Sukhoi Su-7
O Sukhoi Su-7 (Fitter-A, segundo designação da OTAN/NATO) foi uma aeronave supersônica desenvolvida pela União Soviética em meados da década de 1950. Planejado para atuar como interceptador , seu desempenho ficou aquém do esperado, obrigando os soviéticos a utilizá-lo como caça bombardeiro e aeronave de ataque ao solo onde se consagraria como a principal aeronave soviética de sua categoria na década de 1960. Apesar de suas deficiências (alcance curto e pouca capacidade de transporte de armas), foi exportado para 10 países e empregado em vários conflitos onde se mostrou robusto e confiável. A Coréia do Norte é o único operador atual do Su-7, com 18 aeronaves operacionais.[3]
Su-7 (OTAN: Fitter-A) | |
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Descrição | |
Tipo / Missão | Caça-bombardeiro aeronave de ataque ao solo |
País de origem | União Soviética |
Fabricante | Sukhoi OKB |
Período de produção | 1957-1972 |
Quantidade produzida | 1847 |
Desenvolvido em | Sukhoi Su-17 |
Primeiro voo em | 7 de setembro de 1955 (69 anos) |
Introduzido em | 1959 |
Aposentado em | 1990 |
Variantes | Ver seção "Variantes" |
Tripulação | 1 (Su-7BKL) |
Especificações (Modelo: Su-7BKL) | |
Dimensões | |
Comprimento | 16,80 m (55,1 ft) |
Envergadura | 9,31 m (30,5 ft) |
Altura | 4,99 m (16,4 ft) |
Área das asas | 34 m² (366 ft²) |
Alongamento | 2.5 |
Peso(s) | |
Peso vazio | 8 937 kg (19 700 lb) |
Peso carregado | 13 570 kg (29 900 lb) |
Peso máx. de decolagem | 15 210 kg (33 500 lb) |
Propulsão | |
Motor(es) | 1 x turbojato de pós-combustão Lyulka AL-7F-1 Empuxo: |
Performance | |
Velocidade máxima | 2 150 km/h (1 160 kn) |
Alcance (MTOW) | 1 650 km (1 030 mi) |
Teto máximo | 17 600 m (57 700 ft) |
Razão de subida | 160 m/s |
Armamentos | |
Metralhadoras / Canhões | 2 x canhões Nudelman-Rikhter NR-30 de 30 mm (1,18 in) |
Notas | |
Outros: Até 2 000 kg (4 410 lb) de equipamentos e armas em seis pontos duros na fuselagem; mais 2 x tanques sobressalentes de 600 l (159 US-gal) ou 950 l (251 US-gal) sob a fuselagem Dados de: The Great Book of Fighters[1] e Sukhoi Company Museum[2] |
História
editarSu-7
editarApós ser fechado em 1949, o escritório de projetos Sukhoi foi reaberto em março de 1953 com a missão de projetar e desenvolver uma aeronave supersônica para interceptação e superioridade aérea. A aeronave projetada utilizava o motor Lyulka AL-7 F-1 turbo com pós combustor, asas com enflechamento de 60º, estabilizador horizontal com superfícies móveis (sendo a primeira aeronave soviética a jato a empregar esse tipo de estabilizador) e um assento ejetável projetado pela própria Sukhoi.[4]
O primeiro protótipo, batizado S1, voou em 7 de setembro de 1955. Tripulado pelo piloto de testes AG Kochetkov, a aeronave realizou 11 voos de teste. Em um deles, realizado em abril de 1956, o S1 atingiu a velocidade máxima de 2170 km (Mach 2,04) e bateu o recorde de velocidade para protótipos soviéticos. Após a análise dos resultados dos testes, foram realizados aprimoramentos aerodinâmicos, resultando na criação do protótipo S2. O protótipo S1 teve um fim trágico, sendo destruído em um acidente em 23 de novembro de 1956. A queda da aeronave vitimou o piloto e atrasou o desenvolvimento do programa do Su-7.[4]
Com base no protótipo S2, foram construídas 132 aeronaves entre 1957 e 1960. Denominado Sukhoi Su-7, o novo avião entrou em serviço na Força Aérea Soviética em 1959. O desempenho ruim do Su-7 como interceptador obrigou a retirada da aeronave da linha de frente.[4]
Su-7B
editarBuscando um substituto para o obsoleto Ilyushin Il-10, a Frontovaya Aviatsiya (divisão de aviação tática soviética) solicitou ao escritório Sukhoi o desenvolvimento de uma aeronave de ataque ao solo. Em meados de 1958 surgiu o protótipo S-22, que recebeu reforço estrutural para operar em alta velocidade e baixa altitude. Após seu primeiro voo, realizado em março de 1959, a aeronave (denominada Su-7B) foi introduzida na força aérea soviética em 1961.[5]
Em operação
editarApós entrar em serviço nas forças soviéticas, o Su-7 foi exportado para a Tchecoslováquia, Polônia, Egito, Iraque, Síria, Índia, Coréia do Norte, Argélia e Afeganistão.
Guerra dos Seis Dias
editarO Egito recebeu 14 Su-7. Todos foram destruídos em solo pela aviação militar de Israel durante a Operação Focus.
Guerra de atrito
editarApós a guerra dos Seis Dias, a União Soviética reabasteceu o Egito com 185 Su-7 BMK, incluindo versões de reconhecimento e treinamento. Os Su-7 foram fundamentais nos ataques contra as colunas blindadas de Israel estacionadas no Sinai. Durante a Operação Boxer, Israel atacou as defesas egípicias na região do Canal de Suez. A Força Aérea do Egito enviou MiG’s 21 e Sukhoi Su-7 para interceptá-los. Durante o combate que se seguiu dois jatos israelesense foram abatidos mas dois Su-7 e seis MiG’s foram derrubados.
A Síria recebeu 25 Su-7 e os empregou em combates nas Colinas de Golã. A maior parte das aeronaves foi abatida pela Força Aérea de Israel.
Guerra Indo-paquistanesa de 1971
editarO Su-7 encontrou melhor sorte no teatro de guerra indopaquistanês. Durante a Guerra de 1971, a Índia empregou maciçamente a aeronave soviética em ataques ao solo, contra as colunas de blindados do Paquistão e na intercetação de aeronaves paquistanesas.[6]
A Força Aérea da Índia realizou 1500 missões com o Su-7.[6]
Guerra do Iom Quipur (1973)
editarA Força Aérea do Egito empregou o Su-7 em missões de ataque ao solo, com destaque para missões anti-tanque. Na Batalha de Chinese Farm, os Su-7 destruíram vários tanques e retardaram o avanço das colunas de blindados de Israel.[7]
Guerra do Afeganistão (1979-1999)
editarA União Soviética forneceu 60 Su-7 em 1972. As aeronaves equiparam o 321º Regimento Aéreo da Força Aérea do Afeganistão, sediado na Base Aérea de Bagram. Com a invasão soviética do Afeganistão, os SU-7 foram empregados em missões de ataque ao solo. Em meados da década de 1980, somente 25 aeronaves estavam operacionais enquanto que as demais foram aposentadas por obsolência e substituídas por modelos mais recentes como os Su-17/20/22. Após a retirada soviética, a manutenção das aeronaves se tornou cada vez mais deficiente e a posterior guerra civil destruiu recursos e provisões da Força Aérea Afegã, que acabou extinta em meados da década de 1990. As aeronaves foram capturadas por forças do Taleban e usadas de forma reduzida até a retirada de serviço ocorrida em 1999.[8]
Variantes
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- Su-7
- Su-7B
- Su-7BM
- Su-7BKL
- Su-7BMK
- Su-7U (OTAN: Moujik)
- Su-7UM (OTAN: Moujik)
- Su-7MK (OTAN: Moujik)
- Su-7IG
- 100LDU Control Configured Vehicle
- Designações OKB-51
- S-1
- S-2
- S-22
- S-22-2
- S-22M
- S-22KL
- S-23
- S-22-4
- S-25
- S-25T
- S-26
- S-22MK
- U-22
- U-22MK
- S-3
- S-41
- T-1
- T-3
Utilizadores
editar- Coreia do Norte - Anos 1960
Ex utilizadores
editar- União Soviética - 1959 - 1986
- Checoslováquia - 1963-1990
- Polónia - 1964-1990
- Egito - 1967-meados dos anos 1980
- Índia - 1968-2001
- Iraque - 1968- anos 1980
- Síria - 1968-1990
- Argélia - 1971-anos 1980
- Afeganistão - 1972-1999
- Vietnã - Anos 1970 - ND
Referências
- ↑ Green, William and Gordon Swanborough. The Great Book of Fighters. St. Paul, Minnesota: MBI Publishing, 2001. ISBN 0-7603-1194-3.
- ↑ "Sukhoi Su-7." Arquivado em 7 de junho de 2009, no Wayback Machine. Sukhoi Company Museum.
- ↑ «Order of Battle - North Korea». MilAvia Press. Consultado em 20 de agosto de 2013
- ↑ a b c «Museum». Sukhoi. Consultado em 20 de agosto de 2013. Arquivado do original em 7 de junho de 2009
- ↑ GREEN, William and SWANBOROUGH, Gordon (2001). The Great Book of Fighters. [S.l.]: MBI Publishing. ISBN 0-7603-1194-3
- ↑ a b Pushpindar Singh Chopra (1983). «A whale of a fighter: the SU-7 in IAF service». A Whale of a Fighter - Republicado por Bharat Rakshak. Consultado em 15 de novembro de 2013. Arquivado do original em 30 de dezembro de 2009
- ↑ «Egyptian Air Force». Egypt Daily News. Consultado em 15 de novembro de 2013. Arquivado do original em 20 de dezembro de 2014
- ↑ «Afghanistan - Air Force- Introduction». GlobalSecurity. Consultado em 11 de agosto de 2013
Bibliografia
editar- GUNSTON, Bill; Guia de armas de guerra - Caças e aviões de ataque modernos; Londres, Salamander Books, 1980; republicado pela editora Nova Cultural, São Paulo 1986, pp 32-33. ISBN 0-86101-163-5
- NIJBOER, Donald and PATTERSON, Dan . Cockpits of the Cold War. Eden Prairie, Ontario: The Boston Mills Press, 2003. ISBN 1-55046-405-1.
- WHEELER, Barry C. The Hamlyn Guide to Military Aircraft Markings. London: Chancellor Press, 1992. ISBN 1-85152-582-3.