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Estádio Alfredo Schürig
Parque São Jorge

Numeradas da fazendinha
Nomes
Nome Estádio Alfredo Schürig
Apelido Parque São Jorge - Fazendinha
Características
Local São Paulo São Paulo, Brasil
Gramado Grama natural (116,5 x 75 m)
Capacidade 10 000[1]
Construção
Data 1926 a 1928
Custo 33.000 contos de réis (inicial)
Inauguração
Data 22 de julho de 1928 (95 anos)
Partida inaugural Corinthians 2 x 2 America-RJ
Primeiro gol De Maria (Corinthians)
Partida final Corinthians 1 x 0 Brasiliense
Recordes
Público recorde 32.419 pessoas
Data recorde 25 de outubro de 1947
Partida com mais público Corinthians 2 x 0 Ferroviária
Expandido 1993
Proprietário Corinthians
Administrador Corinthians

O Estádio Alfredo Schürig, também conhecido como Fazendinha é um estádio de futebol brasileiro e pertence ao Sport Club Corinthians Paulista. A capacidade é de aproximadamente 10.000 lugares[2] e está localizado dentro do Parque São Jorge, no Tatuapé, região leste da cidade de São Paulo. Atualmente, o estádio é utilizado para treinamentos e jogos das categorias de base, além de partidas das equipes de futebol feminino do Corinthians e futebol americano do clube[3][4][5][6][7]. Ao todo, o time profissional disputou 469 jogos oficiais, com 347 vitórias, 60 empates e 62 derrotas. Foram 1.332 gols marcados e 480 sofridos[5][6]. O local é a sede oficial do clube[8][5].

História

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Compra do terreno

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No ano de 1926, o presidente do clube, Ernesto Cassano, com ajuda de dois sócios, Alfredo Schürig e Wladimir de Toledo Piza comprou o terreno do Parque São Jorge, que pertencia ao Esporte Clube Sírio, localizado no bairro do Tatuapé, zona leste de São Paulo, ao lado do Rio Tietê.[4]

Como o terreno se localizava no subdistrito do Parque São Jorge, a identificação com o santo guerreiro foi fácil. O clube também incorporou a âncora e os remos do símbolo, já que o navegável rio Tietê, na época permitia o desenvolvimento de esportes náuticos. [8]

Porém, um empecilho dificultava a negociação: em 1923, o Sírio arrendara à firma Cardoso, González & Borballa uma parte da área, que seria construído um bar-restaurante. Caso o Corinthians conseguisse fechar o acordo, o clube deveria honrar o compromisso estabelecido entre o Sírio e o Cardoso, até a data estipulada para o término.[4]

Ernesto Cassano, presidente do clube aceitou o acordo. O combinado foi com as famílias Salem e Abdalla pelo preço de 750 mil contos de réis, que seriam pagos em doze anos: 40 mil na entrada em 1926; 50 mil entre 1927 e 1928; 60 mil em 1929; outros 60 mil em 1930; e por fim 70 mil de forma semestral (com vencimento em 30 de junho e 31 de dezembro) em 1931 e 1937. As prestações começaram no mandato de Cassano e finalizaram na gestão de Manoel Correcher. Inicialmente para pagar, foram vendidos à AA São Bento as instalações na Ponte Grande, por 40 mil contos de réis.[8][4]

O Corinthians contribuiu para o progresso do Tatuapé. A partir de uma iniciativa do prefeito Firmino Pinto, que desde 1920 demandava do então governador Washington Luís a canalização e retificação do Rio Tietê. Em 1924, dois anos antes do clube se instalar de vez no local, parte das exigências do prefeito foram cumpridas, como a redução do Tietê de 33 para 24 quilômetros, pela remoção de todas as curvas e ilhas no trecho Guarulhos-Osasco.[4]

Origem do apelido Fazendinha

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O clube construiu uma grande sede social, que já tinha um campo de futebol, e quadras de basquete, vôlei e tênis, que acabou passando por um processo de reformas. O terreno original, pertencia a Assad Abdalla e Nagib Sallem. No local, havia uma pequena fazenda. Daí a origem do apelido “Fazendinha” que se mantém até os dias de hoje, e que também foi dado pelos associados do Corinthians na época[8].[3]

Alfredo Schürig

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Alfredo Schürig, que hoje empresta o nome ao estádio, foi presidente do Corinthians entre 1930 até 1933. Antes disso, havia ajudado no pagamento das prestações do terreno e forneceu ferros, pregos e parafusos de sua própria fabricação para que as novas arquibancadas fossem construídas.[8][3]

Durante os anos em que Alfredo Schürig foi mandatário do clube, as arquibancadas foram construídas com materiais fornecidos pelo próprio dirigente. Em 1933, o estádio acabou sendo reinaugurado e renomeado em homenagem ao presidente na época, e substituiu o estádio da Ponte Grande como local de jogos do Corinthians na cidade de São Paulo. Tanto o gramado, como as arquibancadas passaram por reformas ao longo das décadas. Mesmo assim, partidas decisivas e clássicos estaduais não eram disputados na Fazendinha.[5][7]

Popularidade do Corinthians e fases da Fazendinha

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A medida em que o futebol e o Corinthians foram se tornando populares entre os anos de 1940 a 1960, os principais jogos passaram a ser disputados no Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu. Dessa forma, a Fazendinha recebia apenas partidas de menor apelo do público.[7]

O estádio viveu várias fases ao longo de seus 90 anos de história. Após a inauguração, no ano de 1928, foi a chamada "fase do morro", em que uma parte da arquibancada era um morro no qual a torcida ficava encostada. Depois a fase das arquibancadas de madeira, que foi até 1940. Quando o clube resolveu modernizar os assentos, passando da madeira para o cimento, uma parte da torcida protestou, argumentando que o Corinthians estava perdendo sua essência ao se modernizar.[2]

Maior público presente e Jogos Pan-Americanos

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O maior público já registrado na Fazendinha é de aproximadamente 33 mil espectadores (contando dirigentes e imprensa) para uma partida entre Corinthians x Santos, no dia 4 de novembro de 1962. O placar foi de 2 a 1 para o Alvinegro da Vila Belmiro. Os gols da partida foram marcados por Cássio, a favor do Timão, enquanto que Coutinho e Pelé, este muito vaiado pela torcida corintiana deu a vitória ao time visitante.[4][9]

Nos Jogos Pan-Americanos de 1963, o estádio Alfredo Schürig também serviu para abrigar as partidas de futebol do torneio.[5]

Projeto de reforma

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No período da Democracia Corinthiana, no início dos anos 1980, o então presidente Waldemir Pires apresentou um projeto de reforma para a Fazendinha. Os setores de arquibancadas seriam cobertos e ampliados, com capacidade estimada em 40 mil lugares. No mês de janeiro do ano seguinte, uma chamada de vídeo foi veiculada pela Rede Globo de Televisão convidando torcedores para o “lançamento da pedra fundamental do novo estádio do Corinthians”.[7]

Nas eleições em 1985, Adilson Monteiro Alves era o candidato indicado por Pires para a sucessão. No entanto, Alves acabou sendo derrotado Roberto Pasqua, opositor à Democracia Corintiana. Dessa forma, as reformas não foram realizadas.[4]

Último jogo oficial e maior goleada

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No dia 3 de agosto de 2002, a Fazendinha recebeu o último jogo oficial do Corinthians. O Alvinegro venceu o Brasiliense por 1 a 0, gol marcado pelo volante Fabinho. A equipe foi a campo com: Rubinho; Rogério, Scheidt, Fábio Luciano e Kléber; Fabrício, Vampeta, Renato e Ratinho; Gil e Gilmar. O time era comandado pelo técnico Carlos Alberto Parreira. Desde então, nenhuma partida da equipe profissional foi realizada no estádio.[6][2]

A maior goleada já registrada na história da Fazendinha foi em 12 de outubro de 1929, com vitória corintiana por 11 a 2 frente ao Atlético-MG. O artilheiro do estádio é Teleco, que marcou 122 gols.[10]

Fim do risco de interdição e 90 anos do estádio

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O Corinthians correu riscos do estádio sofrer uma interdição. Porém, em 2017, a Prefeitura de São Paulo liberou o alvará do funcionamento. O clube passava por uma batalha judicial, pois não se adequava com as novas legislações. Para manter sua sede funcionando, o Alvinegro se valia de um mandado de segurança. Anteriormente, em decisão da 7ª Vara de Fazenda Pública, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, foi decretado improcedente o pedido do Timão para a regulamentação do local.[11]

Em 22 julho de 2018, a Fazendinha completou 90 anos. O Corinthians, aproveitou a oportunidade para revitalizar o estádio. O departamento cultural do clube paulista organizou um mutirão para a pintura das arquibancadas na cor preta, em homenagem aos antigos mutirões operários.[2][9]

Inauguração da Fazendinha

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Dois anos após a compra do terreno, em 1928, o Corinthians inaugurou o campo do Parque São Jorge na partida contra o América-RJ. O jogo reunia na época, os campeões de seus respectivos estados, no ano do Centenário da Independência do Brasil em 1922.[4][12]

As equipes disputavam a Taça Vada, que oferecida a uma joalheria, com o mesmo nome e cedida ao América pelo Corinthians, além do bronze Char de la Victorie. O confronto terminou empatado em 2 a 2. O ponta-esquerda De Maria marcou o primeiro e mais rápido gol da história do estádio, aos 29 segundos do primeiro tempo.[12]

O Corinthians foi a campo com a seguinte escalação: Tuffy; Grané e Del Debbio; Nerino, Sebastião e Munhoz; Apparício, Neco, Rato, Guimarães e De Maria.[4]

Pessoas de toda São Paulo compareceram ao confronto. O trânsito acabou sendo facilitado, e o Corinthians arrecadou cerca de dezesseis mil contos de réis. Os preços para entrar no estádio custavam cinco mil-réis para a arquibancada e três mil-réis a geral. A vaga para poder estacionar o carro custava dez mil-réis.[4]

Primeiro título no estádio

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Na partida contra a Portuguesa de Desportos, o Corinthians conquistou o título paulista de 1928, e foi o primeiro celebrado na Fazendinha. O duelo ficou marcado por uma reclamação do adversário, alegando posição de impedimento de Gambinha, no segundo gol Alvinegro.[12]

Benedito Bueno, um dos dirigentes, chegou a invadir o campo armado. Neco, jogador do Corinthians, o agrediu, e só não levou um tiro, porque Bueno, antes do tiro, acabou sendo contido por um policial. A Portuguesa abandonou o gramado, mas, ainda assim, o árbitro Enéas Sgarzi deu autorização ao time da casa para dar a saída, tanto que Neco anotou o terceiro tento, empurrando a bola para o gol vazio.[12]

Liberação da polícia para jogos do feminino e da base

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Após vistoria da Polícia Militar no Estádio Alfredo Schurig, em dia 30 de maio de 2018, um laudo foi emitido. Dessa forma, jogos do futebol feminino e das categorias de base do Corinthians poderiam ser realizados na Fazendinha. A reestreia do gramado foi em uma partida da equipe sub-20 contra o Nacional-SP. O jogo foi válido pela nona rodada da primeira fase do Campeonato Paulista da categoria.[13]

Finais do Campeonato Paulista e Campeonato Brasileiro Feminino

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Com a Fazendinha reformada e liberada para partidas de futebol de base e feminino, o estádio recebeu a decisão do Campeonato Paulista de Futebol Feminino de 2018. A final foi entre Corinthians e Santos, no dia 6 de outubro, com o time da Baixada Santista empatando em 2 a 2, e conquistando a taça, graças à vantagem conquistada na Vila Belmiro, em Santos.[14]

20 dias depois, o estádio foi palco da final do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino, com vitória do Corinthians por 4 a 0 frente ao Rio Preto. Como o Timão já havia vencido o duelo de ida por 1 a 0, fora de casa, acabou se sagrando campeão do torneio.[15]

Títulos na Fazendinha

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  • Campeonato Paulista de 1928[16]
  • Campeonato Paulista de 1937[17]
  • Campeonato Paulista de 1938[18]
  • Campeonato Paulista de 1939[19]

Ver também

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Referências

  1. http://esportes.estadao.com.br/noticias/futebol,aos-90-anos-estadio-da-fazendinha-ainda-atrai-corintianos,70002502946  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  2. a b c d «Aos 90 anos, estádio da Fazendinha ainda atrai corintianos - Esportes - Estadão». Estadão 
  3. a b c DIAFÉRIA, Lourenço (1992). Coração Corinthiano. [S.l.]: Fundação Nestlé de Cultura. pp. 168–178 
  4. a b c d e f g h i j DUARTE; TURETA, Orlando; João Bosco. Corinthians: O Time da Fiel. [S.l.: s.n.] pp. 55–69 
  5. a b c d e NEVES, Eduardo Cavalcanti (14 de agosto de 2013). «A força do Corinthians: Um time "Sem Teto" consegue a aprovação da FIFA para sediar o jogo da abertura da Copa do Mundo». Universidade Federal do Pernambuco 
  6. a b c «Corinthians cria enquete para definir nova pintura da Fazendinha - Gazeta Esportiva». www.gazetaesportiva.com. Consultado em 27 de novembro de 2018 
  7. a b c d BOCCHI, Gabriel Moreira Monteiro (2016). «Do Estádio do Pacaembu para a Arena Corinthians: etnografia de um processo de "atualização"». Universidade São Paulo 
  8. a b c d e «Hoje custoso, Parque São Jorge deu grandeza ao Corinthians». Folha de S.Paulo. 22 de julho de 2018 
  9. a b «Com mutirão de torcedores, Corinthians pinta arquibancadas da Fazendinha». Globoesporte 
  10. «As histórias das quatro casas do Timão antes da Arena Corinthians» 
  11. «Corinthians obtém alvará do Parque São Jorge e encerra risco de interdição». Globoesporte 
  12. a b c d UNZELTE, Celso Dario. Timão: 100 Anos, 100 jogos, 100 ídolos. [S.l.: s.n.] pp. pp. 30–33 
  13. «Polícia libera, e Corinthians terá jogos de base e femininos na Fazendinha». Globoesporte 
  14. «Sereias seguram empate com Corinthians e Santos é campeão paulista - Gazeta Esportiva». www.gazetaesportiva.com. Consultado em 28 de novembro de 2018 
  15. «Corinthians goleia o Rio Preto e é campeão brasileiro de futebol feminino - Gazeta Esportiva». www.gazetaesportiva.com. Consultado em 28 de novembro de 2018 
  16. «Campeonato Paulista de Futebol de 1928 (APEA)». Wikipédia, a enciclopédia livre. 30 de julho de 2018 
  17. «Campeonato Paulista de Futebol de 1937». Wikipédia, a enciclopédia livre. 29 de setembro de 2017 
  18. «Campeonato Paulista de Futebol de 1938». Wikipédia, a enciclopédia livre. 24 de novembro de 2017 
  19. «Campeonato Paulista de Futebol de 1939». Wikipédia, a enciclopédia livre. 20 de setembro de 2017 

Ligações externas

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