Titina Silá

combatente guinéense

Ernestina "Titina" Silá (Cadique, região Tombali, Guiné-Bissau, 1943rio Cacheu, 30 de janeiro de 1973) foi uma guineense, combatente pela independência da Guiné-Bissau do domínio português.[1] É lembrada, com Amílcar Cabral e Domingos Ramos, como as mais famosas figuras da luta pela independência da Guiné-Bissau.[2] Em sua homenagem, e às outras mulheres que combateram pela independência do país, foi instituído no aniversário da sua morte, 30 de janeiro, o "Dia Nacional da Mulher Guineense".[3]

Titina Silá
Titina Silá
Nascimento 1943
Cadique (Guiné Portuguesa)
Morte 30 de janeiro de 1973
Rio Cacheu
Sepultamento Fortaleza de São José da Amura
Cidadania Guiné Portuguesa
Ocupação membro da resistência, guerrilheira
Causa da morte afogamento

Biografia editar

Em 1963, Titina Silá encontrava-se na Guiné-Conacri e na frente sul, juntamente com Teodora Inácia Gomes, deputada do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, deslocando-se em agosto desse ano à União Soviética para fazer um estágio político. Voltou pouco depois à Guiné-Bissau, onde deu formação à guerrilha, regressando à União Soviética em 1964 para estudar socorrismo.[1]

 
Sepultura de Titina Silá no Memorial aos Heróis da Pátria

Foi morta a 30 de janeiro de 1973, vítima de uma emboscada, levada a cabo por militares portugueses que a afogaram no rio Farim, no norte da Guiné-Bissau, quando se dirigia à Guiné-Conacri para assistir ao funeral de Amílcar Cabral, morto uma semana antes.[1]

Está sepultada no Memorial aos Heróis da Pátria, na Fortaleza de São José da Amura, em Bissau.

Legado editar

Nos primeiros anos da independência da Guiné-Bissau, na segunda metade da década de 1970, foi dado o seu nome a uma fábrica de compota, fornecendo sumos feitos com frutas de produção nacional, inaugurada na ilha de Bolama por iniciativa do presidente Luís Cabral. Após o Golpe de Estado de 14 de Novembro de 1980, a fábrica "Titina Silá" foi encerrada pelo novo regime, alegando que não gerava rendimento suficiente que a permitisse se autossustentar. Em 2017 a fábrica havia ruído, estando os seus equipamentos inutilizados, e o local transformado em esconderijo de animais.[4]

Em sua memória, no dia 30 de janeiro de 2003, quando se passavam exatamente trinta anos sobre a sua morte,[1] foi instituído o dia 30 de janeiro como o "Dia Nacional da Mulher Guineense",[3] um feriado não oficial na Guiné-Bissau, sendo dedicado às mulheres do país. Nesta data, mesmo não sendo um dia oficial de descanso, qualquer mulher que não vá trabalhar não pode ser punida.[1]

Referências