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Jerzy Tadeusz Sielawa

Jerzy Tadeusz Sielawa
Jerzy Tadeusz Sielawa
Conhecido(a) por Equações Sielawa
Introduziu o “know-how” do domínio da energia nuclear ao Brasil, conseqüentemente a construção das usinas nucleares de Angra dos Reis.
Maior orientador de teses de Doutoramento e Mestrados na América Latina em 1999 = 56 orientações.
Nascimento 1 de janeiro de 1930
Lwów, Polônia, Atualmente Ucrânia
Morte 19 de maio de 2013 (83 anos)
São José dos Campos, Brasil
Brasil
Causa da morte Parada cárdio-respiratória
Residência Polônia - Lwów, Kraków, Gdańsk, Bochnia, Brasil - Cachoeira Paulista, São José dos Campos, Estados Unidos - Ann Arbor, Rolla, Buffalo
Nacionalidade Polónia Polonesa (1930 — 1960)
brasileira (1960— 2013)
Progenitores Mãe: Wilhelmina Sielawa (ex Rzyman)
Pai: Wiktor Sielawa
Cônjuge Jadwiga Anna Sielawa (ex Soroczak) (1955-1970), Marilda Ferreira Sielawa (1971-1980)
Filho(a)(s) Władysław Jerzy Sielawa,
Maria Jadwiga Sielawa,
Jacek Ricardo Sielawa,
Eva Cristina Sielawa,
Vilma (ex Wilma) Helena Ferreira Sielawa (com Marilda Ferreira)
Alma mater Universytet Gdański, University of MichiganAnn Abror
Orientador(es)(as) Prof. PhD. Ong,R. S. B.
Instituições Contabilidade municipal em Bochnia, Instituto Tecnológico de Aeronáutica ITA, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, University of Science and Technology of Missouri - Rolla, State University of New York - Buffalo, Faculdade de Engenharia de São José dos Campos, Universidade Federal de Itajubá, Universidade estadual de Guaratinguetá, Instituto de Estudos Avançados – Laboratório de EAv,
Campo(s) Ciências Aeroespaciais, Matemática
Tese Doutoramanto: Simple Waves in Collisionless Interplanetary Plasma Governed by Chew-Goldberger-Low. em 1970.
Notas Hobbies: Filatelia, Gastronomia., Fotografia de lugares do mundo, Lingüística universal, Divulgação de ideais agnósticos e ateístas, Tocar e compor para o piano, Jogar Xadrez.



Biografia

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Jerzy Tadeusz Sielawa nasceu na virada da década de 1920 para 1930, cinco minutos antes da meia noite em Lwów, Polônia, atualmente Ucrânia, mas sua mãe Wilhelmina Sielawa preferiu que os médicos registrassem hora zero de primeiro de janeiro de 1930 para que fosse poupado de prestar o serviço militar um ano mais cedo. Seu pai, Wiktor Sielawa, engenheiro de minas, era diretor das minas de carvão na Polônia. Sua mãe, Wilhelmina Sielawa era de origem alemã e excelente pianista. Jerzy Sielawa, filho único, sempre teve vida boa na infância, pois seus pais eram prósperos, até que pouco antes da segunda guerra, seus pais em viajem de féria pelos Estados Unidos, ficaram sabendo que a guerra havia começado. Ficaram entre pedir que mandassem Jerzy para a segurança na América do Norte ou voltar até a Polônia para permanecerem todos juntos e acabaram optando pelo retorno à Polônia. Quando chegaram a Lwów, não havia mais meios de se refugiar em outro país. Migraram então para Kraków (Cracóvia) em 1939, onde a ocupação alemã era pouco menos hostil. O fato da mãe ser alemã também contribuiu para que a hostilidade fosse menor. Aos 15 anos, Jerzy Sielawa participou da A. K. (Armia Krajowa), o exército de resistência nacional, produzindo rádios com equipamento rudimentar para obter notícias estrangeiras sobre o andamento da guerra. Também distribuía jornais clandestinos à população. Chegou a receber ordem de “halt” à distância quando foi visto pelo exército alemão, mas preferiu fugir e escapar num beco por uma “passagem secreta”. Os alemães atiraram nele de metralhadora, mas não conseguiram atingi-lo. Com o fim da guerra, entrou para a engenharia mecânica da universidade de Wrocław e transferiu-se no ano seguinte para engenharia naval de Gdańsk. Chegou até o quinto ano sem terminar o curso. Casou-se em Bochnia com Jadwiga Anna Sielawa em 9 de julho de 1955 com quem teve dois filhos na Polônia. Em 1958, seu pai precisou fugir do regime ditatorial instalado e veio a parar no Brasil. Jerzy foi preso por duas semanas e em seguida liberado. Em 1959, seu pai lhe enviou passagem para o Brasil para fins de turismo e ele não voltou mais. Em 1960 fez o mesmo com o restante da família. Wiktor se estabeleceu em São Paulo trabalhando como engenheiro de minas enquanto que Jerzy, juntamente com Jadwiga, sua esposa e seus filhos Władysław e Maria se estabeleceram em São José dos Campos. Jerzy trabalhou no Instituto Tecnológico de Aeronáutica como professor auxiliar, traduzindo aulas do professor Feng para seus alunos. Em 1964, em plena ditadura, ganhou uma bolsa de estudos para terminar a graduação e fazer mestrado na Universidade de Michigan, na cidade de Ann Arbor, EUA. Terminou todos os cursos em tempo recorde, com todas as nota A. Como havia sobrado meio ano, começou o doutoramento em ciências aeroespaciais e no fim de seu prazo voltou para o Brasil pedindo mais um ano e meio para terminar o doutoramento, sendo que o ITA lhe concedeu. Com o Ph.D. concluído em 1970 e tendo obtido “all A” durante seus cursos, preferiu voltar para o Brasil, mesmo tendo recebido muitas propostas de trabalho nos EUA, diferentemente da maioria dos amigos brasileiros que ficaram por lá para terem uma vida melhor. No Brasil, teve ainda o filho Jacek Ricardo (1962). Nos Estados Unidos, Eva Cristina. Em seu segundo casamento com Marilda Ferreira, teve a filha Wilma Helena (1982).


Vida Profissional

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Seu primeiro emprego foi de contabilista na cidade de Bochnia, onde morou com sua esposa em 1955. No Brasil, começou como professor do ITA, traduzindo aulas de professor que não sabia falar português. O mesmo ITA lhe concedeu bolsa de estudos para estudar na universidade de Michigan e quando retornou em 1970, foi professor assistente. Já neste período, ganhou a simpatia de seus alunos por ter metodologias de ensino que facilitavam a compreensão do assunto ministrado. Quando o ITA resolveu fazer realizar avaliação objetiva de desempenho de seus funcionários, ele ficava sempre em primeiro lugar com o dobro dos pontos do segundo colocado, porque ministrava muito mais aulas que os outros professores, trocava de matérias a cada semestre e participava de pesquisas. Isto culminou em promoção para chefe de pós-graduação de ITA. Em 1982 foi convidado para ser pesquisador do IAE, mais tarde IEaV, assim como o ITA, institutos do Centro Técnico Aeroespacial do Ministério da Aeronáutica. O IEaV (Instituto de Estudos Avançados) se especializou em energia nuclear e parte dele se desmembrou no LEA (Laboratório de Estudos Avançados) e sob o comando do coronel José Amarante, Jerzy se mudou para lá. Apesar de pertencer ao CTA, ficava em outra localidade física. Amarante foi um administrador muito ativo e em sua determinação para trazer a tecnologia nuclear ao Brasil convocou Jerzy Sielawa para trazer o “know-how” do domínio do átomo da Holanda, dando-lhe passaporte diplomático e a missão de trazer informações suficientes para este propósito. O passaporte vermelho serviria em caso de Jerzy ser preso, sofreria apenas uma expulsão do país, sem poder ser preso como “espião”. As informações obtidas pelo Doutor Sielawa culminaram com o conhecimento suficiente para construir e por em funcionamento as usinas nucleares de Angra dos Reis. Com a morte súbita do coronel Amarante em 1979 por leucemia, o processo de desenvolvimento da energia nuclear teve uma paralisação e Jerzy Sielawa se transferiu em 1980 para o INPE (Instituto de Pesquisas Espaciais, atualmente Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Lá, Jerzy Sielawa continuou lecionando e logo foi promovido para Diretor Adjunto, com foco no programa espacial brasileiro. Enquanto esteve lá, tornou-se o maior orientador de teses de mestrado e doutoramento do Brasil. Em 1985 e 1986 Jerzy teve uma passagem por Rolla e Buffalo nos Estados Unidos onde lecionou nas universidades de Missouri e New York State. Enquanto funcionário do CTA e do INPE, Jerzy Sielawa também lecionava nas universidades de Guaratinguetá, de engenharia de São José dos Campos e federal de Itajubá. De volta ao Brasil, se estabeleceu no INPE situado em Cachoeira Paulista, trabalhando em pesquisas de combustão. No ano 2000, aos 70 anos de idade, teve aposentadoria compulsória pela universidade Federal de Itajubá e do INPE, mas continuou lecionando e formando mestres e doutores, sem receber salário, apenas em troca de uma sala no INPE e a possibilidade de manter contato com a pesquisa e pesquisadores.

Vida Artística

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Logo após a segunda guerra mundial na Polônia, Jerzy Sielawa se dedicou à música e trabalhou profissionalmente como pianista, dom que herdou de sua mãe e professora que lhe ensinou música, Wilhelmina Sielawa. Continuou tocando como amador pelo resto da vida, sendo que tocou inclusive no casamento de sua filha Maria com Antonio Vasco Brasil. Este casamento se deu na capela do CTA. Deixou apenas uma partitura preservada que está digitalizada. Seu estilo predileto era jazz. Dedicou-se à filatelia com muito esmero, deixando uma coleção grande e incrivelmente preservada. Tinha coleções de vários países e coleções temáticas. Gostava de pesquisar sobre a lingüística universal e como variavam as palavras das línguas européias com o tempo. Nos últimos anos de vida dedicou-se às línguas africanas. Viajou muito pelo mundo e guardava uma coleção de fotografias e filmes de lugares por onde passou. Chegou a representar a universidade de Gdańsk em torneios universitários de xadrez com primeiro tabuleiro e sua maior conquista foi ter empatado com representante de outra universidade que mais tarde viria a ser o vice-campeão polonês de xadrez. No fim de sua vida colecionou receitas culinárias de alto padrão que buscava na internet. Durante toda sua vida gostou de comer nos melhores restaurantes, preocupando-se apenas com a qualidade e padrão gastronômicos.


Religião

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Quando jovem era católico, assim como praticamente toda a população polonesa. Casou-se numa igreja. Quando foi fazer o doutoramento nos Estados Unidos, percebeu que praticamente todos os cientistas são ateus e que se poderia facilmente comprovar matematicamente a impossibilidade de existência de deus. Frases que marcaram outras pessoas quando se referia à religião: "Sou ateu graças a Deus." & "Antes só que mal acompanhado." – quando lhe fosse dito “vá com Deus.”. A partir daí passou a ser um grande divulgador do ateísmo. Influenciou o seu filho mais velho Władysław a escrever uma ficção científica, a trilogia dos Dgeofs, baseada nesse conhecimento.


Doutoramento

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Concluiu seu grau de PhD no ano de 1970 na University of Michigan, cidade de Ann Abror. Título da tese de Doutoramanto: Simple Waves in Collisionless Interplanetary Plasma Governed by Chew-Goldberger-Low. Seu orientador foi o Prof. PhD. Ong,R. S. B. Este trabalho deu origem às Equações Sielawa. Durante este período, nasceu sua filha Eva Cristina em 1969. Finalmente, mesmo tendo recebido inúmeras propostas de trabalho, inclusive na NASA por ter sido “all A student” e vendo muito de seus amigos brasileiros bolsistas aceitarem propostas americanas, resolveu cumprir seu contrato com o Brasil de trabalhar no país por pelo menos 5 anos.


Enfermidade

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Em 1995, Jerzy Sielawa descobriu que tinha diabete ao sentir muita sede durante uma aula para alunos de doutoramento no INPE. Toda vez que sentia sede, tomava coca-cola gelada. De repente começou a falar bobagens e desmaiou, entrando em coma diabético por uma semana. A partir daí, por conseqüência da diabete, sua saúde foi piorando gradativamente, com enfraquecimento acentuado mas gradativo dos rins, do fígado, do coração, dos pulmões, além de ter síndrome de Alzheimer. Em 2006 passou por uma cirurgia de emergência de câncer do intestino. Em 2009 teve um AVC e nunca mais se levantou da cama. Finalmente, com todos os órgãos comprometidos e um Alzheimer que o impediu de saber como engolir sua própria saliva, teve uma pneumonia e conseqüente parada cardíaca e respiratória em 19 de maio de 2013.