
França 280 000–340 000 [75]
Grécia 300 000–350 000 [84][85]
Hungria 189 984 ou 450 000–600 000 [86]
Índia 2 274 000 [87][88]
Irã 110 000 [89]
Itália 90 000–110 000 [75]
Portugal 30 000–50 000
Macedônia do Norte 53 879–260 000 [90][91]
República Tcheca 11 746 (censo) ou 220 000 [92][93]
Roménia 1 850 000 [94]
Turquia 5 000 000 [95]

Cultura editar

 
Debret, "Interior de casa cigana" (c. 1820)

Os roma não representam, como já se salientou, um povo compacto e homogêneo. Mesmo pertencendo a uma única etnia, existe a hipótese de que a migração desde a Índia tenha sido fracionada no tempo e que, desde a origem, eles fossem divididos em grupos e subgrupos, falando dialetos diferentes, ainda que afins entre si. O acréscimo de componentes léxicos e sintáticos das línguas faladas nos países que atravessaram no decorrer dos séculos acentuou fortemente tal diversificação, a tal ponto que podem ser tranquilamente definidos como dois grupos separados, que reúnem subgrupos muitas vezes em evidente contraste social entre si.

As diferenças de vida, a forte vocação ao nomadismo de alguns, contra a tendência à sedentarização de outros pode gerar uma série de contrastes que não se limitam a uma simples incapacidade de conviver pacificamente. Em linhas gerais, poder-se-ia afirmar que os sintos são menos conservadores e tendem a esquecer com maior rapidez a cultura ancestral. Talvez este fato não seja recente, mas, de qualquer modo, é atribuído às condições socioculturais nas quais por longo tempo viveram.

Em comunicação apresentada durante o encontro "Ciganos no século XXI", realizado em Lisboa, em setembro de 2010, o espanhol Santiago González Avión, diretor da Fundação Secretariado Cigano, na Galiza,[96] apontou as divisões entre as próprias comunidades ciganas. "Entre os ciganos de nacionalidade espanhola, a fragmentação é forte. Galegos e castelhanos dividem-se. E há discriminação também entre os ciganos transmontanos, de nacionalidade portuguesa, e os espanhóis", apontou González. O documento também denuncia a situação de pobreza e exclusão social destes grupos.[40]

 
Uma jovem cigana húngara executa uma dança típica

Quanto aos roma de imigração mais recente, nota-se, ao invés, uma maior tendência à conservação das tradições, da língua e dos costumes próprios dos diversos subgrupos. Sua origem, de países essencialmente agrícolas do leste europeu, favoreceu certamente a conservação de modos de vida tradicionais. Antigamente, era muito respeitado o período da gravidez e o tempo sucessivo ao nascimento do herdeiro; havia o conceito da impureza ligada ao nascimento, com várias proibições para a parturiente. O aleitamento ainda dura muito tempo, às vezes se prolongando por alguns anos.

No casamento, tende-se a escolher o cônjuge dentro do próprio grupo ou subgrupo, com notáveis vantagens econômicas. É possível a um rom casar-se com uma gadjí, isto é, uma mulher não rom, a qual deverá porém submeter-se às regras e às tradições rom. Vige naturalmente o dote. No grupo dos sintos, geralmente o casamento é precedido pela fuga do casal. Aos filhos é dada uma grande liberdade, mesmo porque logo deverão contribuir com o sustento da família e com o cuidado dos menores. No que se refere à morte e aos ritos a ela conexos, o luto pelo desaparecimento de um companheiro dura em geral muito tempo. Entre os sintos parece prevalecer o costume de se queimar a kampína (o trailer) e os objetos pertencentes ao morto. Entre os ritos fúnebres praticados pelos roma está a pomána, banquete fúnebre no qual se celebra o aniversário da morte de uma pessoa. A abundância de alimento e bebidas exprime o desejo de paz e felicidade para o defunto.

 
As Caravanas — Acampamento cigano em Arles, na França, pelo pintor Vincent van Gogh

Além da família extensa, entre os roma encontramos a kumpánia, ou seja, o conjunto de várias famílias (não necessariamente unidas entre si por laços de parentesco) mas todas pertencentes ao mesmo grupo, ao mesmo subgrupo ou a subgrupos afins.

O nômade é, por sua própria natureza, individualista, e mal suporta a presença de um chefe: se tal figura não existe entre os roma, é entretanto devido ao respeito para com os mais velhos, que sempre são solicitados a dirimir eventuais controvérsias.

Entre os roma, a máxima autoridade judiciária é constituída pelo krisnitóri, isto é, por aquele que preside a kris. A kris é um verdadeiro tribunal rom, constituído pelos membros mais velhos do grupo, que se reúne em casos especiais, para resolver problemas delicados, envolvendo controvérsias matrimoniais ou ações que resultem em danos a membros do grupo. Na kris podem participar também as mulheres, que são admitidas para falar. A decisão cabe aos anciãos designados, presididos pelo krisnitóri. Ouvidas as partes litigantes, é punida a parte culpada.

Em tempos recentes, a controvérsia se resolve, em geral, com o pagamento de uma soma proporcional ao tamanho da culpa. No passado, se a culpa era particularmente grave, a punição podia consistir no afastamento do grupo ou, às vezes, em castigos corporais.

Reconhecimento no Brasil editar

Em 2007, os povos tradicionais, entre eles o cigano, foram reconhecidas pelo Governo do Brasil,[97] que através da política de desenvolvimento sustentável das comunidades tradicionais (PNPCT), ampliou o reconhecimento feito parcialmente na Constituição de 1988, agregando aos indígenas e aos quilombolas outros povos tradicionais,[98] a saber: ribeirinho, caiçara, castanheira, catador de mangaba, retireiro, cipozeiro, extrativista, faxinalense, fecho de pasto, geraizeiro, ilhéu, isqueiro, morroquiano, pantaneiro, pescador artesanal, piaçaveiro, pomerano, terreiro, quebradeira de coco-babaçu, seringueiro, vazanteiro e, veredeiro.[99][98]

Ver também editar

Referências

  1. «Rom». Encyclopædia Britannica Online. Consultado em 15 de setembro de 2010. Segundo a Encyclopædia Britannica, a população roma total estimada é de dois a cinco milhões de pessoas em todo o mundo. 
  2. «Roma, Vlax». Consultado em 15 de setembro de 2010. Lewis, M. Paul (ed.), 2009. Ethnologue: Languages of the World, Sixteenth edition. Dallas, Tex.: SIL International. Segundo a estimativa do linguista rom Ian Hancock, havia 6 a 11 milhões de ciganos no mundo, em 1987. 
  3. https://commission.europa.eu/strategy-and-policy/policies/justice-and-fundamental-rights/combatting-discrimination/roma-eu/roma-equality-inclusion-and-participation-eu-country/romania_en  Em falta ou vazio |título= (ajuda): 1.850.000 Roma
  4. http://www.time.com/time/nation/article/0,8599,2025316,00.html. Consultado em 21 de julho de 2013  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  5. «Falta de políticas públicas para ciganos é desafio para o governo». R7. 2011. Consultado em 22 de janeiro de 2012. Arquivado do original em 11 de janeiro de 2012. A Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) estima o número de ciganos no Brasil em 800 000 (2011). O censo do IBGE de 2010 encontrou acampamentos ciganos em 291 dos 5 565 municípios brasileiros. 
  6. «Monitoring the accession process: minority protection. The Situation of Roma in Spain» (pdf). Open Society Institute. 2002. Consultado em 22 de novembro de 2010. O governo espanhol estima o número de gitanos em, no máximo, 650 000. 
  7. «Organizações de direitos dos Roma trabalham para amenizar o preconceito na Turquia». EurasiaNet. 22 de julho de 2005. Consultado em 15 de setembro de 2010. There are officially about 500,000 Roma in Turkey. 
  8. «Situation of Roma in France at crisis proportions». EurActiv Network. 7 de dezembro de 2005. Consultado em 15 de setembro de 2010. População rom na França é oficialmente estimada em aproximadamente 500 000 pessoas. 
  9. «População por distrito e grupo étnico em 01/03/2001». 5 de janeiro de 2004. Consultado em 15 de setembro de 2010. Censo 2001 da Bulgária: 370 908 Roma 
  10. «População segundo a nacionalidade ou grupo étnico». Escritório Central de Estatística da Hungria. Consultado em 15 de setembro de 2010. Censo 2001 da Hungria: 205 720 Roma/Bea 
  11. «A população rom da Grécia é oficialmente estimada em 200 000.». Comissão da República Nacional Helênica para os Direitos Humanos. Consultado em 15 de setembro de 2010. Arquivado do original em 14 de setembro de 2007 
  12. «Composição da População Nacional e Cidadania» (Excel). perepis2002.ru. Consultado em 16 de setembro de 2010. Censo 2002 da Rússia: 182 766 Roma. 
  13. «Censo 2002 da Sérvia: 108 193 Roma.» (pdf). República da Sérvia, Escritório de Estatística da República. 24 de dezembro de 2002. Consultado em 17 de setembro de 2010 
  14. Ethnologue - Angloromani
  15. Censo 2001 da Eslováquia.
  16. «The 2002-census reported 53,879 Roma and 3,843 'Egyptians'». Republic of Macedonia, State Statistical Office. Consultado em 17 de setembro de 2010 
  17. «Caracterização das Condições de Habitação das Comunidades Ciganas Residentes em Portugal 2013-14, 2015» (PDF). IHRU. 2015. Consultado em 8 de novembro de 2016 
  18. Gall, Timothy L. (ed). Worldmark Encyclopedia of Culture & Daily Life: Vol. 4 - Europe. Cleveland, OH: Eastword Publications Development (1998); pp. 316, 318 :"Religião: uma base de hinduísmo, com uma sobreposição de cristianismo ou de islamismo (religião do país hospedeiro)." "Crenças religiosas roma estão fundamentadas no hinduísmo. O povo roma acredita em um equilíbrio universal, chamado kuntari ... Apesar de mil anos de separação da Índia, o povo roma ainda pratica o shaktismo, o culto de um deus através do seu cônjuge feminino... "
  19. «Roma | People, Meaning, History, Language, Lifestyle, & Facts | Britannica». www.britannica.com (em inglês). Consultado em 11 de julho de 2022 
  20. «povo romani» 
  21. «termo romani» 
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