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Agressão

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Em 5 de novembro de 2006, por volta das 21h, Arthur Lira teria agredido sua ex-esposa, Jullyene Cristiane Santos Lins, física e verbalmente por 40 minutos com “tapas, chutes, pancadas, foi arrastada pelos cabelos, tendo sido muito chutada no chão”, além de tê-la ameaçado de morte. O motivo teria sido a descoberta que Lins estava saindo com um amigo de Lira. Os filhos e a babá estavam em casa. A babá teria ligado para a ex-sogra de Lira que tentou parar as agressões, mas elas pararam apenas quando um tio de Lins chegou ao local. Após o ocorrido, foi feito um boletim de ocorrência e um laudo pelo Instituto Médico Legal, que concluiu que “houve ofensa à integridade corporal ou à saúde do paciente”, e que para tal foi usado “instrumento contundente”.[1][2]

Em 6 de junho de 2023, Lins também o acusou em entrevista para a Agência Pública de estupro, que teria ocorrido enquanto Lira puxava seu cabelo. Ela alegou que não fez a acusação originalmente por vergonha.[1] Em junho de 2024, Lins voltou a reiterar o estupro após Lira aceitar a PL 1904/2024, que equipara o aborto em caso de estupro ao homicídio comum, em regime de urgência.[3]

Tramitação

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Justiça comum

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Em 18 de abril de 2007, Julyane Lins registrou um boletim de ocorrência contra Lira na 9ª delegacia da Polícia Civil de Maceió. Uma funcionária de Jullyene confirmou que Jullyene estava sendo ameaçada por Lira, que lhe rendeu uma medida protetiva pelo Tribunal de Justiça de Alagoas em 18 de dezembro de 2007. A Jutiça intimou Lira diversas vezes, e chegou a decretar sua prisão por “coação no curso do processo”, o que ocorreu em 1 de abril de 2008. O caso prescreveu em 15 de setembro de 2009.[1]

Procuradoria-Geral da República

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O caso acabou sendo encaminhado para o Supremo Tribunal Federal (STF) em abril de 2011 por Lira eleger-se em 2010, o que fez com que ganhasse foro privilegiado. Com base nas provas, o procurador-geral da República Roberto Gurgel ofereceu denúncia contra Lira em 9 de março de 2012. Durante os depoimentos, uma funcionária de Jullyene confirmou que ouviu no dia seguinte que a patroa havia sido agredida, e a babá afirmou que estava com medo por envolver-se no caso por ser um "peixe pequeno".[1]

Mudanças de depoimento e contestações

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A versão dos fatos foi contestada pelo pai de Lira, Benedito de Lira, que afirma que "[e]la se separou e não deixa ele em paz”.[1] Os filhos de Lins também a acusaram de estar extorquindo o pai toda a vez que ele é eleito. Arthur Lira Filho mora com o pai e Ana Clara possui cargo na Companhia Brasileira de Trens Urbanos, que, de acordo com a revista Veja, está sob influência de Lira. Eles também afirmam que não podem falar sobre as agressões pois eram muito pequenos e não se lembravam do ocorrido. Lins, em resposta, falou que os filhos passaram por "lavagem cerebral".[4] Em 2024, Lira defendeu-se afirmando que "onde não há corpo não há crime".[5]

Posteirormente, os advogados de Lira anexaram uma declaração da babá de que assinou o depoimento na delegacia da mulher sem ler. A mãe e irmão de Jullyene também modificaram seus depoimentos, afirmando que o casal apenas teria discutido naquela noite. Além disso, a própria Jullyene mudou seu depoimento, mas alegou posteriormente que assim o fez por ter sido ameaçada de morte e de perder a guarda dos filhos. A esposa de seu advogado de defesa também ganhou cargo no gabinete de Lira.[1][2]

Supremo Tribunal Federal

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A denúncia foi aceita pelo STF em 5 de dezembro de 2012. Lira foi inocentado em 29 de setembro de 2015 pelo STF por cinco votos a três por ausência de provas, pela prescrição do crime, pela mudança dos depoimentos e pela suposta não-comprovação das lesões em contexto de violência doméstica, sendo apontado pelo ministro Teori Zavascki que elas eram leves e Jullyene as teria "inventado" para criminalizar Lira.[1][6]

Retirada de entrevistas

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Após a finalização do caso, houve a remoção de diversas matérias jornalísticas da internet, o que foi chamado pelos veículos de notícia de censura. Em 18 de setembro de 2023, a 6ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios ordenou que a Agência Pública retirasse do ar a matéria investigativa de Alice Maciel que continha entrevista onde Jullyene declarava ter sido estuprada e impediu o jornal de publicar outras matérias do mesmo teor.[7][8][9]

Em junho de 2024, o ministro do STF Alexandre de Moraes mandou retirar uma postagem no X que acusava Lira de ser um estuprador. A postagem havia viralizado após Lira aprovar a PL 1904/2024 em regime de urgência. Um perfil com o mesmo nome voltou ao ar pouco tempo depois.[10] Moraes também determinou que fossem retirados vídeos do YouTube postados pela Folha de S.Paulo e Mídia Ninja com entrevistas com Lins, além de reportagens do portal Terra e Brasil de Fato.[11][12][13] No dia 19, Moares reverteu sua decisão pois a defesa de Lira pediu a retirada do material por estar sendo publicado "de forma coordenada e orgânica", o que o ministro entendeu que não procedia.[14]

Referências

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  1. a b c d e f g «Ex-mulher de Arthur Lira o acusa de violência sexual». CartaCapital. 21 de junho de 2023. Consultado em 22 de junho de 2024. Cópia arquivada em 22 de junho de 2024 – via Agência Pública 
  2. a b Isadora Wandermurem (17 de julho de 2023). «"Me senti enojada, suja", diz ex-mulher de Arthur Lira, que o acusou de estupro». Portal Terra. Consultado em 22 de junho de 2024. Cópia arquivada em 22 de junho de 2024 
  3. Antonio Mello (15 de junho de 2024). «Ex-mulher de Lira volta à carga contra ele, que a teria estuprado». Revista Fórum. Consultado em 22 de junho de 2024 
  4. Marcela Mattos (22 de janeiro de 2021). «Filhos saem em defesa de Arthur Lira e acusam a mãe de tentar extorsão». Revista Veja. Consultado em 22 de junho de 2024. Cópia arquivada em 22 de junho de 2024 
  5. Antonio Mello (21 de junho de 2024). «Arhur Lira para a ex-mulher: 'Onde não há corpo não há crime'». Revista Fórum. Consultado em 22 de junho de 2024. Cópia arquivada em 22 de junho de 2024 
  6. «Ex acusa Lira de estupro: 'Me esganava e dizia: 'Tá atrás de homem?». Universa. 17 de julho de 2023. Consultado em 22 de junho de 2024. Cópia arquivada em 22 de junho de 2024 
  7. «Justiça impõe censura a reportagem da Agência Pública sobre Arthur Lira». Agência Pública. 19 de setembro de 2023. Consultado em 22 de junho de 2024. Cópia arquivada em 22 de junho de 2024 
  8. Constança Rezende (19 de setembro de 2023). «Justiça do DF manda censurar reportagem após pedido de Lira». Folha de S.Paulo. Consultado em 22 de junho de 2024. Cópia arquivada em 22 de junho de 2024 
  9. Antonio Mello (21 de junho de 2024). «Justiça mantém censura a denúncia contra Lira com argumento inacreditável». Revista Fórum. Consultado em 22 de junho de 2024. Cópia arquivada em 22 de junho de 2024 
  10. Carla Araújo e Wanderley Preite Sobrinho (18 de junho de 2024). «Moraes manda remover perfil do X que chamou Lira de estuprador». UOL. Consultado em 22 de junho de 2024. Cópia arquivada em 22 de junho de 2024 
  11. «Moraes determina nova remoção de conteúdos que acusam Lira de estupro e agressão contra ex-mulher». CartaCapital. 19 de junho de 2024. Consultado em 22 de junho de 2024. Cópia arquivada em 22 de junho de 2024 
  12. Ruth de Aquino (20 de junho de 2024). «Arthur Lira, o homem por trás do político». O Globo. Consultado em 22 de junho de 2024. Cópia arquivada em 22 de junho de 2024 
  13. «Moraes manda remover reportagens com acusações de ex-esposa de Lira». CNN Brasil. 19 de junho de 2024. Consultado em 22 de junho de 2024. Cópia arquivada em 22 de junho de 2024 
  14. Márcio Falcão (19 de junho de 2024). «Moraes revê sua decisão e manda redes voltarem a divulgar vídeo e reportagens com denúncias de ex-mulher contra Lira». TV Globo. Consultado em 22 de junho de 2024. Cópia arquivada em 22 de junho de 2024