Penguin Books

editora de livros britânica

Penguin Books é uma editora britânica fundada em 1935 por Allen Lane e seus irmãos Richard e John[1], que tinham a intenção de fornecer literatura de qualidade a preços tão baratos quanto, na época, um maço de cigarros, e que fossem vendidos não só em livrarias, mas também em estações ferroviárias e em lojas em geral. Revolucionou as publicações na década de 1930 por meio de seus livros de bolso.[2] Devido a grande quantidade de livros publicados sobre assuntos importantes, a Penguin teve um impacto significativo sobre o debate público na Grã-Bretanha, através de seus livros sobre política, artes e ciência.[3]

Penguin Books
Penguin Books
Subsidiária
Atividade Editorial
Fundação 1935 (89 anos)
Fundador(es) Allen Lane, Richard Lane e John Lane
Sede Westminster, Londres, Reino Unido
Área(s) servida(s) Reino Unido, República da Irlanda, Índia, Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Canadá, Brasil, Alemanha, Portugal e países hispanofalantes
Proprietário(s) Penguin Group
Pessoas-chave
  • Markus Dohle (CEO)
  • Thomas Rabe (presidente)
  • Madeline McIntosh (CEO, PRH EUA)
  • Tom Weldon (CEO, PRH Reino Unido)
  • Allison Dobson (presidente, Penguin Publishing Group EUA)
  • Jen Loja (presidente, Penguin Young Readers EUA)
Produtos Livros
Empresa-mãe Penguin Random House
(Bertelsmann)
Divisões Penguin Classics
Viking Press
Website oficial www.penguin.com

A Penguin Books agora é uma marca da Penguin Random House, um conglomerado formado em 2013 por meio da fusão com a editora estadunidense Random House, uma subsidiária do conglomerado de mídia alemão Bertelsmann.[4][5] Desde abril de 2020, a Penguin Random House é uma subsidiária integral da Bertelsmann.[6] É uma das maiores editoras de língua inglesa, a qual era anteriormente conhecidas como "Big Six" - agora "Big Five", junto com Holtzbrinck/Macmillan, Hachette, HarperCollins e Simon & Schuster.[7] Suas listas de publicação incluem mais de 70 ganhadores do Prêmio Nobel e centenas de autores mais lidos do mundo.[8]

A Penguin Books tem sua sede oficial na Cidade de Westminster, em Londres.

História

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Origens

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Os primeiros livros de bolso da Penguin foram publicados no verão de 1935, embora inicialmente apenas como um selo editorial da Bodley Head. Incluía obras de Ernest Hemingway, André Maurois e Agatha Christie,,[9] eles eram codificados por cores (laranja para a ficção, azul para a biografia, verde para o crime).

Seus livros foram originalmente distribuídos da cripta da Igreja da Santíssima Trindade de Marylebone, e em 1936 criou instalações na mesma. Dentro de 12 meses, a Penguin tinha vendido 3.000 mil livros de bolso, o que gerou suspeita e incertezas de algumas editoras tradicionais e de alguns autores.

Desde o início, o design foi essencial para o sucesso da marca Penguin. Pare se diferenciar dos outros editores de livros de bolso, Penguin optou pela aparência simples de três faixas horizontais, superiores e inferiores das quais foram codificados por cores de acordo com a série que o título pertencia, o que é por vezes referido como a grade horizontal. No painel central branco, o autor e título foram impressas em fonte Gill Sans e na faixa superior era a marca "Penguin Books". O projeto inicial foi criado por Edward Young, que também desenhou a primeira versão do logotipo da Penguin. Os esquemas de cores incluia: laranja e branco para a ficção em geral, verde e branco para a ficção crime, cereja e branco para viagens e aventuras, azul escuro e branco para biografias, amarelo e branco para diversos, vermelho e branco para o drama, roxo e branco para ensaios e belles lettres e cinza e branco para assuntos mundiais. Lane resistiu à introdução de imagens de cobertura por vários anos.

Em 1937, a Penguin mudou-se para novos escritórios e um armazém em Harmondsworth norte de Londres, onde permaneceu até meados de 1990, perto do futuro aeroporto de Heathrow, onde começou a se expandir. No mesmo ano lançaram a série Penguin Shakespeare e a marca Pelican - obras originais de não-ficção sobre questões contemporâneas.[10]

Anos de guerra

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Com a Segunda Guerra Mundial a empresa estabeleceu-se como uma instituição nacional, ainda que não teve nenhum papel formal. Penguin era integrante graças ao esforço de guerra, em grande parte, com a publicação de manuais como Keeping Poultry and Rabbits on Scraps e Aircraft Recognition - usado tanto por civis e quanto pelas forças militares para reconhecimento de aviões inimigos, e livros de fornecimento para serviços e prisioneiros de guerra. Penguin imprimiu cerca de 600 títulos e começou a dezenove novas séries nos seis anos da guerra e um momento de enorme aumento na demanda por livros.[11]

O maior problema para a Penguin durante a guerra foi o racionamento de papel, devido o corte no fornecimento de esparto (Stipa tenacissima) pela França. Quando o racionamento foi anunciado em março de 1940 uma cota foi atribuída pelo Ministério do abastecimento para cada publicação com uma porcentagem de quantidade material utilizado pela firma entre agosto de 1938 e agosto de 1939. Isto foi particularmente vantajoso para a Penguin pois a empresa tinha desfrutado de um ano de muito sucesso.[12]

Pós-Guerra

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Em 1946, a Penguin começou o que se tornaria um de seus ramos mais importantes, Penguin Classics. Foi lançada a tradução da Odisseia de Homero por E.V. Rieu, fazendo textos clássicos disponíveis para todos. Hoje, essa famosa série composta por mais de 1.200 títulos (incluindo Penguin Classics modernos), que vão desde a Epopeia de Gilgamesh até Voando Sobre um Ninho de Cucos.

A década de 1960 trouxe uma revolução na cultura popular e a Penguin estava na vanguarda. A empresa foi cobrada pela Lei de Publicações Obscenas, em 1960, após publicar O Amante de Lady Chatterley. A Penguin lutou e foi absolvida, marcando um ponto de viragem na leis de censura britânica. Pessoas formaram filas enormes para comprar o livro e Penguin vendeu 2 milhões de cópias em seis semanas.

Firmemente estabelecida como uma grande força no mercado editorial e na vida britânica, Penguin tornou-se uma empresa de capital aberto em 1961. A oferta de ações foi de 150 vezes - estabelecendo um recorde para a Bolsa de Valores de Londres.

Aquisição pela Pearson

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No final da década de 1960 Penguin estava com problemas financeiros, as propostas de um número de compra de estoque foram feitas, incluindo a de um consórcio de universidades ou a propriedade conjunta da Penguin pela Cambridge University Press e a Oxford University Press,[13] nenhum dos quais chegou a nada. Em última instância, a empresa foi comprada pela Pearson Longman em 21 de agosto de 1970, cerca de seis semanas após a morte de Allen Lane. Uma nova ênfase na rentabilidade surgiu e, com a saída de Facetti em 1972, a era que definiu o design de livros da Penguin chegou ao fim.

A Penguin fundiu-se com a editora norte-americana de longa data Viking Press em 1975.

A primeira Livraria Penguin abriu em Covent Garden em 1980.[14]

Em 1985, a Penguin comprou a editora britânica de livros de capa dura Michael Joseph[15] e em 1986, Hamish Hamilton. Após essas aquisições, a Penguin mudou seus escritórios para o centro de Londres (27 Wrights Lane, W8 5TZ). Assim, Harmondsworth desapareceu como local de publicação depois de meio século. O armazém em Harmondsworth permaneceria em operação até 2004.

Também em 1986, a Penguin comprou a editora americana New American Library (NAL) e sua afiliada de livros de capa dura E. P. Dutton.[16] A New American Library originalmente era a Penguin U.S.A. e foi desmembrada em 1948 devido à alta complexidade dos regulamentos de importação e exportação. A Penguin a recomprou para ampliar seu alcance no mercado dos EUA, e a NAL viu a mudança como uma forma de ganhar espaço nos mercados internacionais.[16][17]

A Penguin publicou o livro de Deborah Lipstadt, Denying the Holocaust, que acusou David Irving de negação do Holocausto. Irving processou Lipstadt e a Penguin por difamação em 1998, mas perdeu em um processo judicial de ampla cobertura. Outros títulos publicados pela Penguin que ganharam atenção da mídia e controvérsias incluem Massacre, do cartunista Siné; Spycatcher, que foi censurado no Reino Unido pelo governo por um tempo; e The Satanic Verses, levando seu autor Salman Rushdie a se esconder por alguns anos depois que o aiatolá Khomeini, do Irã, emitiu um fatuá, decreto equivalente a uma sentença de morte contra ele.

Em 2006, a Penguin tentou envolver o público na escrita colaborativa de um romance em uma plataforma wiki. Eles chamaram este projeto de A Million Penguins. Em 7 de março de 2007, o blog Penguin Books UK anunciou que o projeto havia chegado ao fim.[18]

Referências

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  1. «About Penguin: company history». Penguin Books. Consultado em 22 de abril de 2022. Arquivado do original em 5 de novembro de 2013 
  2. «Penguin's pioneering publisher - who never read books». www.telegraph.co.uk. Consultado em 24 de abril de 2022 
  3. Joicey, Nicholas (1993) "A Paperback Guide to Progress: Penguin Books 1935-c.1951", Twentieth Century British History, Vol.4, No.1, pp.25-56; and Ross McKibbin Classes and Cultures: England 1918-1951, Oxford, 1998, ISBN 0-19-820672-0.
  4. Presse, France (29 de outubro de 2012). «Pearson e Bertelsmann acertam fusão das editoras Penguin e Random House». Pop & Arte. Consultado em 24 de abril de 2022 
  5. «Fusão entre Penguin e Random House cria maior grupo editorial do planeta – DW – 29/10/2012». dw.com. Consultado em 24 de abril de 2022 
  6. PublishNews. «Bertelsmann conclui aquisição da Penguin Random House». PublishNews. Consultado em 24 de abril de 2022 
  7. «FictionMatters.com is for sale». HugeDomains (em inglês). Consultado em 24 de abril de 2022 
  8. «Cópia arquivada». Consultado em 24 de março de 2014. Arquivado do original em 24 de março de 2014 
  9. The first Penguin paperbacks appeared in the summer of 1935 and included works by Ernest Hemingway, André Maurois and Agatha Christie.
  10. In 1937, Penguin moved to new offices and a warehouse at Harmondsworth, near the future Heathrow Airport, and began to expand. 1937 also saw the launch of the Penguin Shakespeare series and the Pelican imprint - original non-fiction books on contemporary issues.
  11. Lewis, 2005, Penguin Special, Ch.8, para 1.
  12. Lewis, Penguin Special, 2005, Ch. 8, para. 5
  13. Lewis, 2005, Penguin Special, Ch. 21. para. 42.
  14. «John Hitchin dies at 88». The Bookseller (em inglês). Consultado em 24 de abril de 2022 
  15. «Michael Joseph Publishers | Making Britain». www.open.ac.uk. Consultado em 24 de abril de 2022 
  16. a b McDowell, Edwin (1 de outubro de 1986). «PENGUIN AGREES TO BUY NEW AMERICAN LIBRARY». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 24 de abril de 2022 
  17. «TimesMachine: Sunday February 1, 1948 - NYTimes.com». timesmachine.nytimes.com (em inglês). Consultado em 24 de abril de 2022 
  18. «The Penguin Blog: A Million Penguins Go to Sleep». web.archive.org. 10 de março de 2007. Consultado em 24 de abril de 2022 
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