Usuário:Contoaberto/Henry Jenkins

Henry Jenkins
Contoaberto/Henry Jenkins
Nome completo Henry Jenkins III
Nascimento 04 de junho de 1958 (65 anos)
Atlanta, Georgia, United States
Nacionalidade  Estados Unidos
Ocupação Pesquisador da Mídia.
Atualmente professor de Comunicação, Jornalismo e Artes Cinematográficas na University of Southern California
Principais interesses Fandom
Cultura da convergência
Convergência midiática
Cultura participativa
Inteligência coletiva
Narrativa transmídia
Página oficial
http://henryjenkins.org/

Henry Jenkinks III (Atlanta,Georgia - 4 de Julho de 1958) é considerado “um dos pesquisadores da mídia mais influentes da atualidade”[1]. Durante os anos de 1993 e 2009 ele esteve a frente do programa de Estudos de Mídia Comparada do MIT[2].

Ele é autor/editor de doze obras[3], como “Textual Poachers: Television Fans and Participatory Culture” (1992), “Convergence Culture: Where Old and New Media Collide” de 2006 (Lançado na língua portuguesa em 2008, sob o título “Cultura da Convergência”) e “Fans, Bloggers and Gamers: Exploring Participatory Culture” (2006).

Atualmente, Jenkins atua como professor de Comunicação, Jornalismo e Artes Cinematográficas na University of Southern California[4].

Biografia editar

Henry Jenkins III é pesquisador da mídia e professor da University of Southern California (USC)[4] desde 2009. Anteriormente, foi Diretor do Programa de Estudos Comparativos de Mídia do MIT e professor de Ciências Humanas[5]. Jenkins possui bacharelado em Ciências Políticas e Jornalismo pela Georgia State University, mestrado em Estudos da Comunicação pela University of Iowa e PhD em Artes da Comunicação pela University of Wisconsin-Madison[3].

Henry Jenkins considera-se um Aca/Fan. Esse termo foi criado para designar aqueles pesquisadores do mundo acadêmico que passam a desenvolver estudos sobre os produtos midiáticos que admiram, ou seja, eles estão diretamente envolvidos com o objeto de estudo [3]. Portanto, Aca/Fan constitui-se em uma figura híbrida, eles são acadêmicos que também são fãs[6]. Jenkins diz que o objetivo de seu trabalho é fazer a ponte entre esses o mundo dos acadêmicos e dos fãs. Com isso, tenta encontrar uma de abrir um espaço maior para falar sobre a mídia que importa para os acadêmicos, do ponto de vista do consumidor[5].

Atualmente, Henry Jenkins vive em Los Angeles com sua esposa, Cynthia[3] e possui um filho, Henry G. Jenkins IV[7].

Projetos e Pesquisa editar

As pesquisas de Jenkins exploram o limite entre texto e leitor, o crescimento de culturas de fãs e world-making, “o processo de concepção de um universo ficcional que sustente o desenvolvimento de franquia, que seja suficientemente detalhado para permitir o surgimento de muitas histórias diferentes, mas coerente o suficiente de modo que cada história pareça se encaixar com as outras".[8]

Mais recentemente, Jenkins tem se concentrado em pesquisar como os indivíduos em si na cultura contemporânea utilizam e combinam várias fontes de mídia diferentes. Ele sugere que a convergência de mídia seja entendida como um processo cultural, em vez de um ponto final tecnológico. Ele discutiu convergência de mídias em seu livro de 2006 Convergence Culture: Where Old and New Media Collide e na fundação do grupo de pesquisa Convergence Culture Consortium.

Suas pesquisas também incluem o campo de estudos críticos de videogame. Em seu artigo, “Complete freedom of movement: Video Games as Gendered Play Spaces", ele discute a geografia cultural dos espaços de videogame. Mais importante, ele investiga o que atrai meninos para videogames e se as meninas devem sentir a mesma atração. Inspirado por tais críticos culturais como Gilbert Seldes que acreditava que Cinema foi injustamente vitimizados durante o seu tempo para ser um novo meio em ascensão.[9][10]

Ele também escreveu extensivamente sobre os efeitos da interatividade, especialmente jogos de computador, e "jogos de aprendizagem “, e nessa capacitação foi chamado para depor perante o Congresso em 1999. Este trabalho levou à fundação do grupo Education Arcade, também no programa de Estudos Comparativos de Mídia do MIT. Em 2012, Henry Jenkins foi em uma turnê de palestras da Europa Ocidental.[11][12]

Comparative Media Studies editar

Jenkins assumiu o Comparative Media Studies (CMS) em 1993. O CMS, é um projeto de pós-graduação do MIT que “não busca quebrar paradigmas, mas sim desenvolver novos e preparar nosso time e patrocinadores para profissões que ainda não existem”[13]. Nele, Jenkins estabeleceu "uma agenda de pesquisas inovadoras durante um período de mudança fundamental na comunicação, jornalismo e entretenimento"[4]. Entre outras citações, Jenkins diz em seu blog que "O MIT tem matemática aplicada, física aplicada e química aplicada, por isso faz sentido para mim que deve haver um ramo aplicado das ciências humanas." [5]

Uma das premissas do CMS era a implementação de vídeo games para auxiliar na educação de jovens. Em 2004, Jenkins passou a codirigir o programa junto com William Uricchio, que assumiu o controle do programa em 2009, depois da saída de Jenkins[2].

Convergence Culture Consortium editar

Através do Comparative Media Studies, foi criado por Jenkins o Convergence Culture Consortium (C3), que produziu pesquisas e consultorias sobre as mudanças das dinâmicas das indústrias de mídia e marcas e seus públicos.[14]. Baseado em seu livro "Cultura da convergência", o C3 foi fundado com a ajuda da Turner Broadcasting System e tem como a parceiras várias empresas como, por exemplo, a MTV Networks, a iG e a Yahoo!, além de empresas brasileiras como a Petrobras e a The Alchemists, uma produtora de propriedades intelectuais transmídia[15]. O projeto produziu vários documentos técnicos, notas de pesquisa e outras publicações, visando a examinar essas mudanças nas indústrias de mídia[14].

 
Henry Jenkins

O evento da C3 acontece anualmente e tem como foco principal entender de que maneira o mercado e as marcas estão sofrendo alterações com a constante interação de várias mídias.[16]

New Medias Literacies editar

Depois de entrar para a USC, Jenkins criou o projeto New Medias Literacies (NML), que foi idealizado inicialmente enquanto ele trabalhava na MIT. O NML visa a participação principalmente de jovens em conteúdos colaborativos e no engajamento. Nele discute-se a importância da avaliação da tecnologia ao nosso redor, e incorporando a ideia de viver em uma cultura participativa. o foco é sobre os desafios educacionais de garantir que todas as crianças nos Estados Unidos tem as habilidades sociais e competências culturais necessárias para participar de uma sociedade em rede.[14]. "A estrutura conceitual NML inclui uma compreensão de desafios, novos letramentos de mídia e formas de participação. Este enquadramento guia pensando em como oferecer aos adultos e jovens a oportunidade de desenvolver as habilidades, o conhecimento, estrutura ética e auto-confiança necessários para estar cheio participantes das mudanças culturais que estão ocorrendo em resposta ao influxo de novas tecnologias de mídia, e para explorar as transformações e possibilidades oferecidas por estas tecnologias para reformular a educação ".[17]. Jenkins introduz uma série de habilidades sociais e competências culturais que são fundamentais para uma participação significativa em uma cultura participativa. Termos que ele discute de forma mais ampla incluem: apropriação (educação), inteligência coletiva, cognição distribuída, julgamento, negociação, trabalho em rede, desempenho, simulação, navegação transmídia, gap de participação, o problema da transparência, e o problema da ética.Além disso, Henry divide a liderança da conferência Transmedia Hollywood, junto com Denise Mann[15].


Cultura Participativa editar

A cultura participativa é uma cultura de baixas barreiras à expressão artística e engajamento cívico. É um forte apoio para criar e compartilhar criações, e algum tipo de orientação informal através do qual os participantes experimentam repassar conhecimento para novatos. Em uma cultura participativa, os membros também acreditam que suas contribuições importam e sentem algum grau de conexão social uns com os outros[18]
Formas de cultura participativa para Jenkins:
Filiações - associações, formais e informais, em comunidades online centradas em torno de várias formas de mídia, como o Friendster, Facebook, fóruns, metagaming, clãs do jogo, ou o MySpace).
Expressões - produzir novas formas criativas, como a sampling digital, skinning e modding, produção de vídeos por fãs, produção de ficções por fãs, zines, mash-ups).
Resolução de problemas colaborativa – trabalhar em equipes, formais e informais, para concluir tarefas e desenvolver novos conhecimentos (como através de Wikipedia, jogos de realidade alternativa, spoiling).
Circulações - Moldar o fluxo de mídia (como através de podcast, blogs).[18].

Obras editar

Jenkins participou da criação de doze livros, seja como autor ou como editor. Dentre eles se destacam “Textual Poachers: Television Fans and Participatory Culture”, que fala sobre fandom, Cultura Participativa, Consumo Popular e Teoria da Mídia[19]; "From Barbie to Mortal Kombat: Gender and Computer Games", que analisa os jogos atualmente no mercado e propõe abordagens táticas para evitar os estereótipos que dominam a maioria dos corredores da loja de brinquedos.[20]; "Hop on Pop: The Politics and Pleasures of Popular Culture", diversos aspectos sobre a Cultura Popular[21].
Seus livros mais recentes são “Convergence Culture: Where Old and New Media Collide”, que para além de elaborar sobre a cultura dos fãs, ele aborda o atual processo de convergência que atingem os meios de comunicação, tanto os antigos quanto os atuais; e "Fans, Bloggers, and Gamers: Exploring Participatory Culture" que fala sobre a indústria da mídia e seus consumidores.[22]. Além destes, Jenkins é co-autor do livro "Spreadable Media: Creating Value and Meaning in a Networked Culture", junto com Sam Ford e Joshua Green.[23]

Principais Obras editar

Textual Poachers editar

"Textual Poachers: Television Fans and Participatory Culture" foi um livro escrito por Henry Jenkins em 1992 e ainda não possui tradução para a língua portuguesa. A expressão que dá nome ao livro pode ser compreendida através da tradução das palavras que a compõe: "Textual" faz menção direta à adjetivação de algo inserido em, ou mesmo, com propriedades de um texto; e "Poachers" é um termo da língua inglesa referente às pessoas que transpassam propriedades privadas para caçar. A junção de duas palavras usada no título do autor é referente à cultura de fãs e suas interatividades com as obras que se relacionam. Dessa forma, Jenkins classifica os fãs como apreciadores da cultura midiática que transformam os conteúdos que admiram em uma cultura própria, de acordo com seus desejos e interesses, seja na construção de fanfictions, desenhos, músicas ou vídeos relacionados àquele conteúdo.[3] A escolha de uma subcultura específica de pessoas que interagiam e consumiam produtos audiovisuais televisivos, como a série Star Trek, é desenvolvida no livro que aborda esse grupo de fãs específicos, juntamente à sua cultura de participação. f "Textual Poacher" é considerado um estudo midiático seminal sobre a cultura de fãs, conjuntamente com as publicações de 1992 de Camille Bacon Smith, Enterprising Women: Television Fandom and the Creation of Popular Myth e a Antologia The Adoring Audience: Fan Culture and Popular Media editada por Lisa Lewi, e ainda há a obra "Feminism, Psychoalalysis, and the Study of Popular Culture" de Constance Penley[24].

Os livros que influenciaram o autor durante a concepção do texto foram "The Practice of Everyday Life" de Michel DeCerteau e "Television Culture" de John Fiske,[25] que também foi mentor de Henry Jenkins durante a escrita de seu livro e parte de sua formação acadêmica.

Em 2012, o livro foi relançado em uma edição comemorativa aos seus 20 anos de publicação com um introdução de Suzanne Scott, Ph.D. in Critical Studies from the School of Cinematic Arts at the University of Southern California, refletindo sobre a mudança da cultura de fãs na era digital, em relação aos importantes tópicos abordados no livro, juntamente à entrevista feita por ela com o próprio Henry Jenkinks, 20 anos depois de tê-lo escrito[24].

Fans, Bloggers and Gamers editar

Fans, Bloggers and Gamers” foi lançado em 2006 porém contém ensaios que foram produzidos entre suas obras “Textual Poachers” e “Cultura da Convergência”, esses textos, Jenkins diz que reformularam seu entendimento sobre as industrias de mídia e seus consumidores[7]. O livro é dividido em três partes: “Inside Fandom”, “Going Digital” e “Columbine and Beyond”. A primeira inclui os ensaios que lidam diretamente com as políticas e poética da produção cultural dos fãs; a segunda contém os que falam sobre o impacto da mídia digital na vida do dia-a-dia; e a terceira explora os debates públicos que surgiram após o tiroteio que ocorreu em Littleton, Colorado, focando nos que tratavam do impacto da cultura popular nos jovens e os sobre a censura no computador e vídeo games[7].

Cultura da Convergência editar

Cultura da Convergência” foi publicado em 2006 no Estados Unidos como "Convergence Culture: Where Old and New Media Collide" e em 2008 no Brasil[26]. É considerada uma leitura obrigatória para os que almejam compreender o mundo das novas mídias, consumo e interação[13], discutindo a maneira como a informação viaja por diferentes plataformas midiáticas e examina o papel dos consumidores nesse processo.[1]. Nas palavras do próprio autor, esta obra: “foi concebida como uma intervenção pública [...] com o objetivo de ajudar os consumidores e produtores a entender as mudanças que estão ocorrendo em seu relacionamento”[27].

 
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Em “Cultura da Convergência”, Jenkins lança mão de exemplos da indústria midiática e alguns fandoms para analisar o universo da convergência, em especial, três conceitos: convergência midiática, cultura participativa e inteligência coletiva.

Convergência midiática refere-se ao “fluxo de conteúdos por múltiplas plataformas de mídia, à cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e ao comportamento migratório dos públicos dos meios de comunicação”[27]. Jenkins deixa claro que a convergência das mídias não não se resume a um aparelho que reune inúmeras funções[26]. Para ele, “a convergência altera a relação entre tecnologias existentes, indústrias, mercados, gêneros e público”[27]. Jenkins acrescenta, ainda, que a convergência é um processo e não ocorre em dispositivos, mas sim nos cérebros dos indivíduos e através das interações sociais das pessoas[26].

Em meio a convergência midiática, localiza-se a narrativa transmídia, outro conceito importante, que Jenkins levanta em seu trabalho. Essa narrativa, para Jenkins, é “uma nova estética que surgiu em resposta à convergência”[27]. A narrativa transmídia refere-se a conteúdos que circulam em múltiplas plataformas[27]. Para exemplificar esse conceito, Jenkins trabalha com o caso dos filmes Matrix, que não se limita a uma só mídia.

Ao que se refere cultura participativa, Jenkins trabalha uma ideia de uma cultura onde os consumidores estão agindo cada vez mais de forma participativa e crítica. Esses são, portanto, consumidores participativos. Outros autores vão apresentar outras nomeações para esses consumidores ativos, como é o caso de Axel Bruns que os categoriza como “produsers” (produtores+usuários)[28]. Em seu livro “Cultura da Convergência”, Jenkins dedica dois capítulos para analisar de forma mais profunda a cultura participativa. No quarto capítulo, intitulado “Guerra nas Estrelas por Quentin Tarantino?: criatividade alternativa encontra a indústria midiática”, ele trabalha o conceito a partir de um olhar para a os produtores de Guerra nas Estrelas e fãs dos filmes (entre eles gamers), que estão remontando os filmes para satisfazer suas fantasias e seus desejos enquanto fãs[27]. Já no quinto capítulo, "Por que Heather pode escrever: letramento midiático e as guerras de Harry Potter", o autor vai trabalhar ainda a questão da cultura participativa, porém dentro do universo dos fãs de Harry Potter, desenvolvendo dentre outras questões, a participação através de criações de fanfictions.

Quanto a inteligência coletiva, este é um conceito cunhado por Pierre Lévy, o qual Jenkins se apropria em “Cultura da Convergência” para pensar o universo dos fãs. Inteligência coletiva, para Jenkins, seria "uma forma de consumo coletivo exercida pelos fãs"[26]. Para trabalhar essa questão, o autor irá exemplificar com fãs do reality show Survivor que se uniam para conseguir descobrir informações do programa.

Quentin Tarantino's Star Wars editar

Em "Quentin Tarantino's Star Wars", Henry Jenkins se atenta em como o fenômeno que é a saga Star Wars influenciou milhares de fãs a criarem seus próprios video-clipes musicais, filmes, paródias e outras formas de "alterar" os filmes originais.As paródias mais conhecidas provaram que essa forma alternativa de se produzir audiovisual não ficou restrita apenas para os fãs, e sim se tornaram integradas na cultura popular. Jenkins não considera esses fãs como pessoas com muita tempo de sobre e sim como participantes da atual revolução midiática e seus produtos culturais como um importante aspecto do movimento digital do cinema. Star Wars foi peça chave em trazer a tona esses trabalhos amadores, que representam a convergência da mídia através de uma cultura participativa.

Filmes como "Troops" são um bom exemplo dessa cultura participativa. O filme se provou extremamente popular entre os fãs de Star Wars, e recebeu o prêmio inaugural Pioneer Award na premiação patrocinada pela própria Lucasfilm: Official Star Wars Fan Film Award. Esse concurso era muito popular, recebendo dezenas de inscrições por ano, de 2002 até 2011. Em 2012, a Lucasfilm anunciou que o concurso haveria sido descontinuado e que a companhia estava procurando outras maneiras para os fãs compartilharem sua criatividade.[29]

O título do capítulo de Jenkins é inspirado pelo filme homônimo de 2002 escrito, produzido e dirigido por fãs e conta a história de como a saga Star Wars teria sido realizada se fosse dirigida pelo diretor de Pulp Fiction, Quentin Tarantino.[30]

The Wow Climax: Tracing the Emotional Impact of Popular Culture editar

Nessa publicação de 2007, Jenkins lista e explica as formas de cultura participativa e apresenta estudos de sua pesquisa sobre como jovens aprendem, brincam, socializam e participam da vida civil. Um estudo sobre as várias maneiras que um jovem pode colaborar com a cultura através da internet; os problemas que existem nessa cultura participativa, tais como os diferentes acessos a oportunidades de aprendizado e de habilidades que os jovens tem, e o colapso nas formas tracionais de treinamento profissional e de socialização; as novas habilidades que os jovens adquiriram e "necessitam"; entre outros tópicos.

Publicações editar

Nome Ano de Publicação Editora Código
What Made Pistachio Nuts?: Early Sound Comedy and the Vaudeville Aesthetic. 1992 Columbia University Press ISBN 0231078552
Textual Poachers: Television Fans & Participatory Culture. 1992 Routledge ISBN 0415905710
Classical Hollywood Comedy. 1995 Routledge ISBN 0415906393
From Barbie to Mortal Kombat: Gender and Computer Games. 1998 MIT Press ISBN 0262032589
The Children's Culture Reader. 1998 New York University Press ISBN 0814742319
Hop on Pop: The Politics and Pleasures of Popular Culture. 2002 Duke University Press ISBN 0822327376
Rethinking Media Change: The Aesthetics of Transition. 2003 MIT Press ISBN 0262201461
Democracy and New Media. 2003 MIT Press ISBN 0262101017
Convergence Culture: Where Old and New Media Collide. 2006 New York University Press ISBN 0814742955
Fans, Bloggers, and Gamers: Exploring Participatory Culture. 2006 New York University Press ISBN 081474284X
Confronting the Challenges of Participatory Culture: Media Education for the 21st Century. 2006 MIT Press ISBN 0262258293
The Wow Climax: Tracing the Emotional Impact of Popular Culture. 2007 New York University Press ISBN 0814742823
  • Jenkins teve seu livro Convergence Culture: Where Old and New Media Collide publicado no Brasil em 2008 pela editora Aleph, traduzido apenas como Cultura da Convergência (ISBN 8576570637)

Considerações sobre as ideias de Henry Jenkins editar

Para o pesquisador João Freire Filho, em sua primeira obra, "Textual Poachers" (1992), Jenkins comete exageros na conceituação de fãs. Inspirado em John Fiske (foi professor de Jenkins na Universidade de Iowa[31]), que equipara “as práticas dos fãs e o ativismo político dos grupos de guerrilha esquerda”[31], Jenkins descreveu os fãs como “heróis da resistência em uma batalha constante com os interesse e valores do ‘bloco de poder’”[31]. Contudo, posteriormente, o próprio Jenkins admitiu que o modelo de audiência ligado a apropriação e resistência presente em "Textual Poacher" é repleto de perspectivas teóricas e comprometimentos políticos ultrapassados[32].

Na perspectiva de Jenkins, já em meio a cultura da convergência, vivemos a cultura participativa, onde novos modelos de consumidores estão surgindo. Esses novos consumidores são ativos, são migratórios, não são mais tão leais a redes ou meios de comunicação, são mais interligados socialmente e são consumidores que falam, falam alto; fazem barulho em público[33]. Nesse contexto, “o poder do produtor de mídia e o poder do consumidor interagem de maneiras imprevisíveis”[33]. Portanto, para o guru das novas mídias, os consumidores e produtores não ocupam mais lugares independentes. Eles passam a ser “participantes interagindo de acordo com um novo conjunto de regras, que nenhum de nós entende por completo”[33]. Essa participação ativa dos usuários no universo cultura da midiática, também, encaminharia para um maior engamento político dos indivíduos na sociedade[34].

Contudo, essa visão de Henry Jenkins é ponderada e criticada por diversos teóricos. Por exemplo, o jornalista Henrique Moreira Mazetti, ao analisar as diversas construções teóricas sobre esse consumidor participativo (ou como denomina Mazetti, o “consumidor empoderado”), posiciona Jenkins como um pesquisador otimista e comedido[34]. Enquanto para João Freire Filho, Jenkins está se colocando em uma posição de "parcialidade temerária"[35], sua abordagem está calcada do objetivo de "distanciar-se dos 'pessimistas culturais' (autores como Noam Chomsky, Robert McChesney e Mark Crispin Miller) que enfatizam os obstáculos para a conquista de uma sociedade mais democrática[35].

Jenkins é também comparado a Marshall McLuhan e seus estudos na área da comunicação. McLuhan cunha a ideia de que o meio é a mensagem, a contraponto de Jenkins, que se põe à frente ao pesquisar os "fenômenos envolvidos no processo de convergência entre os novos meios de comunicação e os meios tradicionais”[36](Em programa de mídia comparada, criado por ele mesmo, no MIT). Porém, Jenkins é assim considerado por ser, de fato, pioneiro no estudo de fãs, bloggers, e gamers, que, para ele, definem o conceito de cultura participativa. Não só destes, como também o efeito de novas mídias nesta esfera, e o impacto que causam a seus usuários - mais uma vez em comparação a McLuhan e a ideia de que o meio é a mensagem[13].

Reconhecimento editar

Henry Jenkins foi destaque nas revistas Electronic Gaming Monthly e na Game Informer,onde foi perguntado sobre os efeitos da violência em jogos de vídeo. Ele ofereceu uma perspectiva muito diferente de Jack Thompson.Em 12 de maio de 2009, foi feita em uma rede social um meme chamado Will Henry Jenkins Hear About It? começou a ser difundida.

Ver também editar

Ligações Externas editar

Referências

  1. a b “Navarro”>NAVARRO, Vinicius. Os Sentidos da Convergência. Entrevista com Henry Jenkins, Contracampo, no 21, ago. 2010, p. 14
  2. a b What is CMS?, (em inglês). Acessado em 01 de agosto de 2013
  3. a b c d e Henry Jenkins: About, (em inglês). Acessado em 01 de agosto de 2013
  4. a b c USC Annenberg - School for Comunication and Journalism: Henry Jenkins, (em inglês). Acessado em 01 de agosto de 2013
  5. a b c Who the &%&# Is Henry Jenkins? - Blog oficial de Henry Jenkins
  6. MATOS, Patricia. Performance, Investimento Afetivo e Disputa Simbólica: a dinâmica da comunidade de fãs do grupo Backstreet Boys. Monografia de Conclusão de Curso em Comunicação Social: Habilitação em Radialismo. Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010
  7. a b c JENKINS, Henry. Fans, Bloggers, and Gamers: Exploring Participatory Culture, New York University Press, 2006, p.2-6,226
  8. Jenkins, Henry Convergence Culture: Where old and new media collide. New York: New York University Press, 2006
  9. http://www.news.cornell.edu/releases/July96/KAMMEN.jkg.html
  10. Egenfeldt-Nielsen, Smith, ToscaUnderstanding Video Games: The Essential Introduction.New York and London: Taylor and Francis Group, 2008
  11. «Au Revoir:Heading to Europe May 1, 2012». Consultado em 23 June 2012  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  12. «How Content Gains Meaning and Value in the Era of Spreadable Media». June 18, 2012. Consultado em 23 June 2012  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  13. a b c O futuro do entretenimento. In: meio&mensagem, 26 nov., 2007
  14. a b c The Convergence Culture Consortium
  15. a b Futures of Entertainment Fellows - Henry Jenkins, (em inglês). Acessado em 8 de agosto de 2013
  16. TEXEIRA, Carlos Alberto. Henry Jenkins, guru da transmídia, aposta no Brasil. Acessado em 9 de agosto de 2013
  17. Jenkins, Henry. «Our Methods». USC Annenberg School of Communication and Journalism. Consultado em 19 February 2013  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  18. a b Jenkins, Henry. «Confronting the Challenges of Participatory Culture: Media Education For the 21st Century». Building the Field of Digital Media and Learning 
  19. Textual Poachers: Television Fans and Participatory Culture - Google Books
  20. From Barbie to Mortal Kombat: Gender and Computer Games - Google Books
  21. Hop on Pop: The Politics and Pleasures of Popular Culture - Google Books
  22. http://interin.utp.br/index.php/vol11/article/viewFile/85/74]
  23. Blog do Livro Spreadable Media
  24. a b JENKINS, Henry. Textual poachers: television fans and participatory culture. Updated Twentieth Anniversary Edition, New York: Routledge, 2013
  25. Media Consumption, (em inglês). Acessado em 8 de agosto de 2013
  26. a b c d SILVA, J. D. N.. A indústria cultural e os fãs da Saga Crepúsculo: A convergência de interesses no universo midiático contemporâneo. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Produção Cultural), 2013
  27. a b c d e f Henry Jenkins: About - Convergence Culture, (em inglês). Acessado em 07 de agosto de 2013
  28. CAMPANELLA, Bruno. Cultura da divergência: Hierarquia e disputa em uma comunidade de fãs. In: XXI Encontro Nacional da Compós, 2012, Juiz de Fora. XXI Encontro Anual da Compós, 2012
  29. http://www.theforce.net/latestnews/story/Star_Wars_Fan_Film_Awards_Canceled_146030.asp
  30. http://www.imdb.com/title/tt0216129/
  31. a b c FREIRE FILHO, João. Reinvenções da resistência juvenil: os estudos culturais e as micropolíticas do cotidiano. Rio de Janeiro: Mauad, 2007, p.95
  32. FREIRE FILHO, João. Reinvenções da resistência juvenil: os estudos culturais e as micropolíticas do cotidiano. Rio de Janeiro: Mauad, 2007, p.97
  33. a b c . JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. Editora Aleph, 2009, p.29-47
  34. a b . MAZETTI, Henrique Moreira. Cultura Participativa, espetáculo interativo: do "empoderamento” ao engajamento corporativo dos usuários de mídia. In: XIV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste, 2009, Rio de Janeiro. XIV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste, 2009, p. 3
  35. a b FREIRE FILHO, João. Reinvenções da resistência juvenil: os estudos culturais e as micropolíticas do cotidiano. Rio de Janeiro: Mauad, 2007, p.99
  36. [http://epocanegocios.globo.com/Revista/Epocanegocios/1,,EDG84922-8380,00.html Um novo Marshall McLuhan?

Bibliografia editar

  • CAMPANELLA, Bruno. Cultura da divergência: Hierarquia e disputa em uma comunidade de fãs. In: XXI Encontro Nacional da Compós, 2012, Juiz de Fora. XXI Encontro Anual da Compós, 2012. p. 1-15.
  • FREIRE FILHO, João. Reinvenções da resistência juvenil: os estudos culturais e as micropolíticas do cotidiano. Rio de Janeiro: Mauad, 2007.
  • JENKINS, Henry. Textual poachers: television fans and participatory culture. Updated Twentieth Anniversary Edition, New York: Routledge, 2013.
  • JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. Editora Aleph, 2009.
  • JENKINS, Henry. Fans, Bloggers, and Gamers: Exploring Participatory Culture, New York University Press, 2006.
  • SILVA, J. D. N.. A indústria cultural e os fãs da Saga Crepúsculo: A convergência de interesses no universo midiático contemporâneo. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Produção Cultural), 2013.
  • What is CMS?, (em inglês). Acessado em 01 de agosto de 2013.