Vera Ivanovna Zasulitch (em russo: Ве́ра Ива́новна Засу́лич; 8 de agosto de 1849São Petersburgo, 8 de maio de 1919) foi uma revolucionária trabalhista[1] niilista russa depois convertida ao marxismo.

Vera Zasulitch
Vera Zasulitch
Nascimento 27 de julho de 1849
Mikhaylovka
Morte 8 de maio de 1919 (69 anos)
São Petersburgo
Sepultamento Literatorskie mostki
Cidadania Império Russo, República Socialista Federativa Soviética da Rússia
Ocupação escritora, jornalista, política, editora, jornalista de opinião, crítica literária, revolucionária

Biografia

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Nascida numa família nobre empobrecida de Mikhailovka, Rússia, frequentou durante os seus estudos em Petrogrado os ambientes revolucionários estudantis. Foi encarcerada em 1869 por manter correspondência com o líder niilista e anarquista Sergei Netchaev. Após a sua excarceração em 1871, estabeleceu-se em Kiev, onde contactou com Insurgentes de Kiev, um grupo revolucionário de apoiantes de Mikhail Bakunin, chegando a converter-se numa líder respeitada.

 
Sepultura no Cemitério de Volkovo

Em 1878, Zasulitch e a revolucionária social Maria Kolenkina planearam assassinar Vladislav Zhelekhovski, um promotor famoso pelos seus processos contra a militância revolucionária, e o coronel Feodor Trepov, governador de Petrogrado, que era conhecido por ter banido as rebeliões polacas em 1830 e 1863. O atentado contra Zhelekhovski resultou falido, mas Zasulitch conseguiu ferir gravemente Trepov. Foi atrapada, mas no seu amplamente difundido processo, um júri favorável a ela declarou-a inocente.

Após a anulação do processo, Zasulitch viajou a Suíça, onde contactou com grupos marxistas e colaborou na fundação do grupo Emancipação do Trabalho (Освобождение труда) com Georgi Plekhanov e Pavel Akselrod em 1883. O grupo encarregou Zasulitch a tradução de diversos trabalhos de Karl Marx ao russo, o que contribuiu a alargar a influência do marxismo entre a intelligentsia russa ao ponto de tornar-se fundamental para criação do Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR) em 1898. A meados da década de 1900, os líderes da ala radical Julius Martov, Vladimir Lenin e Aleksandr Potresov uniram-se a Zasulitch, Plekhanov e Akselrod na Suíça. Devido às tensões entre as duas alas do Partido, os seis fundaram o jornal revolucionário Iskra, e formaram a sua equipa editorial, que se opunha aos marxistas moderados conhecidos como os economistas e também aos ex-marxistas como Sergei Bulgakov e Piotr Struve. Porém, durante o II Congresso do POSDR, o marxismo verificou uma ruptura entre os mencheviques de Julius Martov e bolcheviques de Lenin. Zasulitch situou-se do lado de Martov, tornando-se uma líder do menchevismo. Contudo, o seu interesse na política decaiu rapidamente. Regressou à Rússia após a Revolução de 1905. Lá, apoiou a política de participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial e opôs-se à Revolução de Outubro dirigida pelos bolcheviques. Morreu em Petrogrado em 8 de maio de 1919.

Ver também

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Referências