O Théâtre-Libre (Teatro Livre) foi um movimento teatral nascido numa sala do décimo oitavo arrondissement de Paris, em França. Foi criado por André Antoine em 1887 e tinha como objetivo renovar o espetáculo através da encenação realista e por interpretação de jovens escritores naturalistas franceses (Émile Zola) e estrangeiros (Henrik Ibsen, August Strindberg).

Théâtre-Libre
Théâtre-Libre
Placa comemorativa na rue André-Antoine, a assinalar o local onde foi criado o Théâtre-Libre
Localização Paris, França
Tipo Companhia de teatro
Inauguração 1887
Encerramento 1896
Proprietário André Antoine

Os programas e cartazes foram elaborados por artistas como Henri-Gabriel Ibels, Édouard Vuillard, Paul Signac, Adolphe Léon Willette, Henri de Toulouse-Lautrec, Louis Abel-Truchet, Henry Gerbault, Louis Anquetin, Alexandre Charpentier, de forma realista, muitas vezes ferozes, que refletiam a atmosfera do Théâtre-Libre e do espírito de liberdade do repertório e da interpretação.

Naturalismo teatral editar

O naturalismo que estava na vanguarda da notícia literária, permaneceu excluído das cenas oficiais. André Antoine incluiu toda a parte que o teatro pode obter das teorias de Émile Zola. O Théâtre-Libre seria o palco aberto à oposição dramática, dos que foram negados nos teatros Comédie-Française e Théâtre de l'Odéon.[1] O Théâtre-Libre apresentou-se primeiramente como um laboratório experimental para principiantes, e posteriormente como um teatro provocativo. Após um período de dificuldades que fez com que o Théâtre-Libre deixasse Paris por quase três anos, ele tornou-se o local de encontro da alta sociedade.

Descoberta de novos talentos editar

Em 1887, o Théâtre-Libre instalou-se na sala do Menus-Plaisirs, no décimo arrondissement de Paris, cujo proprietário das paredes ofereceu a André Antoine em condições aceitáveis. Contudo, em 1894 o diretor do teatro que enfrentava um tempo de dificuldades, cedeu a um dos seus atores Antoine Larochelle, o nome Théâtre-Libre, que reabriu as suas portas com outro nome, sendo este o Théâtre Antoine, onde as atividades do Théâtre-Libre prosseguiram com os autores como Georges Courteline, Liev Tolstói, Honoré de Balzac,[2] Giovanni Verga, Ivan Turgueniev, e onde foram desempenhadas as obras originais dos autores como os irmãos Goncourt, Paul Claudel e Auguste Villiers de L'Isle-Adam. Nos seus primeiros anos de atividade, o Théâtre-Libre apresentou um grande número de obras originais ou compostas por jovens dramaturgos, bem mais do que os teatros Comédie-Française e Théâtre de l'Odéon juntos. Poder-se-iam citar Jules Lemaître, Jules Renard, Anatole France e Marie Lenéru (quase cega, teve perda auditiva aos quinze anos de idade), que produziu um diário (Journal) e um ensaio sobre Louis Antoine Léon de Saint-Just. Entre os atores encontra-se Lucien Guitry.[3]

Programas editar

 
Primeiro programa da temporada 1892–93. Cartaz ilustrado por Henri-Gabriel Ibels.

(lista não exaustiva)

  • 1892-1893 – Les Tisserands, drama em cinco atos - La Fumée, e em seguida La Flamme,
  • 1894 – L'Inquiétude - Amants éternels
  • 1895-1896 – La fille d'Artaban - La Nébuleuse - Dialogue Inconnu[4]

Ver também editar

Referências

  1. Grande Enciclopédia Larousse (em francês). I. 551 páginas 
  2. Grande Enciclopédia Larousse (em francês). 10. 10185 páginas 
  3. Lalou, René (1968). Le Théâtre en France depuis 1900. Col: «Que sais-je ?» (em francês). [S.l.]: Presses universitaires de France. p. 5-30. ASIN B0000DQJ8X 
  4. «Programmes illustrés par Ibels, Truchet, Gerbault, Anquetin» (em francês). Galerie Laurencin. Consultado em 1 de setembro de 2016 
 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Théâtre-Libre